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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Arqueologia
N.º de Inventário:
ETNO 1345
Supercategoria:
Etnologia
Categoria:
Escultura
Denominação:
Presépio
Título:
Maquineta Adoração dos Pastores
Grupo Cultural:
Desconhecido
Datação:
XIX d.C. - Idade Contemporânea
Matéria:
Maquineta: madeira, cartão, papel, pigmentos, aglutinante, goma laca, vidro, ferro, cortiça, latão, pergaminho, papel, ramos de arbustos, plantas secas, musgo, conchas, tecido. / Figuras: terracota, papel, pigmentos, aglutinante, goma laca, corda, madeira, metal, folha de prata e ouro.
Técnica:
Recorte, moldagem, modelação.
Dimensões (cm):
altura: 261; largura: 129; profundidade: 97,5;
Descrição:
Presépio conservado numa maquineta executada em madeira e cartão, representando um castelo, no qual se combinam elementos estruturais organizados em planos distintos, com recurso a diferentes tipos de suporte. A maquineta encontra-se disposta sobre um armário de base quadrangular, em madeira pintada, assente sobre quatro pés torneados, com duas portas frontais que correm lateralmente. A maquineta tridimensional compreende a parte externa que envolve o presépio: a base apresenta, frontal e lateralmente, uma escadaria em madeira pintada. Na frente central, quatro colunas, duas de cada lado, em madeira pintada com decoração marmoreada, formando um arco e integrando a construção. Lateralmente, duas torres com janelas manuelinas, encimadas por torreões, alguns dos quais com grades em metal e ostentando no seu interior um espelho, fixo às paredes internas por intermédio de adesivo e moldura em cartão. As faces laterais, semelhantes à frontal, diferem apenas no número de colunas, limitando-se nesta zona a duas. Um friso decorado sobressai em redor da zona superior frontal. No topo, encontram-se ameias que protegem no seu interior um edifício oco sem fundo, executado em vidro, madeira e cartão pintado, encimado por um pináculo em madeira. A face frontal e as laterais possuem, cada uma, janela amovível em vidro com estrutura em madeira. A parte de trás não apresenta qualquer tipo de estrutura e decoração, sendo constituída por um conjunto de tábuas lisas, dispostas transversalmente, pintadas de cor branca. A estrutura da maquineta, em madeira, encontra-se maioritariamente revestida com cartão pintado e, em algumas zonas, directamente pintada sobre a madeira com decoração marmoreada e pintura que reproduz alvenaria em pedra e elementos arquitectónicos diversos. Os elementos arquitectónicos em cartão, obtidos por recorte e moldagem, encontram-se fixos ao suporte através de elementos metálicos (pregos) e, possivelmente, reforçados com adesivo. O topo interior desta estrutura ostenta um céu estrelado, obtido com recurso ao revestimento da madeira com papel pintado e à concepção de alguns elementos (astros) através do recorte de papel revestido a folha metálica. O presépio, constituído por 110 figuras modeladas em terracota com camada pictórica, na sua maioria ostentando uma base, compreende a parte interna da estrutura arquitectónica e é composto por vários planos: num primeiro plano, inserido num nicho, a representação da Natividade e a adoração dos pastores; segue-se o cortejo dos reis magos e, por fim, num terceiro plano, a representação da cidade de Jerusalém numa perspectiva bidimensional. As figuras encontram-se inseridas numa complexa estrutura de madeira e cartão, a qual preenche a quase totalidade da maquineta, formando uma rede de caminhos e pontes que lhes serve essencialmente de suporte. A estrutura é composta por diversos materiais, com diversas aplicações decorativas, que vão desde a madeira, passando pela cortiça, o pergaminho, papel, ramos de arbustos e plantas secas, arame, conchas, tecido. A transição entre os diferentes planos é obtida com recurso à perspectiva, num plano inclinado, onde as figuras vão diminuindo o seu tamanho em relação ao distanciamento com o primeiro plano. Assim, as figuras do primeiro plano apresentam uma escala de execução superior às do segundo, e assim sucessivamente até chegarmos à representação da cidade de Jerusalém. As figuras que compõem o presépio ilustram individualidades, conjuntos figurativos e ambientes figurados. Para suporte estrutural das esculturas ou como elemento de ornamentação, utilizaram-se outros materiais como a corda, a madeira e o metal. Nos elementos cromáticos utilizados predominam os vermelhos, azuis, castanhos, branco, laranja, rosa (carnações), ocre, cinzento e preto, recorrendo-se ainda à aplicação de folha metálica (prata e ouro). De salientar que a concepção deste presépio teve em atenção a sua observação, pois foi feito de modo a que pudesse ser admirado de três planos diferentes: frente, lateral esquerda e lateral direita. Deste modo, as três janelas que apresenta dão-nos uma visão geral das várias cenas representadas e do requinte de pormenores das partes laterais que não foi deixado ao acaso. Elaborada conforme descrição de Alexandre Pais, "O Presépio do Museu Nacional de Arqueologia, Maquineta "Adoração dos Pastores" (vide bibliografia).
Incorporação:
Desconhecido
Origem / Historial:
"O notável conjunto que integra a colecção do Museu Nacional de Arqueologia é o último dos grandes presépios conhecidos, realizado no século XIX. A estrutura da caixa em pasta de papel formando um grande castelo, no interior do qual se desenrola a Natividade, assegura a originalidade deste núcleo, quer no panorama nacional, quer na tradição europeia coeva. esta caixa concede ao conjunto uma feição erudita que as figuras aí encerradas acabam por desmentir. No entanto, ainda que as pequenas personagens que se encontram no presépio não sejam obra de grandes escultores barristas do século XVIII nacional, elas testemunham uma derradeira tentativa de fazer face a novas modas que foram surgindo no século XIX. Ramalho Ortigão (1836-1915), nas Farpas, refere cerca de 1870, que ”(...) A Árvore do Natal, recentemente importada dos costumes estrangeiros, é uma especulação do comércio; não é ainda um uso da família. (...) Algumas das peças que integram o conjunto estão marcadas com a referência de fabrico "Calçada da Bica Piquena, nº II LX A, endreço de uma das olarias que então povoavam a capital, e que, a par da manufactura de objectos utilitários, executavam figuras para presépios. Esta olaria não surge referenciada nas listas da Junta de Comércio, onde obrigatoriamente eram enunciadas todas as manufacturas em laboração no território nacional. Com o fim da Junta de Comércio e dos seus inquéritos anuais, a partir dos quais é possível conhecer os centros de produção em actividade, perdeu-se a informação acerca desta olaria. O que parece certo é que ela terá começado a laborar após 1833, data do último inquérito efectuado pela Junta do Comércio." PAIS, Alexandre (vide bibliografia).
 
     
     
   
     
     
     
 
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