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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Palácio Nacional da Ajuda Denominação: Terço com pendente Centro de Fabrico: Ceilão (atual Sri Lanka) Datação: Século XVI (2.ª metade) Matéria: Cristal de rocha, marfim, ouro, rubis, esmeraldas (pendente); prata, esmalte (terço) Técnica: Ouro fundido, cinzelado e filigranado, esmalte opaco (branco) e translúcido (vermelho) "basse-taille", rubis (26) e esmeraldas (2) em cabochão, marfim entalhado e policromado Dimensões (cm): largura: 16; espessura: 10; comprimento: 360; Descrição: Terço de contas filigranadas em ouro, unidas por cadeia de elos de prata; constituído por cinco sequências de dez contas (dezena), separadas por uma cruz de Cristo em ouro esmaltada a branco com bordadura vermelha; de provável execução oitocentista. Tem suspenso um pendente Cingalo-Português em forma de templete rectangular em cristal de rocha, ostentando no interior quatro representações entalhadas em marfim. No anverso a figura de Nossa Senhora com o Menino flanqueada por dois anjos e no reverso a representação do Calvário. As faces laterais apresentam-se também decoradas com uma figura de cada lado, porém não identificadas. O pendente é rematado por duas montagens em ouro filigranado decorado com cabochões de rubi e quatro pequeninos pináculos no topo.
Incorporação: Transferência - Casa Real
Origem / Historial: Em 1911, por ocasião do arrolamento dos bens da Casa Real este terço foi arrolado na Sala Verde, onde ainda hoje se conserva, sob a verba "Q 150".
O Museu Nacional de Arte Antiga conserva no seu acervo um pendente muito semelhante ao que se encontra aplicado neste terço (MNAA, 62B). Segundo Leonor d'Orey, em comentário à peça do MNAA e outro medalhão da mesma proveniência "Este tipo de trabalho em marfim esculpido e a existência de rubis e safiras claras do Ceilão parece indicar que estamos perante jóias de fabrico cingalês, embora inspiradas em modelo ocidental hispânico ou italiano (Veneza). As esculturas inseridas em ambas as jóias são miniaturas de estatuetas tipicamente indo-portuguesas em marfim policromado, de maiores dimensões - Menino Jesus, Virgem com o Menino -, confirmando claramente um centro de produção oriental". (OREY, 1995, p. 22).
Bibliografia | APNA, Direcção Geral da Fazenda Pública, Arrolamento do Palácio Nacional da Ajuda, vol. 1, 1911, pág. 304v. e 305 | OREY, Leonor d' - Cinco Séculos de Joalharia, IPM. Lisboa: Zwemmer Publishers Ltd., 1995, pág. 22 | SILVA, Nuno Vassallo e - Jóias de ouro e pedrinhas do Ceilão in Oriente, n.º 2, Lisboa, Abril 2002, pág. 23 a 36 | SILVA, Nuno Vassallo e; BRANCO, Pedro Bourbon de Aguiar - Luxo, Poder e Devoção. Jóias do século XVI ao século XIX. Porto: V.O.C. Antiguidades Lda., 2005 | Exotica: os descobrimentos portugueses e as câmaras de maravilhas do Renascimento (cat. exposição), Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2001 | |
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