Origem / Historial:
Segundo o Cadastro dos Bens do Domínio Público do Palácio de Queluz, esta litografia foi "encontrada dentro de um quarto que foi beneficiado".
D. Maria Francisca Benedita, a mais nova das cinco filhas de D. José I e de D. Mariana Vitória, nasceu em Lisboa a 18 de Agosto de 1746, e morreu a 18 de Agosto de 1829, no Palácio da Ajuda, de idade avançada.
Bastante culta, possuía grande inclinação para a pintura e música, tendo como professores de pintura e desenho Domingos Conrado Rosa, Domingos António de Sequeira e Joaquim Carneiro da Silva. Dela se conhecem algumas obras, um Coração de Jesus em Chamas, uma Nosa Senhora da Conceição e um retábulo existente na Basílica da Estrela, pintado com a irmã Infanta D. Maria Ana.
Em 1777 casa com o sobrinho, o Príncipe D. José, de quem era 15 anos mais velha e a quem sobrevive, pois este morre em 1788 vítima de varíola, com apenas 27 anos. A partir de 1788, a "Princesa Viúva", como era conhecida, vive recolhida na corte, tornando-se numa figura por todos respeitada. A ela se deve a fundação do Asilo dos Inválidos Militares de Runa (construído de 1792 a 1827) em memória do marido.
Joaquim Rafael (1783-1868) - Discípulo de Vieira Portuense, sucede-lhe na direcção do seu atelier a partir de 1804. Em 1825 obtém o título de "1.º Pintor da Corte e Câmara" ficando a dirigir as obras de Pintura da Ajuda, onde em 1829 funda a Academia de Belas Artes de Lisboa, aquando da sua abertura em 1836, permanecendo neste ponto até 1856, ano em que abandona o seu trabalho devido a um ataque de paralisia. O seu tema favorito foi sem dúvida o retrato, embora também tivesse executado pintura histórica e religiosa mas sem grande êxito. O desenho original que serviu de base a esta litografia encontra-se no Museu Nacional de Arte Antiga (Inv. n.º 108).
Maurício José Sendim - Nasceu em Lisboa em 1786, tendo iniciado a sua carreira como aluno e ajudante de Domingos António Sequeira. Por volta de 1820 começou a leccionar, primeiro no ensino particular e mais tarde na Casa Pia.
Como litógrafo, ilustrou além de quadros históricos, vários retratos da Família Real e também alguns religiosos. Em 1834 faz parte da Comissão para a instalação dos Conventos entintos, colabora no Jornal de Belas Artes e publica vários opúsculos sobre o ensino do Desenho.
Morre em Lisboa em 1870.
Esta litografia vem pela primeira vez referenciada no Inventário do Palácio de Queluz de 1851 (fl. 19), figurando no "Gabinete d'El-Rei".