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FICHA DE ENTIDADE
Museu:
Denominação:
Costa, Manuela
Tipo:
Autor
Nascimento:
Lisboa, 26.11.1951
Actividade(s):
Desenhadora ; Conservadora-Restauradora
Biografia:
Maria Manuela Reis da Costa Santos Oliveira fez a sua formação escolar na Escola António Arroio, onde realizou o Curso de Formação de Pintura Decorativa, finalizado em 1970, ano em que recebeu o Prémio D. Dinis, atribuído pelo seu desempenho como a melhor aluna daquela Escola. Da sua formação profissional destaca-se o Curso de Restauro de Porcelana e Faiança realizado em Londres no Studio 1D, renomeado pela colaboração prestada nesta área ao British Museum. Após desempenho de funções docentes na Escola António Arroio e no Liceu Camões, aqui como professora de desenho, inicia a sua colaboração com o Museu de Etnologia do Ultramar em 1973, em cuja Secção de Conservação, Restauro e Desenho Etnográfico ingressa em 1974.

Trata-se de uma colaboração crucial para o Museu que se prolonga, em termos formais, até 1989 – ano em que, no âmbito da transição do Museu da tutela do Instituto de Investigação Científica Tropical para o Instituto Português do Património Cultural, passa a pertencer ao Centro de Etnologia Ultramarina do IICT –, mas, em termos concretos, praticamente até ao momento da sua aposentação antecipada, em 2001.

O ingresso de Manuela Costa no Museu ocorre pouco antes da aposentação de Fernando Galhano, que, para além das suas funções de investigação no Centro de Estudos de Etnologia, ali se encontrava então responsável pelas áreas da conservação e do desenho etnográfico, nas quais, pela sua formação e experiência prévia, a colaboração de Manuela Costa se revela decisiva para o Museu. Na primeira, para além das suas responsabilidades quotidianas em matéria de conservação preventiva das coleções do Museu, assim como de inventário e gestão de coleções, que então integravam já c. de 30.000 objectos, e da realização de intervenções de restauro, deve ser destacada a sua responsabilidade em dois projetos específicos: por um lado, o restauro integral da Cabeça-troféu mumificada pertencente ao acervo do Museu Nacional de Arqueologia; por outro, a elaboração de réplicas de duas máscaras de Trás-os-Montes, em madeira, da coleção do Museu, para incorporação na coleção do Musée international du carnaval et du masque (Binche, Bélgica).

Contudo, é pela sua mestria no âmbito do desenho etnográfico, que prolonga a tradição de Fernando Galhano, iniciada no Centro de Estudos de Etnologia e depois prosseguida no Museu, que a contribuição de Manuela Costa para o Museu Nacional de Etnologia é provavelmente mais conhecida. Esta contribuição, cujo último sinal visível no Museu consiste nos desenhos publicados no guia da área de educação “Escultura Angolana – Memorial de Culturas” (1994), prossegue, por um lado, a tradição de produção de desenho de objetos da coleção do Museu, para fins da sua identificação e divulgação em publicações, e, por outro, a pesquisa no terreno e a documentação das tecnologias tradicionais portuguesas, no âmbito da missão do Centro de Estudos de Etnologia, trabalho que desde a década anterior era já realizado fundamentalmente pela equipa constituída por Ernesto Veiga de Oliveira, Benjamim Pereira e Fernando Galhano. É neste contexto que Manuela Costa participa nos levantamentos de terreno dos sistemas de moagem, de serração de madeiras e dos lagares de azeite. Em ambos os contextos, este plano da contribuição de Manuela Costa resulta na produção de mais de duas centenas de desenhos, de tipologias diversas, que integram o Arquivo de Desenho Etnográfico do Museu, parte dos quais publicados em catálogos de exposições do Museu e nos estudos do Centro de Estudos de Etnologia.

Num outro plano, deve ser igualmente destacada a contribuição fundamental de Manuela Costa com o Museu na organização, design e montagem de exposições realizadas entre 1976 e 1997. A este propósito, em entrevista realizada em 2009 e parcialmente publicada nesse mesmo ano na Revista «Museologia.pt», Benjamim Pereira refere o seguinte:

«A Manuela Costa era um elemento fabuloso! Fabuloso, fabuloso! A Manuela Costa, a contribuição que ela deu nas exposições… eu nem sei! A Manuela Costa conseguia fazer desenhos através uns meros trôpegos apontamentos. [Por exemplo, este desenho de Manuela Costa publicado no livro “Sistemas de Serração de Madeiras”], isto é um desenho de uma complexidade…[…] Estás a ver, [o engenho] acciona duas serras e duas moendas. Olha esta projecção, a roda de água, o mecanismo, isto é de uma complexidade! A Manuela foi um elemento [fundamental na vida do Museu!] Eu tinha com ela um entendimento [extraordinário!] É verdade, eu nem suspeito o que teria sido o meu trabalho e as exposições sem o concurso da Manuela, porque eu nunca soube trabalhar com maquetes. Eu precisava de lidar com o objecto directamente, e tinha as coisas na cabeça, mas tive sempre uma incapacidade de manejar o lápis. E era a mão da Manuela que executava o meu pensamento. Foi uma experiência quase misteriosa…»

Para além da fundamental colaboração com o Museu Nacional de Etnologia, realizada de forma mais intensiva até 1988, foi igualmente colaboradora da Biblioteca Nacional de Portugal (1988), na área das artes gráficas e apoio a exposições, e do Museu da Sociedade de Geografia de Lisboa (1992/1993), na área da conservação e restauro. Colaborou igualmente em diversos projetos, designadamente com a Associação de Municípios do Oeste, através do levantamento e desenho etnográfico de lagares de azeite e vinho para o projeto do Museu Regional do Oeste, assim como o Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, através da realização de desenhos destinados a ilustrar o “Atlas Linguístico-Etnográfico dos Açores”. No âmbito da sua atividade artística assinala-se a sua participação em exposições coletivas de desenho em 1986 e 1987.
 
     
     
   
     
     
     
 
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