Museu:
Museu Nacional de Etnologia
Actividade(s):
Régulo; escultor.
Biografia:
Joaquim Có foi um régulo e escultor da etnia Papel na Guiné-Bissau. A par de Soga Mendes, da etnia Manjaco, talvez fosse dos mais conhecidos escultores da Guiné-Bissau na década de 1960, período em que Fernando Rogado Quintino percorreu este país na recolha de objetos para o futuro Museu de Etnologia do Ultramar. Apesar disso, poucas são as referências sobre a sua biografia. É possível que habitasse o povoado de Enterramento, na região de Bor, nos arredores de Bissau, local em que suas peças foram adquiridas, segundo consta nas fichas de inventário do MNE. Uma referência no Boletim Cultural da Guiné, no entanto, indica a existência de um régulo Joaquim na região de Có, numa casa próxima a um grande número de árvores de poilão, cercada de altas estacas e ocupada por uma numerosa quantidade de mulheres, indicador de uma situação abastada. As suas esculturas parecem ter como característica retratarem cenas da vida quotidiana na Guiné-Bissau. O roubo balanta, mulheres a pilar, cerimônias rituais, a extração do óleo de palma, são alguns dos motivos que fazem parte do repertório deste artífice. As suas peças possuem dimensões em geral reduzidas. São confeccionadas em madeira, sobretudo de poilão, árvore abundante na Guiné-Bissau e são pintadas com pigmentos extraídos de elementos como o carvão e o óleo de palma, possivelmente preparados pelo próprio escultor.