MatrizNet

 
Logo MatrizNet Contactos  separador  Ajuda  separador  Links  separador  Mapa do Site
 
sábado, 27 de abril de 2024    APRESENTAÇÃO    PESQUISA ORIENTADA    PESQUISA AVANÇADA    EXPOSIÇÕES ONLINE    NORMAS DE INVENTÁRIO 

Animação Imagens

Get Adobe Flash player

 


 
     
     
 
FICHA DE ENTIDADE
Museu:
Denominação:
Cunha, António Cândido da
Tipo:
Autor
Nascimento:
Barcelos, 1866
Óbito:
Porto, 1926
Biografia:
António Cândido da Cunha viveu entre 1866 e 1926. Em Barcelos, onde nasceu e passou a infância, manifestou especial propensão para o desenho e a música. Tais inclinações deve tê-las herdado do pai, José Joaquim da Cunha, conhecido em Barcelos como desenhador de projectos de arquitectura e como músico. Cândido da Cunha frequentou a Academia de Belas Artes do Porto entre 1887 e 1894. Seus mestres foram António Sardinha, em Arquitectura Civil (classe em que obteve o Prémio Soares dos Reis em 92), Marques de Oliveira em Desenho e João A. Correia em Pintura Histórica. Foi nesta modalidade que Cândido da Cunha terminou o curso, precisamente com a apresentação de Agar e Ismael no deserto, prova classificada com 18 valores, merecedora de men¬ção de louvor por parte do júri académico. Ainda no Porto, integrou entre 1893 e 97 as Exposições d’Arte, promovidas por António José da Costa, Marques de Oliveira, Marques Guimarães e Júlio Costa. Em Lisboa, estreou-se em 1896 no Grémio Artístico, tendo em 98 conquistado a medalha de 2ª classe, justamente com o seu último trabalho escolar Agar e Ismael. Nesta fase, compreendida entre 1896-1898, o pintor estudou em Paris, na Academia Julian, sob protecção régia e a expensas do Estado português. Aí se aperfeiçoou com Jean-Paul Laurens e Benjamin Constant. Prova de que foi muito apreciado pelos seus mestres na capital francesa foi a admissão, em 1898, no Salon parisiense, com o Viático na aldeia, tela que havia realizado na Bretanha, em Finisterra. Este trecho valer-lhe-ia uma 3ª medalha na Exposição Universal de Paris de 1900. Após o regresso a Portugal, em finais de 1898, iniciou um novo ciclo que viria a revelar-se bastante produtivo, de tal modo o pintor se deixou seduzir pelos motivos de paisagem da região de Barcelos, arredores de Esposende e Águeda. Esta época ficou marcada pela apresentação pública nas mostras da Sociedade Nacional de Belas Artes em Lisboa (entre 1902-1915) e no Porto (entre 1909-1911). Em finais de carreira, compareceu em diversos certames de iniciativa particular, levados a efeito na cidade do Porto. Carlos Ramos, na Ilustração Moderna (1926), ao examinar a obra de Cândido da Cunha organiza-lhe o percurso artístico faseando-lhe as obras. A fase a que chamou de uma primeira maturidade (1897 a 1899), equivalente a época parisiense e aos anos que imediatamente a antecederam e lhe sucederam, caracteriza-se por simplicidade de meios de expressão e vivacidade na interpretação dos temas com que pintou pequenos quadros, como a Pochade (Rua da Rainha), o Boulevard Montparnasse ou o Carnaval de Paris, e a portuguesa Feira de Barcelos. O espírito romântico do artista foi-se deixando entretanto atrair por motivos pungentes, como o nocturno Viático, logo eleito como a sua obra-prima (ficou irremediavelmente perdido no naufrágio do vapor St. André, dele restando um esboceto no Museu Nacional de Soares dos Reis). A produção ulterior, compondo-se de obras de idealização mais rica e impressionante, viria a contrapor-se as anteriores. O pintor parece ter ficado entregue ao recolhimento do seu temperamento solitário, fazendo circunscrever os assuntos dos seus quadros – sem no entanto os repetir – a aspectos de paisagens fluviais, silenciosas, imersas numa luz vespertina. A tela exposta no Museu Nacional de Soares dos Reis Últimos raios de sol data de 1897 e evoca um ambiente repousante de entardecer, bem representativo da paisagística de Cândido da Cunha quer pela opção de tons sombrios, encontrados em “climas” de penumbra, quer pela representação das águas calmas de um rio. Quando Joaquim Lopes lhe chamou “pintor das horas crepusculares” estava a referir-se a temas como este por si tratados, “... temas vividos nas horas tranquilas do amanhecer e do declinar do dia, absor¬vendo-lhes toda a beleza cromática”.
 
     
     
   
     
     
     
 
Secretário Geral da Cultura Direção-Geral do Património Cultural Termos e Condições  separador  Ficha Técnica