Biografia:
Nasceu a 21 de Julho de 1905 em Leça da Palmeira, onde viria a falecer em 1967. Muito novo, foi para o Brasil, seguindo a carreira comercial, mas aí mesmo começou a manifestar as suas tendências artísticas, recebendo aulas livres de desenho.
De regresso a Portugal em 1924, inscreve-se no ano seguinte na Escola de Belas Artes do Porto, que frequentou até 1935, concluindo o curso de pintura com a classificação de 17 valores. Foi aluno de António Carneiro, José de Brito, Acácio Lino e Joaquim Lopes.
Iniciou a sua actividade artística como pintor de azulejos na Fábrica de Cerâmica do Carvalhinho em 1932 e há notícia de obras por si realizadas até 1936.
Nesse mesmo ano foi nomeado professor de Desenho Profissional da Escola Industrial de Faria Guimarães, lugar que ocupou até 7 de Julho de 1941. Foi então nomeado Conservador do Museu Nacional de Soares dos Reis, actividade que exerceu até à morte em 25 de Abril de 1967. Neste campo, dedicou-se sobretudo à consolidação e restauro da colecção de pintura do Museu.
A obra de Agostinho Salgado é de cariz naturalista e tem como temas predo¬minantes a paisagem e o retrato. Foram as paisagens rurais, quer dos arredores do Porto, quer de Braga, onde passava algumas temporadas, que mais o inspi¬raram, e nos retratos, quase todos por encomenda, como os que realizou para a Universidade do Porto, ou para a Biblioteca da Câmara Municipal de Matosinhos, procurou dar a conhecer o perfil psicológico dos retratados.
Não se integrando nas correntes modernas do seu tempo, a obra de Agostinho Salgado demonstra um perfeito domínio da técnica, onde revela grande qualidade. Entre as suas actividades é ainda de salientar a colaboração nas revistas Museu, O Tripeiro e Lusíada.
Agostinho Salgado foi dando a conhecer a sua obra ao longo dos anos em varia¬díssimas exposições. Assim, e para citar apenas as mais significativas, partici¬pou, no Porto, em 1935, na Grande Exposição dos Artistas Portugueses, que lhe valeu uma menção honrosa; na Homenagem a Marques de Oliveira, em 1947; nas Exposições de Arte Moderna dos Artistas do Norte, organizadas pelo Secretariado Nacional de Informação, entre 1947 e 1953, sendo-lhe atribuído o prémio António Carneiro, em 1951; e no IV Salão dos Novíssimos, em 1962.
Em Lisboa, concorreu a Salões da Primavera da Sociedade Nacional de Belas Artes entre 1941 (onde recebeu uma 3ª medalha) e 1958 e ao XVI Salão do Estoril, em 1950, que lhe valeu a 1ª medalha. Esteve presente em 1957 e 1960 nos Salões dos Independentes no Minho, que tiveram lugar em Braga, no primeiro dos quais lhe foi concedido o 1º prémio.
Na sua terra natal, Matosinhos, participou em diversas exposições organizadas pela Câmara Municipal, onde foi premiado com a paleta de ouro do 1º Salão de Pintura de Matosinhos, em 1951 e o 1º Prémio da Municipalidade de Matosinhos. Aí expôs individualmente em 1961 e em 1968 foi organizada uma exposição póstuma em sua homenagem.
Embora a maior parte da sua obra pertença a colecções particulares, está representado em várias instituições, para além do Museu Nacional de Soares dos Reis, como o Museu de Grão Vasco, em Viseu, o Museu do Abade de Baçal, em Bragança, ou a Câmara Municipal de Matosinhos.