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FICHA DE ENTIDADE
Museu:
Denominação:
Camarinha, Guilherme
Tipo:
Autor
Nascimento:
Vila Nova de Gaia, 01/11/1912
Óbito:
Vila Nova de Gaia, 00/08/1994
Biografia:
Nascido em Gaia a 1 de Novembro de 1912, foi registado na mesma cidade a 28 de Abril de 1913. Frequentou o curso de Pintura da Escola de Belas Artes do Porto onde teve como mestres Joaquim Lopes, José de Brito e Acácio Lino. Realizou em 38 a tese final do curso, obtendo a classificação de 20 valores. Em 29 e 31 integrou as duas exposições realizadas pelo grupo + Além, grupo heterogéneo, formado por alunos da ESBAP. Obteve em 36 o prémio Sousa Cardoso do SPN, e realizou em 37 um painel para o Pavilhão Português da Exposição Internacional de Paris. Começou a leccionar Desenho na Escola Francisco de Holanda, em Guimarães, pouco antes de apresentar a tese final do curso. Três anos mais tarde passou a leccionar na Escola Faria Guimarães – hoje Soares dos Reis – onde também permaneceu 3 anos. No seu percurso artístico desenvolveu diversas técnicas: pintura a óleo, fresco, desenho, mosaico, cerâmica, vitral, escultura, tapeçaria. Respeitando o carácter específico de cada uma, desenvolveu uma obra de profunda coerência e unidade iconográfica. Em telas, frescos ou tapeçarias criou alegorias, cenas históricas e religiosas, que pela riqueza rítmica e pelo movimento lembram Paolo Ucello. São composições extremamente preenchidas e complexas, de grandes dimensões. Integram variadíssimos elementos – zoomórficos, antropomórficos, fitomórficos, geométricos ou orgânicos – tendo funções decorativas, outros estruturais, uns com carácter simbólico, outros ainda existindo unicamente por razões plásticas. O desenho – rítmico, estilizado e intencionalmente decorativo, é a estrutura destas composições. O espaço é rico de sugestões e ambiguidades. Numa mesma composição o modo de representar, com ou sem perspectiva não é, por vezes, o mesmo em todo o espaço pictórico. O cromatismo da sua paleta, de fortes contrastes claro-escuro, leva a pensar em Goya, pintor por quem Camarinha nutria especial admiração. Os dourados e vermelhos sobre fundos escuros conferem aos seus trabalhos uma luminosidade dramática. Decomposta em planos multifacetados que estruturam o espaço, a figura humana é uma constante na sua obra. De 30 a 50 foi à pintura a fresco, e especialmente à pintura de cavalete que o artista mais se dedicou. Aos primeiros frescos realizados, para o Café Rialto e para a Igreja de Nª Srª da Conceição, no Porto, seguiram-se muitos outros, realizados por encomenda: para o Palácio de Justiça no Porto, para os Tribunais de Tomar, Ovar, Faro e outros locais. Na pintura a óleo, a pincelada vigorosa, de cores vibrantes sobre fundos escuros e o cuidado posto na composição são já nessa época prenúncio das características picturais e plásticas que formarão o seu estilo inconfundível, que na tapeçaria atingirá o auge. Nos anos 40 participou: na 7ª Exposição de Arte Moderna do SPN, em Lisboa (1942); na I exposição de Arte Moderna dos Artistas do Norte, no Porto (1945); na I Exposição Primavera, no Porto (1946); na Exposição dos Artistas Premiados pelo SNI, em Lisboa (1949). Convidado em 1940 a executar um cartão para passar a tapeçaria, tornou-se nos anos 50 o pioneiro do movimento de renovação desta técnica, como forma de Arte, em Portugal. Nela se notabilizou recebendo, a partir de então, numerosas encomendas para Portugal e para o estrangeiro. Viajando por França entre 49 e 51 conheceu a manufactura de Aubusson, contactou com artistas cartonniers franceses e foi aprofundando os conhecimentos sobre esta técnica. Expôs tapeçarias: em 52, no Palácio Foz, em Lisboa; no início dos anos 60, nas I e II Bienais de Lausanne; em 66 na Exposição de Tapeçaria e Vidro, em Estugarda; em 81, no Castelo de Angers, na Bélgica. Realizou mais de 180 tapeçarias para particulares e para embaixadas, bancos, hotéis, tribunais e outros locais. Encontram-se no Porto tapeçarias da sua autoria em diversos edifícios: Câmara Municipal, Banco Totta & Açores, Sogrape, União de Bancos, Hotel Batalha. Ganhou o prémio Nacional de Tapeçaria em 1967. Assistente da Esbap de 59 a 62, expôs nas VIII, IX, X e XI Exposições Magnas da Escola. Expôs individualmente no Porto, em 52 e 88 e em Lisboa em 58. Esteve presente desde 1950 nas seguintes exposições: 2ª Bienal do Museu de Arte Moderna de S. Paulo em 53; colectiva promovida pelo Ciclo de Cultura Teatral na Galeria Alvarez, no Porto (1954); I e II exposições da Fundação Calouste Gulbenkian (1957 e 1961), ganhando na 1º o segundo prémio de Pintura; 15 Artistas Premiados pelo SNI, em Amarante (1960); Exposição de Artes Plásticas no Centro Universitário do Porto (1960); Dois Séculos de Modelo Vivo – 1765 – 1965 na ESBAP (1965); os Lusíadas 1572 – 1972 em Lisboa (1972); O ensino das Belas-Artes. Património da ESBAP e da FAUP, no Porto (1973); Levantamento da Arte do século XX no Porto, no MNSR (1975); Pintura Portuguesa na GAN, em Lisboa (1985); Artistas premiados nas I e II Exposições de Artes Plásticas da FCG, em Lisboa (1986); 80 anos de Arte no Porto, FCP (1987); 100 anos de Arte no Porto, na Cooperativa Árvore (1992). Em 1987 realizou-se em Vila Nova de Gaia em sua homenagem uma exposição individual, acompanhada do livro Guilherme Camarinha, pelo Rotary Club dessa cidade Imerso em numerosas encomendas para tapeçaria, foi pintando cada vez menos, embora nunca o deixasse de fazer. Morreu em Agosto de 1994.
 
     
     
   
     
     
     
 
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