Denominação:
Soares, António
Biografia:
António Soares nasceu em Lisboa no ano de 1894, cidade onde morreu 84 anos depois, em 1978. Sem qualquer formação académica, inicia a sua carreira artística como ilustrador, apresentando-se pela primeira vez ao público na II Exposição dos Humoristas, em 1913.
Trabalha especialmente nas décadas de 1920-30, integrando o movimento modernista português, e dedica-se à pintura, às artes gráficas, e, ainda realiza tarefas de decorador e cenógrafo. A partir da década de 1940 continuou a desenvolver trabalho nas artes plásticas, porém, regressou, sem explicação aparente, a temas e modelos mais academizantes, de um mero decorativismo.
A sua “Natacha” (1928) representa uma bailarina russa que passou por Lisboa e é uma das suas obras pictóricas mais significativas, assim como o “Retrato da sua irmã” (1929). As suas pinturas caracterizam-se principalmente pela insistência numa sensualidade, num tratamento de modernidade pela sintetização da forma, e, por uma certa dramaticidade na postura figurativa.
Soares dedicou-se sobretudo às artes gráficas, colaborou frequentemente com diversas publicações, fez anúncios, sendo um dos primeiros cartazistas portugueses e foi um excelente capista de publicações como a “Magazine Bertrand” e a “Ilustração”. As suas soluções gráficas destacavam-se sobretudo pela sua delicadeza e pela estilização das composições, que combinava com uma capacidade de captação do momento, em instantâneos característicos.
No que toca ao seu trabalho como decorador, destaca-se a sua participação, em 1925, para o café “A Brasileira”, no Chiado, com as pinturas “Uma Conversa de Mulheres de Luxo” e “Uma Cena de Café”.
Os seus trabalhos cenográficos, tanto para teatro como para cinema, pelo seu carácter efémero, proporcionaram-lhe uma ousada experimentação estética, superior às dos seus restantes trabalhos.
António Soares viu o seu mérito reconhecido através dos significativos prémios que obteve em Portugal e no estrangeiro, entre eles os prémios da Sociedade Nacional de Belas Artes em 1928 e 1929, o Prémio Columbano em 1935 e 1948, o “Grand Prix” na Exposição Internacional de Paris em 1937 e a Medalha de Honra em Nova Iorque em 1939.
Ao longo da sua vida realizou muitas exposições individuais e participou em diversas exposições colectivas, tanto em Portugal como no estrangeiro, como as Exposições de Vincennes (1929), as Exposições Internacionais de Paris (1937) e de Nova Iorque (1939) ou a Exposição de Arte Portuguesa no Rio de Janeiro (1965).