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FICHA DE ENTIDADE
Museu:
Denominação:
Gand, Olivier de
Tipo:
Autor
Nascimento:
Século XV (?)
Biografia:
Em 1498, D. Jorge de Almeida, bispo-conde de Coimbra, contrata com os mestres Olivier de Gand e Jean de Ypres, respectivamente escultor e pintor dourador flamengos, a empreitada do retábulo da Sé Velha de Coimbra, que terminarão em 1502, tendo os últimos pagamentos documentados em Dezembro de 1501 (Correia 1953; Santos 1950; Santos 1953). Olivier de Gand vinha de Toledo. Em 1499, recebera a encomenda do altar de Santo Eugénio para a catedral primaz, que contudo não deve ter executado por ter vindo trabalhar para D. Jorge de Almeida. A “obra mui prima” (Nogueira 1942) da Sé de Coimbra, que ocupa o côncavo absidal, rematava pela legenda Domine, dilexi decorem domus tuae, que o bispo-conde mandara gravar no arco cruzeiro da igreja para reafirmar a glória do seu patrocínio. Sob o amplo dossel da abóbada celeste, a composição do retábulo organiza-se verticalmente a partir do eixo em que se situam o Padre Eterno, São Miguel Arcanjo, o Calvário, as armas episcopais de D. Jorge de Almeida mostradas por dois anjos tenentes e a Assunção da Virgem sobre os dois painéis, da Natividade e da Ressurreição de Cristo, na predela (Macedo 1988). É uma imensa arquitectura esculpida para glorificação da Virgem, na presença de Deus Pai, de Jesus Cristo e sob a tutela pessoal do bispo D. Jorge, materializada no brasão, completada pelos santos físicos protectores (São Cosme e São Damião), os Apóstolos e os Evangelistas. As relações que estabeleceu com o cabido e com o bispo de Coimbra foram propícias ao mestre de Gand. Em 1503, serve de intermediário na compra de azulejos mudéjares em Sevilha para o revestimento da catedral coimbrã. Ainda em Coimbra, terá esculpido o Calvário da igreja de São João de Almedina (hoje conservado no MNMC, Inv. 1241-1243; E 296, E 280 e E 276). Entre 1508 e 1509, encontra-se a trabalhar em Évora sob o patrocínio do rei D. Manuel. No mosteiro de São Francisco de Évora, Olivier de Gand trabalha na execução do retábulo de marcenaria da capela-mor com o sacrário, as imagens da Virgem, São Francisco e o Calvário como remate, a enquadrarem as pinturas de Francisco Henriques. Terá ainda entalhado o desaparecido cadeiral, estante, grades e outras moldurações de madeira para pinturas dos altares do corpo da igreja. Na catedral de Évora, o anjo de madeira policromada pode igualmente ser obra de Olivier de Gand, ou de um artista que trabalhou na sua órbita; Reynaldo dos Santos reconheceu-o próximo da arte das oficinas de Bruges (Santos s.d., p. 314). Mestre Olivier surge logo depois documentado em Tomar, em 1511, a terminar a empreitada de ornamentação da charola e a trabalhar no coro do convento de Cristo, com uma campanha de sete oficiais de marcenaria e com o parceiro Fernão Muñoz que continuará a obra após a morte do escultor de Gand, ocorrida em 1512. Para o coro, executaram o cadeiral, destruído em 1810 às mãos dos franceses, cuja composição deveria incluir um alto espaldar com uma série de nichos arquitectónicos que albergavam figuras de santos, rematado por um grande baldaquino de madeira filigranada. Dele, resta a escultura do Anjo Heráldico cuja suave gravidade da figura é sublinhada pelas grandes dimensões do escudo régio, símbolo do valor legitimador da heráldica na obra de arte e em todas as representações do poder real no período manuelino. O programa da decoração em madeira policromada da intervenção manuelina na charola do Convento de Cristo, cujos trabalhos têm de datar-se desde o início da campanha de Olivier de Gand até c. 1518, incluía para além do cadeiral, a imaginária colocada nas arcadas do tambor central e as imagens sobre mísulas das paredes exteriores, eventualmente ainda executadas segundo o projecto inicial do mestre flamengo.
 
     
     
   
     
     
     
 
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