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FICHA DE ENTIDADE
Museu:
Denominação:
Mestre dos Túmulos Reais
Tipo:
Autor
Nascimento:
Século XV (?)
Biografia:
Mestre desconhecido cuja personalidade artística foi caracterizada por António Nogueira Gonçalves a partir da obra de imaginária esculpida nos túmulos de D. Afonso Henriques e de D. Sancho I, ditos os Túmulos Reais, no mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, cuja obra de arquitectura foi executada pelo mestre de pedraria Diogo de Castilho, entre 1518 e 1522 (Gonçalves 1984, p. 27-53). Para Nogueira Gonçalves, a obra do Mestre dos Túmulos dos Reis situa-se dentro do plasticismo de transição do Gótico para o Renascimento. As figuras masculinas (apóstolos, evangelistas, profetas, figuras do remate, anjos tenentes do Túmulo de D. Afonso Henriques e os anjos músicos do Túmulo de D. Sancho I) “são acentuadamente góticas, pelo realismo intenso das máscaras, oscilação de proporções na medida que convinha a cada caso, pelo tratamento dos panejamentos”, com pouca preocupação com a anatomia que é tratada pouco equilibradamente, “a metade natural de cima é mais desenvolvida que a inferior; as mãos são tratadas livremente; na posição geral daqueles que são contorcidos, só ao efeito geral se atende e não às possibilidades da coluna vertebral e dos membros. Os tecidos espessos, como nas túnicas e mantos dos Apóstolos, muito requebrados e variados, têm, como era próprio do Gótico, o desenvolvimento que convinha ao efeito, e não o natural se desdobrados fossem”. Nas figuras femininas, ainda segundo o mesmo autor, o anónimo escultor revelou uma maior capacidade de individualização dos rostos, acrescentando-lhes ornatos de gramática miscigenada, como os louros da imagem da Fortaleza. A Virgem do Leite do Túmulo de D. Sancho I é, dentro do grupo das imagens femininas – a que se devem juntar a Virgem do Leite de D. Catarina d’Eça (MNMC inv. 859 E 105) e a Virgem com o Menino do exterior da cabeceira da Sé de Braga –, a de talhe mais harmonioso, com gravidade clássica estampada no rosto e a cabeça do Menino trabalhada como a de um putto romano. A mesma linguagem é reconhecível no Anjo Heráldico do Mosteiro de Santa Clara de Coimbra (MNMC inv. 799 E 110). A parceria com Diogo de Castilho sugere que o percurso do Mestre dos Túmulos Reais tenha ocorrido em grande proximidade do itinerário dos biscaínhos irmãos Castilho, Diogo e João, iniciado em Braga, continuado por Vila do Conde, Belém, até chegar a Coimbra, a Santa Cruz, em plena campanha de obras manuelina. O facto do escultor João de la Faya surgir documentado em Coimbra no círculo de mestre Diogo, levou Pedro Dias a identificá-lo como um dos escultores dos túmulos de D. Afonso Henriques e de D. Sancho I (Dias 1993, p. 59-62), hipoteticamente com o próprio Mestre dos Túmulos dos Reis.
 
     
     
   
     
     
     
 
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