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FICHA DE ENTIDADE
Museu:
Denominação:
O'Neill, Alexandre
Tipo:
Autor
Nascimento:
Lisboa, 1924
Óbito:
Lisboa, 1986
Biografia:
Fez o Curso Complementar de Letras, abandonando a ambição de seguir estudos de Náutica por problemas físicos. Funcionário público, empregado numa empresa de seguros, escritor, colaborador habitual nos meios de comunicação – jornais, revistas, rádio – e técnico de publicidade. Colaborou em Litoral, Mundo Literário, Seara Nova, Diário de Lisboa e foi antólogo de Gomes Leal, Teixeira de Pascoaes, João Cabral de Melo Neto e Carl Sandburg, e traductor de Jarry e de Brecht. Figura fundamental nas primeiras actividades do movimento surrealista português, dele se afastou em 1951, data da publicação do livro que no seu título – Tempo de fantasmas – caracteriza negativamente aquelas actividades e assinala o seu afastamento. A obra poética de O'Neill, iniciada em 1948 com a publicação pelos Cadernos Surrealistas da sua "novela em imagens" A ampola miraculosa, tem sido recolhida (sem o poema referido, talvez por causa das fronteiras do género) em Poesias completas. 1951-1981 (Lisboa: IN-CM, 1982; 2ª ed., aumentada, 1983; 3ª ed., 1986), com prólogo de Clara Rocha, quem nos fala de um "percurso efectivo na obra de O'Neill, que vai do entusiasmo ao desengano, passando pelo divertimento, pela ironia e pelo humor negro", para depois se referir ao "projecto" do autor, que "coincide com o programa do surrealismo: a libertação total do homem e a libertação total da arte. O que implica: primeiro, uma poesia de 'intervenção' [...]; segundo, a libertação da palavra de todas as formas de censura", uma libertação da palavra que seria "a sinécdoque da libertação do homem". Assim, e para além do carácter de "intervenção" com que se nos apresenta a poesia de O'Neill, tem de se destacar nela a "invenção", e, para isso, o autor recorre à tradição da poesia medieval galaico-portuguesa e da poesia barroca, bem como à lição de autores particulares como Tolentino ou Cesário, para misturar essas presenças com as influências vindas da linguagem popular (o calão lisboeta, sobretudo) ou da linguagem da publicidade, e tudo ao serviço de uma desarticulação satírica da realidade para a sua possível ou impossível rearticulação numa realidade artística superior. No campo das artes plásticas a sua produção foi escassa, mas de grande qualidade, como o demonstram os poucos exemplos que nos chegaram, limitados à colagem A linguagem (exposta na primeira exposição do Grupo Surrealista de Lisboa), à novela A ampola miraculosa (editada na colecção Cadernos Surrealistas), a alguns desenhos automáticos e aos registos fotográficos de duas obras, datadas de 1947. Todos revelam o desejo de experimentação que movia o artista, interessado pelo automatismo controlado e pelo acaso, procurado através do sopro, do desenho automático e da ocultação. Processo descoberto em Portugal por ele e Domingues na literatura e experimentado pela primeira vez nas artes plásticas por O’Neill, e depois amplamente desenvolvido por Fernando Azevedo. Sabe-se, por fontes documentais, que realizou também fotomontagens, mas nada conseguimos encontrar desta produção, em parte desaparecida, como aconteceu com as fotomontagens realizadas para Corpo visível, de Mário Cesariny, expostas na II Exposição de Os Surrealistas, grupo com o que se relacionou, entre 1950 e 1951, depois de abandonar o Grupo Surrealista de Lisboa, de que foi um dos fundadores.
 
     
     
   
     
     
     
 
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