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FICHA DE ENTIDADE
Museu:
Denominação:
Marques, Bernardo
Tipo:
Autor
Nascimento:
Silves, 21/11/1898
Óbito:
Lisboa, 28/09/1962
Biografia:
Bernardo Loureiro Marques nasceu a 21 de Novembro de 1898, em Silves, no seio de uma família tradicional, abastada e culta. Interessado pelos estudos literários, após ter frequentado o Liceu Central João de Deus, em Faro, ingressou em 1918 na Faculdade de Letras de Lisboa, então a funcionar no Convento de Jesus, próximo do Chiado. Cativado pelo ambiente de fervor cultural que então se vivia nessa zona lisboeta, rapidamente se interessou pela vida artística da capital. Bernardo já nutria o gosto pelo desenho, porém foi com o convívio nos cafés e nas tertúlias artísticas que pode desenvolver a sua prática. É através do desenho humorístico, das caricaturas, que inicia a sua carreira artística em 1920 com participação na 3ª Exposição de Arte do Grupo dos Humoristas Portugueses, no Teatro São Carlos (juntamente com António Soares e Almada Negreiros, entre outros) e com a colaboração nas revistas “ABC” e “Ilustração Portuguesa” (onde publica até 1922 e 1924, respectivamente). Foi provavelmente a participação e a boa aceitação nessa exposição que o levaram a decidir-se definitivamente pela vida artística, abandonando a faculdade (que frequentou até ao terceiro ano) e dedicando-se à prática do desenho, trocando a formação académica por uma formação vivencial, na convivência diária com outros artistas. A sua carreira abrangeu várias actividades, tendo trabalhado como ilustrador, artista gráfico, decorador, cenógrafo, figurinista e paisagista, onde o desenho, o seu meio de expressão por excelência, teve sempre um papel de grande relevo. Como artista gráfico salientou-se, sobretudo, na década de 20 pelas suas representações do quotidiano Lisboeta onde, com alguma ironia e ao mesmo tempo ternura, conseguia captar a dicotomia entre a “pose” idealizada de uma Lisboa moderna e elegante e a realidade de uma cidade mais provinciana. No final da década, influenciado por uma viagem a Berlim (1929) e, principalmente, por Georges Grosz, os seus desenhos são marcados pela sátira social através de uma técnica mais expressionista. A sua aptidão específica para o grafismo e para a ilustração levaram-no, ao longo da sua vida, a colaborar nas principais publicações da época, como é o caso da “Página de Domingo” de “O Século” (1921), da “Contemporânea” (1922), da “Revista Portuguesa” (1923), do “Diário de Notícias” (1925/9), do “Noticias Ilustrado” (1929/31), da “Presença” (1933), entre outros, e a ser director gráfico das revistas “Panorama” (1941/50), “Litoral” (1944/5), e “Colóquio” (1959/62). Foram diversas as exposições colectivas em que participou, porém, não realizou nenhuma exposição individual em vida e muitas foram as obras que nunca publicou. Bernardo Marques também relevou uma particular aptidão como decorador, trabalhando principalmente em encomendas oficiais e sobretudo ao serviço do S.P.N./S.N.I., integrando as equipas de decoradores dos pavilhões portugueses das Exposições Internacionais de Paris (1937), de Nova Iorque e de São Francisco (1939), bem como dos pavilhões da Colonização, da Vida Popular e dos Portugueses no Mundo da Exposição do Mundo Português (1940). A ilustração de obras literárias foi outra faceta muito importante da sua carreira artística. Através da união da sua sensibilidade plástica com a sua formação literária, conseguia um casamento perfeito entre texto e ilustração. Entre as várias obras que ilustrou contam-se autores como Eça de Queirós e Cesário Verde. A última fase da sua obra, e a mais íntima, é dedicada sobretudo à análise paisagística quer urbana quer rural, através de uma enérgica exploração gráfica e de uma evidente necessidade de distanciamento, já anteriormente perceptível na sua obra. Em obras que se caracterizam sobretudo pela intemporalidade, sendo muito mais evocativas que descritivas, representa espaços pelos quais nutre um carinho especial como é o caso de Lisboa, de Sintra e do Algarve, em que através do desenho linear a negro consegue criar volume e efeitos de luz de forma exímia. Bernardo Marques morre a 28 de Setembro de 1962, deixando uma intensa produção artística, sensível aos sucessivos gostos das décadas de 1920, 30, 40 e 50 e marcada por grandes mudanças no panorama social, político e cultural do país.
 
     
     
   
     
     
     
 
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