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FICHA DE ENTIDADE
Museu:
Denominação:
Vieira, Jorge Ricardo da Conceição
Tipo:
Autor
Nascimento:
Lisboa, 16/11/1922
Óbito:
Estremoz, 00/00/1998
Biografia:
Jorge Vieira nasce em 16 de Novembro de 1922 numa família da pequena burguesia lisboeta. Frequenta sem grande empenho o Instituto Comercial e o Instituto Nacional de Educação Física, até que seu pai o matricula na Escola de Belas-Artes de Lisboa, que frequenta entre 1944 e 1953. Inscrito em Arquitectura, mais tarde decide seguir os estudos no curso de Escultura, tornando-se aluno do escultor naturalista Simões de Almeida (tio) e de Leopoldo de Almeida, que então leccionava a cadeira de Desenho. O curso é concluído com a execução de uma estátua de Raul Brandão, com a classificação de 18 valores e que lhe mereceu o prémio escolar “Maria Helena Ruy Gameiro”. A sua aprendizagem complementa-se ainda nos ateliers de António Duarte, Francisco Franco e António da Rocha (escultores cujas propostas artísticas não o interessavam particularmente mas que lhe permitiam explorar diversas técnicas), no atelier do arquitecto Frederico Jorge (onde trabalha durante uns tempos) e no contexto dos cafés de Lisboa (frequentados por artistas e intelectuais como Sena da Silva, Lagoa Henriques, João Abel Manta, Cruzeiro Seixas ou Mário Henrique Leiria). A sua primeira exposição individual realiza-se em 1949, na Sociedade Nacional de Belas-Artes. As suas experiências abrangem o desenho, desde 1946, a colagem e a escultura em terracota, oscilando entre o classicismo, o surrealismo e a abstracção. Uma viagem a Paris e Londres, em 1948, foi fundamental para o desenvolvimento do seu trabalho e conhecimento da produção de Brauner, Ernst, Picasso, Moore, Arp e César. As referências arqueológicas e materiais orgânicos das suas obras ajustam-se ao imaginário surrealista em peças oníricas, metamorfoseadas, algo fantásticas e, por vezes, com humor, e, mais tarde retomadas, nos anos setenta, com um discurso de modernidade. Jorge Vieira pertence ao grupo de artistas que, crescendo num país dominado pelo regime autocrático de Salazar, sente curiosidade e necessidade de conhecer o estrangeiro. Em 1948 visita Paris e Londres e em 1950 viaja por Itália, na companhia do pintor Sá Nogueira e de Duarte Castel-Branco. Em 1954 instala-se em Londres e inscreve-se na Slade School, onde trabalha com Reginald Butler, F. E. McWilliam e Henry Moore. Em 1953 Jorge Vieira participa num concurso internacional de escultura patrocinado pelo Institut of Contemporary Arts de Lodres, com um projecto para o monumento O prisioneiro político desconhecido, que viria a ser seleccionado e exposto na Tate Gallery. Essa obra, comprometida politicamente enquanto protesto contra o Estado Novo, apenas viria a ser executada algumas décadas mais tarde, sendo finalmente erigida em 1994, na cidade de Beja. Vieira conceberá outras intervenções para o espaço público, das quais se destacam: o grupo de baixos-relevos para o Bloco das Águas Livres (1956); uma Varina em bronze colocada na Avenida Infante Santo, em Lisboa (1957); uma escultura abstracta em cimento e em bronze para o Tribunal do Redondo (1965); uma peça em aço para o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (1972); uma escultura dedicada a Aquilino Ribeiro, em Soutosa (1981); o Monumento ao mineiro, em Aljustrel (1986-1988); ou as Joaninhas colocadas em frente aos paços do concelho de Lisboa (1998). Em 1958 o escultor participa na Feira Internacional de Bruxelas, sendo o único escultor português seleccionado para figurar na exposição “50 Ans d’Art Modern”. No início da década de 1960 obtém o 1.º Prémio de Escultura da 2.ª Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian e, dois anos depois, recebe o 1.º Prémio no concurso para a valorização plástica do maciço de amarração norte da ponte Salazar (actual ponte 25 de Abril). Ainda em 1964 não consegue admissão como docente de Escultura na Escola de Belas-Artes de Lisboa, devido às suas posições políticas. Alguns anos mais tarde será admitido como 1.º Assistente na Escola de Belas-Artes do Porto (1976), transitando em 1981 para a Escola de Belas-Artes de Lisboa, onde se jubilará em 1992. Em 1982 Vieira adquire uma casa numa pequena povoação nos arredores de Estremoz, onde passa a residir quase permanentemente e onde tem espaço para realizar o seu trabalho. A ligação com o Alentejo levará o município de Beja a inaugurar em Maio de 1995 a Casa das Artes Jorge Vieira, museu monográfico que acolhe grande parte do seu espólio. O trabalho de Jorge Vieira não se insere num estilo ou “escola” específicos. As suas obras denotam influências variadas, como o surrealismo ou a arte primitiva e, embora faça aproximações periódicas à abstracção, detém-se principalmente na figuração, tomando como principais referentes o corpo humano e o mundo animal. O período final da carreira do escultor é marcado pela inauguração de uma importante retrospectiva da sua obra no Museu do Chiado (1995) e pela encomenda feita para a Expo’98, que lhe proporcionou uma maior visibilidade pública (Homem-sol, 1998). O escultor viria a falecer nesse ano em Estremoz.
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