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FICHA DE ENTIDADE
Museu:
Denominação:
Castro, Lourdes
Tipo:
Autor
Nascimento:
Funchal, 1930
Biografia:
Lourdes Castro nasce no Funchal a 9 de Dezembro de 1930. Vive e trabalha na Ilha da Madeira. Em 1956 completa o Curso Especial de Pintura na Escola de Belas Artes de Lisboa, e aí conhece futuros companheiros de Paris, como José Escada, Gonçalo Duarte, Costa Pinheiro, João Vieira e René Bertholo, com quem casa em 1957. Nesse ano, os dois partem para Munique, onde expõem com Costa Pinheiro e Gonçalo Duarte, e no início de 1958 fixam residência na capital francesa. Com Bertholo, começa a executar artesanalmente numa mesa de serigrafia a revista KWY (12 números entre 1958 e 1963) que irá reunir colaboração de artistas e escritores da cena parisiense, assim como portugueses. Juntamente com o artista búlgaro Christo e o alemão Jan Voss, e compatriotas já mencionados, Castro e Bertholo constituem um grupo informal em torno da revista KWY, que no princípio da década de 1960 se apresenta em quatro exposições, Saarbrücken (Alemanha, 1960), Lisboa (1960), Paris (1961) e Bolonha (1962). A mostra tem vasta repercussão crítica na imprensa portuguesa, numa época de debate intenso entre abstracção e figuração, momento-chave e polémico da arte portuguesa desses anos. A partir de 1961 (e até 1963), Lourdes Castro começa a realizar assemblagens e caixas com objectos utilitários do quotidiano, pintando-os uniformemente com tinta de alumínio, ou reunido-os de acordo com a sua cor de origem. No seguimento dessas obras, experimenta colocá-los directamente sobre tela pré-sensibilizada, obtendo assim em serigrafia as suas primeiras “sombras projectadas” (1962), que se tornariam numa sua imagem de marca. Num primeiro momento, pinta o contorno de sombras de amigos a óleo sobre tela, mas a partir de 1964, recorta-as em placas de plexiglas colorido, jogando com a sua sobreposição ou gerando efeitos de transparência e opacidade, dotando assim esses retratos ausentes de uma aura muito própria. Com presença regular nas exposições colectivas da época (Salon de la Jeune Peinture, Salon de Mai), Lourdes Castro é desde logo situada entre os artífices de uma nova iconografia que nascia com o Nouveau Réalisme, surgido na capital francesa a partir de 1960, em reacção contra as tendências abstraccionistas do pós-guerra. No período entre 1964 e 1975, a artista expõe individualmente em inúmeras cidades da Europa (Lisboa, Munique, Paris, Londres, Amesterdão, Malmö, Basel, Hannover, Colónia, Milão, Frankfurt, Ljubliana, Praga, etc.), circulação notável para uma artista portuguesa no seu tempo. A partir de 1968, abandona o plexiglas e começa a bordar o contorno de figuras deitadas em lençóis de linho ou algodão, adaptando a sua pesquisa a uma tradição artesanal da Madeira. No Verão de 1972, realiza na ilha da Madeira o Grande Herbário de Sombras, registo das sombras de cem espécies botânicas da sua ilha natal, tomadas directamente ao sol sobre folhas papel heliográfico, série perecível que seria exposta na sua totalidade 30 anos depois, na Fundação Calouste Gulbenkian, e publicada em álbum pela editora Assírio & Alvim. Nos anos seguintes, a artista irá dedicar-se exclusivamente a apresentar espectáculos de teatro de sombras, projecto desenvolvido com Manuel Zimbro (1944-2003) durante a estadia do casal em Berlim, em 1972-73, inspirando-se na tradição milenar chinesa, no happening e nos primórdios do cinema. Espectáculos como As Cinco Estações (1976) ou Linha do Horizonte (1981) foram apresentados em várias cidades da Europa e da América Latina; duravam cerca de uma hora, e neles se via a sombra da artista sobre um rectângulo de pano com seis metros, encenando pequenos gestos e rituais quotidianos, sob a luz de projectores. Na década de 1980, Lourdes Castro desenvolve uma série de desenhos autónoma, Sombras à volta de um centro, vasos de plantas com a sua sombra vista de cima, exposta na sua totalidade no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, em 2003. Com uma presença mais intermitente nos anos de 1990, marcada pela retrospectiva na Fundação Calouste Gulbenkian de 1992, Além da Sombra, é de destacar a instalação que a artista realizou com Francisco Tropa, na representação portuguesa à Bienal de São Paulo de 1998: chamada Peça, era uma simples mesa corrida e coberta na totalidade por um lençol branco, onde se projectavam as sombras dos visitantes através de luzes localizadas. A consagração institucional e uma maior visibilidade pública só vieram mais recentemente, com o Grande Prémio EDP atribuído em 2000, e o Prémio CELPA/ Vieira da Silva de Consagração em 2004, com as correspondentes exposições de Serralves e Gulbenkian, já referidas, e uma última em 2005, no museu da Fundação Arpad Szènes/ Vieira da Silva, em Lisboa.
 
     
     
   
     
     
     
 
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