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FICHA DE ENTIDADE
Museu:
Denominação:
Calhau, Fernando
Tipo:
Autor
Nascimento:
Lisboa, 1948
Óbito:
Lisboa, 2002
Biografia:
Fernando Calhau nasce em Lisboa em 1948, e morre na mesma cidade a 12 de Junho de 2002. Realiza a sua primeira exposição individual em 1968 na Gravura – Cooperativa de Gravadores Portugueses, onde iniciara aprendizagem dois anos antes, apresentando uma série de gravuras brancas, em relevo, que denotam já o seu interesse pelo Minimalismo norte-americano e seus processos de serialidade, que o jovem artista absorvia de revistas especializadas como a Artforum ou Art in America. No início da década seguinte, sendo aluno de pintura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa desde 68, realiza duas importantes exposições individuais: na Galeria Quadrante, em 1970, apresenta uma série de pinturas em que utiliza pela primeira vez o compressor, uma pistola de pintar, industrial, que lhe permitia fazer efeitos sombreados em tinta acrílica, e recorta-lhes os cantos, adoptando o shaped canvas contemporâneo. Mas sobretudo, e isso era novidade na época, inspirada em António Areal, é um conjunto de pinturas que foi pensado e realizado para essa exposição específica na Quadrante, concebido como uma série fechada, sem posteriores desenvolvimentos, numa atitude tipicamente minimal. Na individual seguinte (Galeria Judite Dacruz, 1972), apresenta uma primeira série das chamadas “pinturas verdes”, que irá desenvolver até 1975, onde explora um esquema em torno do quadrado, com reenquadramentos e subtis variações de iluminação e tom, combinados por vezes com uma cruz, numa pesquisa que o levará em 1974 ao monocromatismo total. Após terminar o curso de pintura, vai para Londres com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, para fazer uma especialização em gravura na Slade School, sob a direcção de Bartolomeu Cid dos Santos. É na capital inglesa que consolida um crescente interesse pela fotografia, utilizando-a directamente na chapa matriz (fotogravuras), em imagens da natureza (mar, vegetação, rocha, etc.) que se combinavam com um uso conceptual da palavra, que Calhau começava a introduzir nessa época a par das imagens. Já em Lisboa, nos anos pós-revolução de 1975 e 1976, concebe séries de fotografias que expõe em cópias heliográficas, sensíveis à luz, integrando a efemeridade do suporte no seu próprio processo, ou produz inéditas combinações de fotografia com a palavra, com pinturas monocromáticas ou com aguarelas atmosféricas. Irá apresentar algumas dessas obras na exposição seminal da vanguarda portuguesa dos anos de 1970, Alternativa Zero, realizada na Galeria de Arte Moderna de Belém em 1977. Nessa época de intensa experimentação, realiza alguns filmes em Super 8, como o programático Destruição (1975), no qual o artista se filma a si próprio inscrevendo lentamente um gesto pictórico que rasura e apaga a imagem em movimento, ou em Mar I e Mar II (1976) onde o filme é combinado com diapositivos, lado a lado, formando dípticos de uma mesma imagem, parada e em movimento. Em 1978 Calhau apresenta a série Night Works, na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, marcando uma nova fase da sua carreira. Expõe grandes conjuntos de trabalhos que combinam vários media, assumindo claramente uma filiação conceptual no Romantismo, e até uma inédita influência literária (Ode à Noite de Fernando Pessoa). Há uma notável experimentação de novos motivos e materiais, surgem sequências de fotografia nocturna, a palavra surge moldada na luz azul do árgon, e o veludo negro é utilizado a par de um uso sistemático do monocromo, integrando os desenvolvimentos recentes da sua pintura. Na década de 1980, a sua actividade mostra-se mais intermitente, sendo de referir as exposições de 1987 e 1989 na Galeria Cómicos, em Lisboa, que introduziram alguma novidade na sua obra. Na primeira, expõe telas de formato triangular, em combinações de pares, a que chamou telas configuradas, adaptando uma vez mais o shaped canvas minimalista, e em 1989 apresenta monocromos negros, pintados à espátula, combinados com chapas de ferro oxidadas pelo tempo, não intervencionadas, isto em conjuntos que utilizavam parede e chão. Em 1994, inicia a longa série de pinturas negras, abstractas, mas reminiscentes de céus nocturnos nublados, que irá desenvolver até à sua morte, com apresentações principais no Museu de Arte Contemporânea do Funchal em 1995 e em Lisboa na Galeria Cristina Guerra, em 2001. Nos dois últimos anos de vida, a sua actividade artística foi particularmente intensa, sendo de destacar a retrospectiva da sua obra na Fundação Calouste Gulbenkian, Work in Progress, e no ano seguinte a exposição que fez com Rui Chafes, no Pavilhão Branco do Museu da Cidade, intitulada Um passo no escuro, onde apresentou as suas últimas obras, que refinavam e fundiam até pesquisas suas anteriores. Paralelamente à carreira artística, Calhau desenvolveu uma importante actividade como funcionário da Secretaria de Estado da Cultura desde 1976, e sobretudo, como director do Instituto de Arte Contemporânea (1996-2000), fundamental na difusão e descentralização das exposições em Portugal e na internacionalização da arte portuguesa. Em Junho de 2004, a viúva do artista, Maria Cândida Calhau, doou todo o espólio artístico (cerca de 400 obras) à Fundação Calouste Gulbenkian, facto que está na origem das exposições antológicas Convocação I e Convocação II (FCG, 2006), onde foi revelada uma desconhecida, e quase diária, produção de desenho.
 
     
     
   
     
     
     
 
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