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FICHA DE ENTIDADE
Museu:
Museu Dr. Joaquim Manso
Denominação:
Soares, José
Tipo:
Autor
Nascimento:
Nazaré, 24 maio 1922
Actividade(s):
Escritor, poeta e técnico de turismo
Biografia:
José Soares da Conceição carinhosamente tratado por “Zé Soares”, é uma referência na Nazaré, pelo seu saber e vasto entendimento sobre a cultura e identidade local. Nascido na Nazaré, em 24 de maio de 1922, filho de gente do mar, do seu percurso e experiência de vida resultaram o gosto pela investigação em vários domínios sócio-culturais, tendo como rumo uma melhor compreensão das raízes e contexto patrimonial desta vila piscatória. A sua atividade como técnico de turismo proporcionou-lhe um contacto privilegiado com a realidade local e uma proximidade com figuras de prestígio das Artes e das Letras que, por motivos profissionais ou atraídos pelas singularidades das gentes e costumes da Nazaré, aqui se fixaram temporariamente. Com uma forte intervenção a nível comunitário, ao longo da sua vida, José Soares dedicou especial atenção ao tecido cultural da vila. Do contacto com Branquinho da Fonseca (1905-1974), que permaneceu alguns anos na Nazaré nas décadas de 1930-40, como Conservador do Registo Civil, sobressai a partilha de informações que terão contribuído para o seu romance “Mar Santo” (1952). Sendo Branquinho da Fonseca fundador da Biblioteca da Nazaré, a José Soares se deve a sua recuperação e reativação, em 1972. Na mesma década de 1970, José Soares colabora com o então diretor do Museu Dr. Joaquim Manso, Saavedra Machado, na recolha e estudo de objetos etnográficos, com vista à organização e abertura desta instituição. Hoje, nesta casa, ainda é visível algum desse trabalho. José Soares também se dedicou a atividades político-sociais: foi professor de Educação para Adultos (“regente escolar”), membro da Liga dos Amigos da Nazaré e da Associação de Defesa da Nazaré, sindicalista e candidato pela CDU à Câmara Municipal da Nazaré (1989). Autor de uma vasta produção literária, galardoado por duas vezes com o prémio literário “Guilhim de Cristal”, José Soares deu a conhecer vários estudos, romances, peças de teatro e poesia. Da sua atividade literária, citam-se: "Ventania" (c. 1960), primeiro livro de versos; "Canções do Mar" (1990), "Máquina do (Contra) Tempo" (1997), "Poearte – Navegar Contra o vento" (poligrafia) (2001), "O Romance da Cadeia" (1986) e "O Corrimoeiro – e outras estórias de contragosto". Das suas investigações, resultaram "José da Beca – etnobiografia" (1997), "Cem anos de Naufrágios na Costa da Nazaré" (1998) e "Os Mitos da Lagoa" (2002). São múltiplas as presenças em jornais e rádios da região. Outros projetos estão ainda em vias de publicação: Dicionário da Identidade Nazarena; Gramática do Falar da Nazaré; Cem poemas esquecidos e Vários trabalhos ensaísticos sobre etnografia, linguística, política, identidade social. Conviveu com várias personalidades do mundo da cultura e da arte, nacionais e estrangeiros, criando laços de sincera amizade e uma verdadeira rede de interesses culturais. Entre muitos outros, citam-se o seu “mestre” Cónego Feliciano; os artistas Abílio de Mattos e Silva, Jorge de Almeida Monteiro, Paul Girol, Einer Palmer, Roberto Charel, Francis Kelly, Derci Pentiado, Mário Silva, Silva Palmeira, Rosa Mendes, Carlos Borges Lopes e Francisco Abreu Pessegueiro; os escritores Branquinho da Fonseca, Miguel Torga, Alves Redol, José Cardoso Pires, Miguel Franco, António Jacinto Pascoal, … Este contacto estreito com tantos artistas e intelectuais que frequentavam a Nazaré em meados do século XX terá motivado algumas incursões pessoais no campo pictórico, de que resultaram pequenas composições, de caráter experimental mais ou menos espontâneo, ainda pouco divulgadas, e de que o Museu Dr. Joaquim Manso conserva dois exemplares, por oferta do autor no início dos anos 1970. Num resumo da sua autobiografia, José Soares refere: “O homem não é o que parece nem o que é mas o que vai sendo. É portanto, um pouco mais do que diz o poeta (Carlos Queirós): ‘por dentro das coisas é que as coisa são’. Afinal, o Homem é a sua história”.
 
     
     
   
     
     
     
 
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