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FICHA DE ENTIDADE
Museu:
Museu da Cerâmica
Denominação:
Gallé, Émile
Tipo:
Autor
Nascimento:
Nancy , 4/5/1846
Óbito:
Nancy , 23/9/1904
Biografia:
Émile Gallé (4 de Maio de 1846, Nancy — 23 de Setembro de 1904, Nancy), vitralista e ebanista (a partir de 1880), foi um dos expoentes da art nouveau. Trabalhou com vidros opacos e semitransparentes, ganhando fama internacional pelos motivos florais. Em termos de mobiliário reinaugurou a tradição da marchetaria. A principal temática dos seus artefactos são flores e folhagens, realizadas em camadas sobrepostas ao vidro, técnica por este desenvolvida, cujo nome em francês é "patê de verre", trabalhando com mestria a opacidade e translucidez do material. Uma produção de fins de século XIX e início do Século XX, traz especificamente paisagens tropicais, inspiradas no Rio de Janeiro, Brasil. A maior autoridade e coleccionador destes exemplares é Marcio Roiter/RJ/Brasil, responsável também por boa parte da memória decô do período. O pai Charles Gallé era um experiente pintor Parisiense de porcelana, que abrira um comércio deste tipo de artigos na cidade de Nancy, que imediatamente conseguiu êxito. O pequeno mas distinto atelier de vidros de mesa e artigos de porcelana fez bons negócios e inclusivamente chegou a realizar uma vasilha para o Palácio de Napoleão III. Um dos seus trabalhadores introduziu o seu filho mais talentoso com apenas 11 anos já fazia desenhos espectaculares: assim começou a duradoura relação entre Victor Prové e Émile Gallé, doze anos mais velho que ele. Conjuntamente trabalharam com os primeiros projectos do conhecido «service de ferme». No entanto antes de assumir a direcção artística do negócio paterno, Émile teve de terminar vários estudos e mudar várias vezes de cidade. No ano de 1862 mudou-se para Weimar, e não para estudar a arte do vidro, mas para estudar filosofia, botânica, mineralogia e zoologia; dai a sua posterior paixão pela flora e pela fauna. A sua ligação à mineralogia fê-lo especializar-se na técnica do fabrico do vidro, o que lhe permitiu realizar numerosas invenções neste âmbito. O jovem Gallé deixava-se encantar pela atmosfera de Weimar, a cidade dos poetas: ali conheceu a música de Franz Liszt e Richard Wagner e aprendeu a aprecia-la. Em 1886 mudou-se para Meseienthal, o centro Lorenense da fabricação de vidro e realizou práticas profissionais no local de trabalho de um antigo companheiro do seu pai durante muitos anos. Na fábrica de vidro Burgun aprendeu a difícil arte do vidro soprado. Estes primeiros anos foram acompanhados de estudos sobre pintura e realizou desenhos que podiam ser de utilidade na empresa do pai. Em 1871 apresentasse-lhe a oportunidade de representar o negócio familiar numa exposição em Londres. Ali conheceu o movimento “arts and crafts” e visitou muitas vezes o Museu de Artes e Ofícios, onde entrou em contacto com a arte Japonesa. A sua relação com o Japão fortaleceu-se graças à profunda amizade que entabulou com o biólogo Tokuso Takasima, que se instalara em Nancy por volta de 1880. Em 1878, Gallé foi contratado como perito no departamento de plantas da Exposição Universal de Paris. A mudança decisiva no desenvolvimento deste artista data de 1874, altura em que o pai lhe trespassou a direcção artística do atelier. Quatro anos mais tarde, conseguiu o triunfo na Exposição Universal com um vidro que despertou muita curiosidade com o título claro de lua deixava entrever a direcção que tomava rumo ao futuro. A riqueza criativa de Emile Gallé não pode ser concebida sem a ajuda das 300 pessoas empregadas nas suas oficinas para alcançar o seu vidro decorativo em série ou para criar peças únicas. Ele tinha um design moderno e serviço social na fábrica inspirados em projectos utópicos de William Morris, onde os resultados aliavam o prazer à arte de trabalhar. Para Gallé o trabalho não devia ser dividido ou quebrado, e o local de trabalho deveria estar para o trabalhador como o lar de habitação e da família, para o bem-estar e prazer criativo. Emile Gallé, ao assinar as peças mais criativas que saíram da maioria dos seus workshops, reconheceu o importante apoio prestados pelos seus colaboradores no projecto e na construção de objectos. O seu amigo e colaborador Emile Prouvé também o ajudou significativamente nas suas composições e gráficos na concepção e execução de mobiliário decorativo. A contribuição de Emile Gallé neste conjunto reside na maioria dos talentos criativos de observações da natureza, o seu conhecimento dos produtos químicos e respectivas complexidades para a fabricação de vidro e cristal, os seus dons para a criação de cores e inclusões no vidro, demonstram o seu génio inventivo e decorativo. Adiantado para o seu tempo, Gallé misturou um monte de influências, criando sempre algo novo e diferente, algo misterioso que lhe pertence. Entre as influências podem-se encontrar no seu trabalho ênfase da literatura e da natureza. A maioria das suas jarras têm uma frase poética esculpida ou selado, o que está relacionado com o design de objectos ou proprietário. Adaptar a sua obra para a personalidade do proprietário é uma característica comum para alguns artistas. A Natureza, que ele conhecia bem, a recolha e estudo de plantas no seu tempo livre, resultam em obras inspiradas pela natureza: vegetais como samambaias ou umbelas e animais (principalmente insectos), como a cigarra e a libélula. Em 1901, Emile Gallé fundou a “Ecole de Nancy” com Antonin Daum, Louis Majorelle e Vallin Eugène, com o objectivo de promover as artes regionais e o artesanato. Esta escola cresceu rapidamente e fez parte do movimento Art Nouveau, cuja influência e arte remontam a 1890. Na Escola de Nancy, Emile Gallé tentou manter uma certa distância dos princípios decorativos da Art Nouveau, considerando o género um pouco repetitivo, e às vezes não tão criativo o suficiente. Gallé gostava de brincar com a natureza dos materiais. Ele tratou a qualidade do material e trabalhou com novas técnicas – gostava de brincar com a transparência do vidro, de modo a criar novos efeitos visuais ou sensíveis. Gallé patenteou vários novos processos de trabalho em vidro. Emile Gallé morreu aos 58 anos de idade,de leucemia. A sua esposa Henriette Gallé decidiu manter o fabrico do marido, dando continuidade ao seu trabalho, com a ajuda de funcionários, de mestre do vidro, e de designers, assim como escultores e gravadores, sob a orientação do fiel colaborador Victor Prouvé. Antes de falecer, Henriette Gallé conseguiu reunir todos os escritos do seu marido, publicando-os, em 1908 sob o título "Escritos de Arte", obra que ajudou a aumentar a consciência do génio de Gallé.
 
     
     
   
     
     
     
 
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