Origem / Historial:
Mariana Benedita Vitória, nasceu em 1812. Casou em Roma, em 1827, com o secretário da legação de Portugal, J. P. Migueis de Carvalho e Brito, futuro (em 1846) barão de Venda da Cruz. As suas filhas casaram em famílias da nobreza romana.
Este quadro foi legado ao Museu Nacional de Arte Antiga em 1902. Trata-se de uma cópia do retrato de Mariana Benedita, filha do pintor autor do quadro, Domingos António de Sequeira. O original foi pintado em 1822 ou 1823, já próximo da partida para o exílio, retratando a filha de Domingos António Sequeira tocando espineta e esteve presente na Exposição "L' Artr Portugais de l'Époque des Grandes Découvertes au XIXe Siècle", realizada em 1931 em Paris. Desta obra existem quatro desenhos preparatórios no Museu Nacional de Arte Antiga, um deles invertido em relação à pintura. Todavia, como assinalou Maria Alice Beaumont, num deles a jovem parece ter sido desenhada com alguma anterioridade se comparada com o óleo.
Beaumont reconhece na pintura «a economia de meios, a composição, o espaço e a cor de um neoclássico», enquanto José-Augusto França situa este retrato «no âmbito de um pré-romantismo de que Sequeira se aproximou ao longo dos anos 10 e no início do decénio seguinte». Quanto a nós o que mais ressalta é o acabamento perfeito do rosto que contrasta com a maneira mais esboçada das mãos que perpassam sobre o teclado. O rigor do desenho do belo rosto de Mariana Benedita reflecte o grande retratista que foi Domingos Sequeira.
O canto superior direito do verso da moldura apresenta uma etiqueta de papel com o «nº 10» a tinta vermelha, o que corresponde ao número do quarto da Residência Oficial dos Chefes de Estado Estrangeiros (Palácio Nacional de Queluz).O canto inferior direito do verso da moldura apresenta uma chapa metálica com o número de inventário «PNQ 2227». Este número de inventário não existe no Cadastro dos Bens do Domínio Público de 1941 do Palácio Nacional de Queluz, o que indica que esta tela foi posteriormente emoldurada.