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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Palácio Nacional de Queluz
N.º de Inventário:
PNQ 229A
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Pintura
Denominação:
Retrato da Rainha D. Carlota Joaquina
Local de Execução:
Portugal.
Datação:
1824 d.C.
Matéria:
Óleo
Suporte:
Marfim
Técnica:
Óleo sobre marfim
Dimensões (cm):
altura: 7,5; largura: 6,5;
Descrição:
Pintura com retrato de D. Carlota Joaquina de Bourbon, Rainha de Portugal, em moldura oval, meio corpo, de frente, olhando pelo canto dos olhos para o lado esquerdo, cabelo apanhado encaracolado com ganchos e flores encarnadas e folhas. Traja vestido encarnado com gola branca e ostenta ao peito (de cima para baixo e da esquerda para a direita): a placa da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (Grã-Cruz); a Ordem da Cruz Estrelada da Áustria; a Ordem das Damas Nobres de Santa Isabel (Instituidora e Grão-Mestre) e a Ordem Soberana e Militar de Malta. Enverga a tiracolo as bandas correspondentes às três primeiras ordens nomeadas. Moldura dourada Império com ornamentação de massa.
Incorporação:
Transferência - Transferida por Despacho ministerial. Nº de ordem 522/1941. Valor da avaliação: 700$00. Datado de 16/12/1939.
Origem / Historial:
Nº 17.253 da Casa Forte do Palácio das Necessidades. D. Carlota Joaquina (1775-1830), filha de Carlos IV de Espanha, nasceu em Aranjuez, em 1775, e faleceu em Queluz, em 1830. Casada aos 10 anos com o infante D. João, filho de D. Maria I, ascendeu a princesa herdeira após a morte do príncipe D. José, primogénito da rainha. Dotada de temperamento violento, voluntariosa, duma devoção fanática, a ausência de sólida educação familiar contribuiu para ela dar largas a um natural exuberante, tantas vezes em oposição com a compostura que convinha à sua posição, tendo estado quase sempre em conflito com o o marido, particularmente desde que este, por efeito da loucura da rainha, assumiu a regência (1792). Sem compreender o grande drama que então começava a representar-se para lá dos Pirinéus, sempre se mostrou intolerante com as novas ideias e reacionária à maneira espanhola. Implicada numa conjura para desapossar do governo o príncipe-regente, não quis este castigá-la, mas fixou-lhe residência em Queluz, vivendo os dois separados até à morte de D. João. Passando ao Rio de Janeiro por ocasião da 1.ª invasão francesa (1808), ali alimentou as esperanças de vir a reinar nas colónias espanholas, visto seu pai e seu irmão primogénito terem sido forçados por Napoleão a abdicar. Após um período de actividade febril da sua parte, em que se correspondeu com as autoridades das colónias espanholas na ambição de realizar os seus planos, nada daí resultou à medida dos seus desejos. Regressando a Lisboa em 1821, recusou-se teerminantemente a jurar a Constituição, e desde então votou-se a orientar a contra-revolução que teve o seu executor no infante D. Miguel. Tendo-lhe sido fixada residência na Quinta do Ramalhão, ali planeou a Vila-Francada, depois do que voltou à capital. Reincidente, preparou o golpe da Abrilada, mas, fracassado este, novamente lhe foi fixada residência, desta vez em Queluz, onde continuou a conspirar até à morte do rei (1826). Quando D. Miguel voltou a Portugal (1826), de novo a mãe lhe deu o seu apoio, contribuindo assim para o golpe de Estado que elevou o infante a rei, continuando depois a aconselhá-lo, sem chegar, porém, a viver o bastante para ver a derrota do filho e o seu exílio definitivo. João Baptista Ribeiro, pintor do século XIX, foi discípulo de Domingos Vieira, Vieira Portuense, Domingos António de Sequeira, José Teixeira Barreto e Raimundo Joaquim da Costa na aula de Debuxo e Desenho, do Porto, e na Academia Real de Marinha e Comércio, que sucessivamente frequentou, a primeira em 1802, a segunda em 1803 e anos seguintes, e onde alcançou vários prémios. Já em menino, na sua terra natal, dera mostras precoces de talento artístico, o que lhe valeu a protecção do Arcebispo de Braga, D. Frei Caetano Brandão, e do famoso Morgado de Mateus, D. José Maria de Sousa, que o queria levar para França a estudar pintura, projecto gorado pela oposição do pai de Baptista Ribeiro. Dos seus mestres, foi Sequeira o que maior influência exerceu sobre ele, chegando a considerá-lo seu discípulo predilecto. João Baptista Ribeiro fez retratos brilhantes e vistosos e composições religiosas equilibradas e decorativas, muito apreciadas no tempo, embora nem sempre as suas obras primassem pelo cuidado e apuro da execução. A sua carreira deve considerar notável: nomeado muito novo, em 1811, professor substituto da aula de Desenho da Academia Real de Marinha e Comércio, foi chamado, em 1822, à Corte, para retratar o rei, a rainha e as infantas, e tão bem se houve no desempenho desta incumbência que, em 1824, era nomeado por portria mestre de desenho, pintura e miniatura das infantas, filhas de D. João VI. Em 1832, tomou parte como soldado no cerco do Porto, havendo-le sido dada baixa, como prémio dos seus méritos, por D. Pedo IV, de quem fez vários retratos e ao qual entregou uma memória a solicitar a criação no Porto duma biblioteca e de um museu de arte, mais tarde Ateneu D. Pedro IV - o primeiro museu do género entre nós, que organizou e de que veio a ser director; em 1833, foi nomeado lente proprietário da aula de Desenho da Academia Real de Marinha e Comércio de que já era substituto; em 1836, ascendeu a director da mesma Academia e, ainda nesse ano, foi provido nos cargos de professor e director da Academia Portuense de Belas-Artes, então criada, mas optou pela primeira delas, transformada em Academia Politécnica; em 1837, foi agraciado com a comenda de Cristo e, em 1853 - ano em que se jubilou -, com a mercê de título do conselho, como o diz Viterbo. Desde muito cedo se distinguiu como retratista: em 1820, fez o retrato de D. Frei Vicente da Soledade Castro, Arcebispo da Baía, e, em 1823, retratou em miniatura, em grupo, duas filhas do marechal-de-campo Manuel de Pamplona Carneiro Rangel, Visconde de Beire, e executou, em Lisboa, dois retratos da rainha D. Carlota Joaquina, um deles em corpo inteiro, outro em miniatura; durante o reinado de D. Miguel I, fez dois retratos do soberano, com as insígnias reais; em 1832, litografou o retrato da infanta D. Maria Amália, divulgando entre nós este novo processo; em 1834, executou a lápis de cores o retrato de D. Maria II. D. João VI apreciou muito o retrato que dele fez Baptista Ribeiro e mandou-o gravar em Paris. D. Pedro IV para lhe testemunhar a sua estima, ofereceu-lhe o primeiro prelo litográfico que se viu em Portugal. Pedro Vitorino diz que este pintor não era especialista na miniatura, mas que executava sempre as encomendas recebidas; Júlio Brandão é de opinião diversa, ao situá-lo como miniaturista, «entre os de maior renome». A maioria das obras de João Baptista Ribeiro encontra-se no Porto: «Auto-retrato» e «Retrato de D. Miguel I» (Museu Nacional Soares dos Reis); «As Estações», 4 paisagens (Museu Allen); «Assunção de Nossa Senhora», «S. Francisco de Sales» e tectos da capela-mor (Igreja dos Congregados); «Anunciação» (Igreja da Graça); «Senhora da Soledade» (Capela das Almas); «S. José e o Menino Jesus» (Igreja de Massarelos); «Senhor do Aflitos» (Capela dos Justiçados); «Nossa Senhora do Livramento» (Capela dos Convertidos); «Apresentação de Nossa Senhora», «Anunciação», «Repouso no Egipto» e oito pequenas figuras no tecto (capela de Bernardo de Melo): «Nossa Senhora do Carmo» (casa de João Luís do Souto e Freitas): «Retrato de D. João VI», «Retrato do Duque do Porto» e dois tectos (Câmara Municipal do Porto); «Retrato de D. João VI» (Companhia Velha); «Retrato de José Carneiro da Silva» e «Retrato de J. António de Aguiar» (Faculdade de Ciências, antiga Academia Politécnica); «Retrato de Luís António Machado» (Hospital do Carmo); «Retrato do Duque de Bragança» (Biblioteca Pública); 4 painéis decorativos (Palácio do Conde do Bolhão). São também de referir noutras localidaes: retratos de D. João VI, D. Pedro IV, D. Maria II e D. Pedro V (Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra); «Ascenção de Cristo», «Senhora do Livramento», «S. João», «Senhora do Rosário» e «Santo António» (Igreja Matriz de Valongo); «S. Jerónimo» e «Retrato do Barão de S. Jerónimo» (Hospital de Vila Real); «S. Miguel», de tamanho natural (Igreja das Feiras do Louriçal); «Retrato do 1º Conde de Amarante» (Palácio de Canelas). Esteve representado pela tela «A Águia» na Galeria de Pintura do Palácio da Ajuda. É-lhe atribuído o «Retrato de João António de Sá Pereira» (Col. Viscondessa de Alverca, Lisboa). Entre as suas numerosas miniaturas, algumas delas notáveis, conta-se uma com o retrato da Duquesa da Terceira, destinada à infanta D. Ana.
 
     
     
   
     
     
     
 
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