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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Palácio Nacional da Ajuda
N.º de Inventário:
527
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Mobiliário
Denominação:
Cómoda
Local de Execução:
Paris
Centro de Fabrico:
França
Oficina / Fabricante:
Paul Sormani
Datação:
1867 d.C. - 1901 d.C.
Matéria:
Madeiras de carvalho, mogno, pau-santo, ébano (?), pau-rosa, pau-violeta; bronze dourado; mármore de brecha
Suporte:
Interior em carvalho francês
Técnica:
Madeira torneada, recortada, embutida, polida; bronze fundido, dourado e cinzelado
Dimensões (cm):
altura: 91,5; largura: 119; profundidade: 52;
Descrição:
Cómoda com duas gavetas (sem entrepano), com tampo em mármore policromo, no qual predominam os tons de amarelo e ocre. Frente e ilhargas contramoldadas; prumadas curvilineas. O remate inferior do alçado principal é ondulado e com recorte semi-circular ao centro; é moldurado por guarnição em bronze, com decoração concheada ao centro. Nas ilhargas o ondulado do remate inferior é assimétrico, com guarnição em bronze - folhagem distendida. Móvel inteiramente folheado a mogno e pau-santo claro, marchetado a pau-santo escuro, com uma composição simétrica de motivos florais e vegetalistas: composição difusa de finos ramos com flores e folhas, acrescida de laços nas ilhargas. O jogo dos veios da madeira é utilizado para criar reservas, deste modo acentuando o ritmo das formas e dos motivos decorativos. O interior das gavetas é em carvalho. Tem a frente, ilhargas e sapatas, decoradas com ferragens em bronze dourado de notável qualidade, muito bem adossadas à peça. São sobretudo folhagens alongadas e enroladas, com pequenas flores e bagas, nomeadamente nos quatro puxadores e zona dos joelhos. Os quatro pés são revestidos por sapatas em bronze, com desenho naturalista; entre estes e as chutes, cobrinto a aresta dos montantes dianteiros, corre um friso em bronze de entrelaçado simples. Escudete em bronze - folhagem assimétrica . O fecho do móvel decorre de uma fechadura única, existente na primeira gaveta: quando esta se fecha, trancam-se as duas gavetas. O tampo, em mármore, é saliente e tem o bordo com aresta dupla, seguida por contorno boleado.
Incorporação:
Transferência - Casa Real
Origem / Historial:
Adquirida pela rainha D. Maria Pia na viagem realizada em 1901, pelo valor de 1.800 francos franceses (factura APNA) Existem no Arquivo de Fotografia do PNA, três fotografias enviadas à rainha pela Casa Sormani, que representam esta peça - vistas do alçado, lado e topo (fotografias/catálogo que era usual os fornecedores enviarem aos seus clientes, para escolha). Paul Sormani (1817-1877), ebéniste francês eleito pela elite parisiense e fornecedor da casa imperial francesa, era especializado na reprodução de móveis Luís XV e Luís XVI. Teve como pares de ofício nomes como os de Henry Dasson (1825-1896), G. Durand (1839-1920), François Linke (1855-1946) e Alphonse Giroux (act. 1838-1867), igualmente fornecedores da Coroa, estabelecidos em Paris. Entre os Mestres setecentistas por si fielmente seguidos, destacam-se Charles Cressent (1685-1768) e Jean-Henri Riesener (1734-1806). No Palácio da Ajuda existem diversas obras suas. Desde mobiliário - cómodas, secretárias, mesas, biombos e vitrines - a estojos com serviços de toucador, toilette e piquenique, comprados por D. Maria Pia directamente na loja, durante viagens realizadas ao longo do reinado, ou encomendados a partir de Lisboa, por intermédio de catálogos e fotografias remetidas pelo estabelecimento comercial de Paris. Italiano, natural de Canzo, na região de Veneza (província de Como na Lombardia), Paul Sormani casa em 1847 com a francesa Ursule Marie-Philippine Bouvaist e instala-se em Paris. Neste mesmo ano já se conhece a sua primeira oficina, no número 7 cimetière Saint Nicolas; em 1854 muda-se para o número 114 rue du Temple; e, finalmente, em 1867, fixa-se no número 10 rue Charlot, onde exerce até morrer. Após 1877, o filho Paul-Charles Sormani e a mulher mantêm a oficina da rue Charlot aberta. Só em 1914, quando se associam à casa Thiebault frères, se estabelecem no número 134 boulevard Haussman, que encerra em 1934. De início especializado em nécessaires, malas e estojos de viagem, é fundamentalmente a apartir de 1867 que começa a dedicar-se mais ao fabrico de mobiliário, especializando-se nos petits meubles de luxe et de fantaisie, como o próprio identificava. Uma patente sua registada em Inglaterra, a 26 de Novembro de 1852, pela invenção de um "estojo de viagem aperfeiçoado", indica-nos não só a criatividade e originalidade que detinha na matéria, como o facto, aparentemente desconhecido, de ter tido loja em Londres. Mas foi através do mobiliário e da sua mestria em ébénisterie, que o seu nome se afirmou. Logo dois anos depois de ter actividade aberta em Paris, em 1849, participou na Exposição Industrial realizada na cidade, ganhando uma medalha de Bronze. A esta seguiram-se: a Exposição Universal de 1855 (Paris), onde lhe foi atribuida a medalha de prata de Primeira Classe; a de Londres, 1862, onde recebeu uma medalha de 2º Lugar e, finalmente, a 2ª Exposição Universal de Paris, em 1867, na qual apresentou móveis pequenos de luxo. Nesta mostra recebeu a medalha de Prata, tendo a sua participação ficado célebre e descrita no catálogo da exposição por "[...] toda a sua produção revelar uma qualidade de execução de primeiríssima ordem" (Ledoux-Lebard pg. 583) distinção que o acompanhou até ao final da vida. in artigo MCRA
 
     
     
   
     
     
     
 
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