Origem / Historial:
Este tipo de instrumento portátil servia para determinar a hora do dia e da noite em relação a uma determinada latitude. A caixa deverá ser colocada numa superfície horizontal e a tampa aberta de forma a que o fio se mantenha esticado. "Orienta-se em seguida na direcção do Norte verdadeiro, através da agulha magnética. Para este efeito torna-se necessário introduzir o valor da declinação magnética. Com o relógio assim orientado, a sombra da linha, cujo ângulo com a horizontal corresponde à latitude do lugar (depois de a caixa se encontrar convenientemente aberta), indicará a hora solar verdadeira do lugar. A obtenção da hora legal implicará as correcções da equação do tempo, da longitude e do fuso horário, que no entanto não são fornecidas pelo instrumento, limitando-se este a dar a hora solar verdadeira. Este relógio é suficientemente rigoroso na latitude para que foi desenhado ou nas suas proximidades.
Este relógio solar portátil inspira-se nos modelos executados nos finais do século XVII por Michael Butterfield, inglês instalado em Paris, em 1680. De forma octogonal alongada, com bússola e haste triangular achatada, estes aparelhos foram imitados durante todo o século XVIII por numerosos construtores franceses". (cf. Tempo Real. Colecção de relógios do Paço da Ajuda, PNA, Lisboa, 1996-1997, cat. 85, p. 116).
Em 1910-1912, por ocasião do arrolamento dos bens da Casa Real, encontrava-se na Casa Forte do Palácio das Necessidades onde foi arrolado sob a verba "17218", sendo aí descrito como "Um relógio de sol, com caixa de prata dourada e tampa decorada com as armas do antigo regime". (APNA, Direcção Geral da Fazenda Pública, Arrolamento do Palácio Nacional das Necessidades, vol. 7, Casa Forte, 1910-1912, fl.2581v.).