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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu de Lamego
N.º de Inventário:
1625
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Cerâmica
Denominação:
Painel de azulejos "Dupla cena bucólica"
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Lisboa
Centro de Fabrico:
Lisboa (?)
Datação:
1670 d.C.
Matéria:
Barro, óxidos metálicos
Técnica:
Faiança
Dimensões (cm):
altura: 154; largura: 238;
Descrição:
Painel de azulejos (11x17) em faiança policroma: azul, amarelo, verde, ocre e manganês sobre branco. Reservas preenchidas por composições figurativas, onde se inscrevem duas cenas de pastoricia, enquadradas em paisagens idealizadas, com árvores cujos ramos se cobrem de folhas e flores, onde poisam aves exóticas. À esquerda um pastor, sentado, com as pernas cruzadas, toca uma flauta, com o cão deitado ao seu lado e um rebanho de cinco cabras disperso à sua volta. À direita dois pastores, um idoso sentado e um jovem apoiado sobre o cajado, repousam, enquanto observam o rebanho de quatro cabras que se encontra à sua frente. Estão separadas e circunscritas por cercadura, interrompida na base, ornada de ramos espinhosos ondulantes que terminam em flores. O desenho, de traço simples é compensado pela sua fluidez e pelo dinamismo da composição que a vivacidade das cores acentua, aspectos que lhe conferem grande plasticidade e carácter decorativo, evidenciando a influência oriental dos motivos.
Incorporação:
Doação - D. Ema Guedes Teixeira Vieira de Magalhães
Origem / Historial:
* Forma de Protecção: classificação; Nível de classificação; interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006; 18/07/2006* Este painel de azulejos integra um conjunto de 13 painéis que foram encontrados na segunda década do nosso século, forrando uma das salas do Palácio dos viscondes de Valmor, e oferecidos, na época pela sua proprietária ao Museu de Lamego. "Inesperado conjunto decorativo dos meados do século XVII, de rica policromia, cheio de carácter da época e certamente inspirados, como frontais de altar de então, na decoração oriental dos panos da Índia" (SANTOS, 1957). Efetivamente, na composição e decoração ornamental as influências orientais são visíveis, tendo sido introduzidas em Portugal devido à difusão de gravuras um pouco por toda a Europa. O Palácio de Valmor foi residência do 1º e 2º viscondes de Valmor, José Isidoro Guedes e Fausto de Queiroz Guedes, respetivamente bisavô e avô de D. Ema Guedes Teixeira de Vieira Magalhães, casada com Aarão Moreira de Magalhães, sobrinha do poeta Fausto Guedes Teixeira. Esse edifício veio ao domínio da referida senhora por sucessão testamentária, que deu lugar a um complicado inventário judicial, com demorados incidentes, e achava-se arrendado à Faculdade de Direito de Lisboa. Quando esta faculdade se transferiu para edifício próprio da chamada Cidade Universitária, verificou-se que numa determinada sala do edifício devoluto, existiam uns azulejos antigos cobertos de papel de parede. Posta em causa a alienação do prédio, ora devoluto, apresentou-se como adquirente a Embaixada da Alemanha. Como é lógico, logo surgiram os Serviços do Património Artístico Nacional, que entraram em ação com vista à respetiva declaração de Utilidade Pública em relação à aludida pertença existente no edifício. Por sua vez, a referida entidade estrangeira, não aceitou efetivar a aquisição do prédio, enquanto permanecesse, no seu interior, qualquer parcela sujeita à superintendência do Estado Português. A solução encontrada, depois de se obter um parecer técnico favorável no sentido de remoção do azulejos sem risco de danificação, foi que estes fossem colocados num museu, tendo sido contemplado o Museu de Lamego, por indicação expressa da proprietária, em requerimento enviado ao Ministério da Educação Nacional em 24 de março de 1962, alegando uma velha tradição familiar e o desejo de prestar homenagem a seu tio, o poeta português Fausto Guedes Teixeira, que tinha, já, no nesse museu, uma sala com o seu nome. D. Ema requeriu ainda, que com a remoção dos azulejos do palácio, se tornasse efetiva a desclassificação do imóvel, uma vez que só a presença dos azulejos servia de fundamento à menção do mesmo no Dec. n.º 44075 de 5 de dezembro de 1961. (O Dec.-Lei 44452 de 5 de julho de 1962 desclassifica o prédio). Os azulejos viriam a dar entrada no Museu de Lamego, a 16 de agosto de 1962, em 33 grades, depois de o Museu Nacional de Arte Antiga ter manifestado o desejo de conservar em Lisboa, pel menos, dois dos referidos painéis para integrarem o Museu do Azulejo, onde não existiam "exemplares deste tipo, dos mais curiosos e importantes para a ilustração da evolução do azulejo portuguës" (SIMÕES, 1962). No dia 23 de julho de 1963, foi inaugurada a sala de cerâmica com a exposição dos referidos azulejos, após um "apreciável trabalho de enquadramento e montagem" ("Comércio do Porto", 29/07/1963). Este painel foi beneficiado em 1994 no Museu Nacional do Azulejo (Lisboa), para figurar na exposição "A Influência Oriental na Cerâmica Portuguesa do Século XVII", que se realizou no Museu do Azulejo e em Antuérpia.
 
     
     
   
     
     
     
 
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