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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu de Lamego
N.º de Inventário:
1620
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Cerâmica
Denominação:
Painel de azulejos
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Lisboa
Centro de Fabrico:
Lisboa (?)
Datação:
1670 d.C.
Matéria:
Barro, óxidos metálicos
Técnica:
Faiança
Dimensões (cm):
altura: 154; largura: 168;
Descrição:
Painel de azulejos (12 x 11) em faiança policroma: azul, amarelo, verde, ocre e maganês sobre branco. Reserva prenchida por paisagem idealizada, composta por duas árvores, um veado e um bode, deitados aos seus pés em posição de repouso e cinco aves (papagaios) poisados sobre as copas, numa composição assimétrica. Está circunscrito por cercadura, interrompida na base, ornada de ramos espinhosos ondulantes que terminam em flores. O desenho, de traço simples é compensado pela sua fluidez e pelo dinamismo da composição que a vivacidade das cores acentua, aspectos que lhe conferem grande plasticidade e carácter decorativo, evidenciando a influencia oriental dos motivos.
Incorporação:
Doação - D. Ema Guedes Teixeira Vieira de Magalhães (proc. 9-A.1/Oft.)
Origem / Historial:
* Forma de Protecção: classificação; Nível de classificação; interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006; 18/07/2006* Este painel de azulejos integra um conjunto de treze painéis que foram encontrados na segunda década do nosso século, forrando uma das salas do Palácio dos Viscondes de Valmor, e oferecidos, na época, pela sua proprietária ao Museu de Lamego. "Inesperado conjunto decorativo dos meados do século XVII, de rica policromia, cheio de carácter da época e certamente inspirados, como frontais de altar de então, na decoração oriental dos panos da Índia", como referiu Reynaldo dos Santos (1957). Efectivamente as influências orientais são visíveis na composição e decoração ornamental, introduzidas em Portugal devido à difusão de gravuras pela maioria dos países da Europa. Daí que as mesmas cenas apareçam muitas vezes repetidas, com a mesma estrutura, introduzindo o artista algumas modificações para adaptar o modelo ao seu gosto, sobretudo ao nível da posição e forma das figuras e do tratamento das cores. O palácio de Valmor foi residência do 1º e 2º Viscondes de Valmor, José Isidoro Guedes e Fausto de Queiroz Guedes, respectivamente, tio bisavô e avô de D. Ema Guedes de Teixeira Vieira de Magalhães, casada com Aarão Moreira de Magalhães, sobrinha do poeta Fausto Guedes Teixeira. Esse edifício veio ao domínio da referida senhora por sucessão testementária, que deu lugar a um complicado inventário judicial com demorados incidentes; e achava-se arrendado à Faculdade de Direito de Lisboa. Quando esta faculdade se transferiu para edifício próprio da chamada Cidade Universitária, verificou-se que numa determinada sala do edifício devoluto, existiam uns azulejos antigos cobertos de papel de parede. Posta em causa a alienação do prédio, ora devoluto, apresentou-se como adquirente a Embaixada da Alemanha. Como é lógico, surgiram os Serviços do Património Artístico Nacional que entraram em acção com vista à respectiva declaração de utilidade pública em relação à aludida pertença existente no edifício. Por sua vez, a a referida entidade estrangeira, não aceitou efetivar a aquisição do prédio, enquanto permanecesse no seu interior qualquer parcela sujeita à superintendência do Estado Português. A solução encontrada, depois de se obter um parecer técnico favorável no sentido da possibilidade de remoção dos azulejos sem risco de danificação, foi que estes fossem colocados num Museu, tendo sido contemplado o Museu de Lamego, por indicação expressa da proprietária, em requerimento enviado ao Ministério da Educação Nacional em 24 de março de 1962, alegando uma velha tradição familiar, e o desejo de prestar homenagem ao seu tio, o grande poeta português Fausto Guedes Teixeira, que no Museu tinha já uma sala com o seu nome. D. Ema requeriu ainda, que com a remoção dos azulejos do Palácio de Valmor, se tornasse efectiva a desclassificação do imóvel, uma vez que só a presença dos azulejos servia de fundamento à menção do Palácio no Dec. n.º 44075 de 5 de dezembro de 1961. (O Dec.-Lei 44452 de 5 de junho de 1962 desclassifica o prédio). Os azulejos, viriam a dar entrada no Museu de Lamego a 16 de agosto de 1962 em 33 grades, depois de o Museu Nacional de Arte Antiga ter manifestado o desejo de conservar em Lisboa, pelo menos, dois dos referidos painéis, para integrarem o Museu do Azulejo, onde não existiam "exemplares deste tipo, dos mais curiosos e importantes para a ilustração da evolução do azulejo português".(Simões, J.M. dos Santos, em Memorial enviado ao Museu de Lamego a 9 de fevereiro de 1962). No dia 23 de julho de 1963, foi inaugurada a sala de cerâmica com a exposição dos azulejos do séc. XVII, após um apreciável trabalho de enquadramento e montagem. Este painel foi restaurado em 1994, no Museu Nacional do Azulejo para figurar na exposição "A Influência Oriental na Cerâmica Portuguesa do Séc. XVII"
 
     
     
   
     
     
     
 
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