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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Etnologia
N.º de Inventário:
AV.561
Supercategoria:
Etnologia
Categoria:
Actividades lúdicas
Denominação:
Marioneta
Título:
Anoman
Local de Execução:
Indonésia, Bali
Datação:
XX d.C.
Matéria:
Pele de animal; madeira; osso (?); policromia
Dimensões (cm):
altura: 62,5; largura: 20;
Descrição:
Figura humana masculina em silhueta e face de macaco vista a três quartos. Feita de pele de animal, suportada ao centro por haste de madeira. Os braços e antebraços são articulados e fixos por pregos de madeira ou osso situados nos ombros e cotovelos. Nas mãos estão presas duas hastes de madeira que permitem manipular os membros superiores. Apresenta corpo com manchas cinzentas (devido ao destacamento do pigmento branco) e cauda comprida, ondulada em posição vertical até à altura acima da cabeça. Face com olhos dedelingan (olhos circulares) e boca siung (dentes caninos). Possui toucado de ornamentos amarelos, do tipo supit urang que apresenta o cabelo de cor preta, com caracóis em espiral, contido de forma encurvada em meia lua com ponta orientada para parte frontal da cabeça. Peito descoberto e pescoço decorado com colar amarelo. Cauda, braços, pulsos e tornozelos decorados com pulseiras amarelos. Apresenta traje de casta satryia (nobreza) semelhante a bulat gantut que representa veste enrolada na cintura e coxas, com cores bastante esbatidas. A veste possui tom vermelho com duas faixas com padrão de xadrez branco e preto (símbolo de poder sobrenatural). O traje apresenta duas pontas onduladas caídas entre as pernas e faixas amarelas, decorativas. Mãos em danu-mudra (unha do indicador de tamanho exagerado e pontiaguda). Na haste apresenta etiqueta verde com número 33.
Incorporação:
Compra - Anterior proprietário: desconhecido
Proveniência:
Indonésia, ilha de Bali, Munggu
Origem / Historial:
Representa uma das personagens mais populares, o macaco Anoman, meio-irmão de Bima, por ser filho de Anjana através do deus Bayu ou Vayu, tal como Bima. No repertório Ramayana tem um papel fundamental como líder do exército dos soldados macacos que ajuda Rama a vencer o rei demónio Rawana e recuperar a sua esposa Sita. Objecto pertencente à colecção de 162 marionetas de teatro Wayang Kulit recolhida por Victor Bandeira na ilha de Bali, na Indonésia, em 1970. Pertence ao conjunto de 86 marionetas recolhidas na aldeia de Munggu, no distrito de Badung. O conjunto restante de 76 marionetas e 2 percutores musicais foram recolhidas na aldeia de Krobokan, na fronteira entre os distritos Tabanan e Badung. O teatro de marionetas de pele Wayang Kulit é composto por perfomances de caractér lúdico e ritual, sendo geralmente dividido em dois tipos não excluvisos: Wayang Lemah (performances diurnas de carácter ritual) e Wayang Peteng (performances nocturnas de carácter lúdico). O Wayang Kuilt balinês é composto pelo marionetista (dalang), os seus assistentes e uma orquestra de quatro músicos que produzem o acompanhamento musical e ritmos das personagens e histórias. Nesta colecção as narrativas mais representadas são as epopeias hindus Mahabharata e Ramayana, e a narrativa de origem popular balinesa, Calonarang. É provável que o conjunto recolhido em Munggu teatralizasse também o Wayang Kulit Sapu Leger, uma vez que existem as marionetas necessárias para esta performance (AV.557 Betara Sang Hyang Widi ou Tunggal; AV. 565 Tualèn; AV. 532 Kayonan ou Gunung; AV. 579 Bhatara Siwa). Esta performance é realizada para exorcizar as crianças nascidas na semana wayang (wuku wayang) e protegê-las do demónio Bharata Kala. Realiza-se durante a noite, na casa da família da criança. Os pés das marionetas referidas são introduzidas em água, que se torna pura e cantam-se versos. A mesma água é em seguida lançada sobre a criança. Nas várias performances a maioria das personagens interage em Kawi (antiga língua javanesa) e apenas as personagens chamadas de servos-palhaços (Dèlem ou Melem, Merdah, Sangut e Tualèn) falam o dialecto local da aldeia onde a performance está a ser realizada. Repetem para o público as partes mais importantes do que as personagens falaram entre si, introduzindo comentários cómicos que divertem a assistência. Em traços gerais a narrativa Mahabharata relata os vários episódios relacionados com a rivalidade entre os irmãos Pandawa e os seus primos Korawa, que lutam pelo direito ao trono do reino de Hastinapura. Um dos episódios mais teatralizados é a grande batalha, Bharatayuddha, na qual muitas das personagens interagem, dando origem a diferentes tipos de acções narrativas, como cenas de batalha com traições, combates e mortes ou o discurso inicial da batalha, feito pela personagem Kresna, sobre o objectivo final de uma guerra e os deveres dos verdadeiros guerreiros. A narrativa Ramayana relata episódios da vida do deus Rama, sendo um dos mais populares o rapto de sua mulher Sita pelo demónio e rei Ravana. Para recuperá-la, Rama alia-se ao exército de macacos do Rei Sugriva, contando também com a ajuda do macaco Anoman, personagem dotada de poderes sobrenaturais. A narrativa Calonarang tem origem na Indonésia e é indicada como semi-histórica ou lendária. Em Bali a versão mais conhecida foi traduzida do antigo Kawi e conta a história de Rangda, uma bruxa que amaldiçoa o reino de Daha com várias epidemias e secas, vingando-se do facto da sua filha Ratna ser recusada por vários homens nobres da corte do rei Airlangga. Rangda e as suas pupilas dançam no cemitério com a protecção e o poder da deusa Durga. O rei pede ajuda ao sábio Mpu Bharada que casa o seu jovem assistente Brapula com a filha de Rangda. Após a lua-de-mel, Brapula decobre que a forma de derrotar Rangda é ler de trás para a frente um pequeno livro de magia. Ao fazê-lo Mpu Bharada ressuscita todas as vítimas de Rangda e mata a bruxa. O Wayang Calonarang (Wayang Kulit da narrativa de Rangda) é realizado especialmente como teste às capacidades do dalang, nomeadamente, os seus conhecimentos teóricos na arte de Wayang Kulit, os seus podereres de improviso e a sua coragem para apaziguar o poder maléfico de Durga.
Bibliografia

Bibliografia

BELO, Jane - Traditional Balinese Culture. New York: Columbia University Press, 1970, pág. -

HOBART, Angela - Dancing Shadows of Bali. Theatre and Myth. London: Routledge & Kegan, 1987, pág. -

LOPES, Sofia Campos - Proposta para o estudo de uma colecção de marionetas do Wayang Kulit balinês - Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Antropologia: Patrimónios e Identidades. Lisboa: ISCTE, 2006, pág. -

MAIR, Victor H. - Painting and Performance: Chinese Picture Recitation and Its Indian Genesis. Honolulu: University of Hawaii Press, 1988, pág. -

WAGNER, Frits A. - L'Art dans le Monde - Indonésie Lárt d'un archipel. Paris: Éditions Albin Michel, 1961, pág. -

ZURBUCHEN, Mary Sabina - The Language of Balinese Shadow Theater. New Jersey: Princeton University Press, 1987, pág. -

 
     
     
   
     
     
     
 
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