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OBJECT DETAILS
Museum:
Museu Nacional de Etnologia
Inventory number:
AX.414
Supercategory:
Etnologia
Category:
Traje
Name:
Lenço
Date / Period:
XIX A.D - XX A.D
Material:
Tecido (lã)
Measurments (cm):
height: 55; length: 130;
Description:
Lenço de formato triangular, em tecido de lã com fundo de cor vermelha, estampado com motivos fitomórficos. Tais motivos formam uma espécie de cercadura constituída por: motivos foliares de cor vermelha, preenchidos por grandes motivos florais de cores: rosa, branco e azul, e ramagens de cor verde; barras de cor amarela, preenchidas por motivos florais semelhantes aos descritos anteriormente; barras de cor rosa e outras, mais exteriores e finas, formando um pequeno ondulado, de cores: verde, azul, laranja e vermelho. Nos vértices do lenço, a cercadura apresenta grandes motivos florais de cores: rosa, azul e branco, e folhagem de cor verde. Duas das orlas do lenço são franjadas com fio de lã de cor vermelha.
Incorporation:
Doação
Provenance:
Portugal / Viana do Castelo / Viana do Castelo / Meadela
Origin / History:
Em 1965, Ernesto Veiga de Oliveira é nomeado subdirector do, então denominado, Museu de Etnologia do Ultramar, assim como do Centro de Estudos de Antropologia Cultural. Sensivelmente na mesma altura (1964/1965), a Fundação Calouste Gulbenkian concede um apreciável subsídio para o museu organizar uma colecção de traje popular, que é assim recolhida pelo próprio Ernesto Veiga de Oliveira e por Benjamim Pereira. Em 1947 Jorge Dias é convidado para coordenar o sector de Etnografia do Centro de Estudos de Etnologia Peninsular (CEEP), chamando de imediato um conjunto de investigadores da sua confiança para com ele trabalhar nesse Centro - Margot Dias, Fernando Galhano, Ernesto Veiga de Oliveira e Benjamim Pereira. Estes investigadores estariam também na origem e desenvolvimento, alguns anos mais tarde, do projecto do Museu de Etnologia. Ernesto Veiga de Oliveira (1910-1990) foi integrado formalmente em 1953 nos quadros do CEEP. Em 1965, Ernesto Veiga de Oliveira é nomeado subdirector do Museu de Etnologia do Ultramar, assim como do Centro de Estudos de Antropologia Cultural. Com a morte de Jorge Dias (1973), assume a direcção desses dois organismos até à sua aposentação em 1980. Benjamim Enes Pereira, natural de Montedor, Viana do Castelo, decidiu deixar de cultivar a terra aos 26 anos. O seu encontro com Ernesto Veiga de Oliveira foi fruto do acaso, quando soube de alguém que procurava informações sobre os moinhos da região. Em 1959, foi formalmente integrado nos quadros do CEEP e, em 1963, fica também ligado ao Centro de Estudos de Antropologia Cultural (CEAC). Participou activamente no trabalho dos dois centros: recolha, escrita de artigos, registo fotográfico e de vídeo. Uma das suas obras mais conhecidas é a "Bibliografia Analítica da Etnografia Portuguesa", de 1965. Continua a dedicar-se a projectos de cariz museológico e etnográfico. __ A esta data (Dezembro de 2009), o Museu Nacional de Etnologia possui no seu acervo 599 objectos da categoria "Vestuário e Adereços" da província do Minho, sendo que três deles se encontram ainda por localizar. Se, dentro da província do Minho, dividirmos o conjunto por distritos, encontramos uma grande incidência de recolha no distrito de Viana do Castelo em detrimento do de Braga. Assim, temos para Viana do Castelo 463 objectos recolhidos, e para Braga 125. O concelho mais representado destes dois distritos é o de Viana do Castelo, com 393 objectos. Neste, as freguesias mais representativas de recolha são: Outeiro, com 149 objectos, Perre, com 90 objectos e Meadela, com 80 objectos. A razão desta preferência assenta nas aquisições efectuadas aos dois principais intermediários da região: José de Passos Cavalheiro, de Meadela, e Rosa Rocha, de Perre. No distrito de Braga, a ênfase das recolhas foi dada às aldeias serranas. O concelho mais representativo é o de Caminha, com 23 objectos. Em termos temporais, o maior foco de recolha coincide com o subsídio atribuído à equipa do museu pela Fundação Calouste Gulbenkian, em meados dos anos 1960. Nesse mesmo período são também extremamente relevantes as recolhas feitas em nome individual por Ernesto Veiga de Oliveira. Nos finais dos anos 1970 são de mencionar as recolhas efectuadas com base no subsídio atribuído pela UNESCO. __ José de Passos Cavalheiro residia em Meadela, Viana do Castelo. Tendo já falecido, consegui entrar em contacto telefónico com duas das suas filhas: Sra. Celina e a Sra. Maria Gema. Segundo as próprias, o pai, quando era jovem, ficou a um ano de se tornar padre. Era uma pessoa muito habilidosa, que tinha por passatempo andar de terra em terra. Aliás, segundo elas, a sua profissão relacionada com as finanças (?) também contribuía para esse facto. Tinha assim oportunidade para recolher os mais variados trajes, mostrando uma predilecção pelos fatos de mordoma e de noiva: "ele não gostava muitos dos de lavradeira". Portanto, os fatos que constam no acervo deste museu não pertenciam à sua família. Ao interrogar as filhas do Sr. Cavalheiro sobre alguma documentação adicional que pudesse corresponder os fatos adquiridos aos seus primeiros donos, estas prontamente me responderam que o pai não escrevia nada, que tinha uma excelente memória, que se lembrava de tudo e que os trajes haviam sido comprados "lá para as aldeias de Caminha, S. Lourenço da Montaria…". Com o decorrer do tempo, o Sr. Cavalheiro, com a ajuda da esposa, começou a fazer cópias e recuperações dos fatos antigos. Algumas delas legou às filhas. A Sra. Maria Gema refere até que o seu já foi, por sua vez, entregue à sua filha. O Sr. Cavalheiro além de vender objectos a este museu, vendeu também para Paris, Canadá, Brasil, tendo-se até deslocado para alguns desses locais para dar indicações sobre como montar os manequins com os respectivos trajes. Vendeu também para o Museu de Arte Popular em Lisboa. De acordo com uma carta do director interino desse mesmo museu, de 14 de Outubro de 1959, este refere: "Tendo procurado informar-me, particularmente, acerca da colecção a que se refere o Sr. José de Passos Cavalheiro, consta-me que a mesma possui algumas peças de interesse, embora misturadas com outras bastante fantasiosas por serem criação deste Senhor." Numa outra carta da conservadora Maria Helena Coimbra, de 16 de Setembro de 1974, a mesma refere: "De facto a colecção de trajes é bastante boa, não no seu todo, porque o Sr. Cavalheiro resolveu com peças que tinha antigas, completar trajos com peças feitas hoje com materiais de fabrico actual o que choca imenso." Em conversa telefónica com o Dr. João Alpuím do Museu do Traje de Viana do Castelo, e sabendo da sua proximidade com Benjamim Pereira, surgiu a oportunidade de colocar a este último algumas questões. Segundo o próprio Benjamim Pereira, o Sr. Cavalheiro não vendeu nenhuma das cópias ao Museu de Etnologia. O Dr. Alpuím acrescentou também a informação de que o Sr. Cavalheiro teria sido organista, e que isso o fazia andar de aldeia em aldeia, motivando assim as suas compras de traje.

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Description

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Número de inventário: MNE/CEE:R.325-4 Autor: Benjamim Pereira Localização: Arquivo de Imagem

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