Origem / Historial:
Foi efectuado um estudo, incidente na colecção de traje popular português do Museu Nacional de Etnologia. O estudo abrangeu as províncias do Douro Litoral, Beira Alta, Beira Litoral, Beira Baixa e Ribatejo, num total de 177 objectos.
Vestuário masculino e feminino, cuja função não é agasalhar, mas a de deixar escorrer a chuva e, por vezes, a neve, repelindo a humidade. Usada maioritariamente pelos pastores das beiras e Trás-os-Montes, que passavam longos períodos nas serras. Por vezes, a este traje juntava-se uma espécie de capuz na cabeça e polainicos nas pernas, ambos feitos de palha entrançada. Compõem este traje, o chapéu de feltro e tamancos de couro natural e sola de madeira.
Escolhi incluir este objecto nesta investigação incidente no traje das beiras porque Guilherme Felgueiras, no seu artigo "O emprego do junco e da palha centeia no traje rústico", refere: "Em determinados ambientes campesinos do Minho, do Douro, de Trás-os-Montes e até mesma do Beira Alta, onde a aspereza do clima mais se faz sentir na sua inclemência, os aldeãos protegem-se durante as inverneiras, por necessidade de agasalho e de abrigo, com grosseiras capas de junco cujos modelos de mantêm, uniformemente invariáveis, não tendo sofrido qualquer evolução com o rodar dos séculos."