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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Etnologia
N.º de Inventário:
AQ.798
Supercategoria:
Etnologia
Categoria:
Artes plásticas
Denominação:
Mulher vendendo castanhas
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Portugal/ Alto-Alentejo/ Évora/ Estremoz
Datação:
XX d.C.
Matéria:
Barro, tintas multicolores.
Técnica:
A especificação da técnica encontra-se no campo do Historial.
Dimensões (cm):
altura: 10,5; largura: 5,1;
Descrição:
Mulher vendendo castanhas em barro policromado, representando uma figura antropomórfica feminina com uma cesta de castanhas nas mãos e junto a um assador. A figura assenta numa base plana rectangular de cantos cortados e de tonalidade amarela. A Mulher encontra-se sentada numa cadeira, apresentando dois sapatos ovais e ainda, um vestido. O tronco é cilindriforme e os membros superiores apresentam-se arqueados para dentro segurando um destaque tronco-cónico de base invertida e contornos recortados, de tonalidade amarela. No seu interior encontram-se seis destaques ovais com linha incisa a meio, figurando castanhas que exibem a tonalidade castanha. As mãos apresentam linhas incisas representando os dedos. O pescoço é de formato cilíndrico. A cabeça apresenta dois pontos negros que representam os olhos, encimados por dois traços de tonalidade castanha que figuram as sobrancelhas. O nariz é triangular em relevo e a boca é representada por uma linha de cor vermelha. O queixo é saliente e de cada lado da face é visível uma rosácea alaranjada. Na cabeça figuram ainda dois destaques de forma oval de tonalidade dourada, dispostos em cada lado da face, representando brincos e cabelo castanho apanhado atrás. A figura ostenta sapatos castanhos, um vestido laranja com contornos azuis e decorado na sua extremidade inferior por uma linha da mesma cor. Exibe ainda, uma gola em relevo azul decorada com um adorno de forma circular de cor amarela situado ao centro. Na parte frontal do tronco apresenta também, quatro pontos azuis figurando botões e ainda dois pontos da mesma cor situados junto a cada uma das mãos figurando botões de punho. A Mulher encontra-se sentada numa cadeira composta por quatro pernas de formato paralelipipédico. As duas pernas de trás prolongam-se até ao espaldar que as une. O assento é de formato quadrangular e o espaldar apresenta a forma paralelipipédica. Na parte frontal da figura, encontra-se um fogareiro de formato tronco-cónico, apresentando nas partes laterais duas pegas e ainda, decorado com pontos incisos. O fogareiro é encimado por um assador de castanhas que apresenta a forma tronco-cónica, exibindo igualmente duas pegas posicionadas nas partes laterais e é decorada com pontos incisos. A cadeira exibe a cor amarela e o fogareiro e o assador de castanhas apresentam a cor castanha. Dimensões da Base: Comp: 10,7 Cm; Larg: 5,1 Cm.
Incorporação:
Compra - Anterior Proprietário: Desconhecido
Origem / Historial:
Na ficha de inventário dactilografada e no Livro de Tombo a peça tem a designação "Boneco de Barro". No entanto, optei por utilizar a denominação "Mulher assando castanhas", na medida em que identifica à priori a temática da peça. Técnica: Os métodos utilizados na barrística são, os de rolo, da bola e da lastra, esta última, na elaboração de vestuário e bases. As partes constituintes dos bonecos, que apresentam maior espessura e volume são previamente picadas por meio de uma agulha ou arame e depois corrigidos com os dedos. Este procedimento permite uma maior secagem no interior do boneco evitando assim, quebradura e fendilhagem no acto da cozedura. Um dos aspectos que mais caracteriza os bonecos de Estremoz, e diferencia este figurado do restante, é o facto destes nascerem nus e serem posteriormente vestidos. Um boneco de Estremoz é constituído por diversas partes que são unidas entre si. Assim, a primeira peça a ser realizada é a base, que é feita através de um pedaço de barro espalmado por intermédio de uma palmatória. A próxima tarefa consiste em fazer as pernas ou saias e seguidamente o tronco. Com uma bola de barro, e um molde, segue-se a face e depois o pescoço. Os rostos são, na maior parte dos casos, feitos por meio dum molde e colados à bola de barro que constitui a cabeça. Com a ajuda dum teque ou teco (palheta na gíria dos artesãos) modela-se o cabelo. Coloca-se o boneco na base, previamente feita e com furos no local onde este vai assentar, colando-o com barbutina ou lamugem na gíria bonequeira. De seguida, passa-se para a elaboração dos braços que é realizada através de um rolinho. Corta-se a extremidade que liga ao ombro e faz-se em seguida as mãos. Estas são feitas espalmando-se a extremidade do braço menos grossa, e depois, por intermédio de uma série de incisões com a ajuda dos já mencionados teques criam-se os dedos. Unem-se os braços ao tronco com lamugem. É altura então, de vestir os bonecos e colocar todos os adornos referentes ao modelo representado, como chailes, lenços, brincos, chapéus e um número infindável de enfeites saídos da imaginação do artista, empregando-lhes assim, "movimento, vida, alma" (Vermelho, Joaquim, Barros de Estremoz: Contributo Monográfico para o Estudo da Olaria e da Barrística, página 76, Limiar, 1990). Deixa-se o boneco secar e vai ao forno ou à mufla a 800 cº ou 850 cº, no entanto, é importante referir que durante a modelação do boneco convém deixar secar a peça durante as fases da união das várias partes constituintes do boneco. Os bonecos são peças muito frágeis e portanto, são necessários muitos cuidados no processo de enfornamento. Finalmente, o boneco passa pelo processo de pintura onde prevalecem o verde, o azul, o vermelho, o zarcão, o amarelo, o branco, o roxo, o laranja e o preto. As tintas utilizadas são os óxidos que são dissolvidos em água e misturados com grude previamente derretido. Contudo, foram introduzidos recentemente, por questões comerciais e técnicas, têmperas, ou seja tintas a água ou plásticas que são misturadas com colas resinosas para madeira. Estas colas proporcionam ao boneco, resistência à luz e à humidade, sem no entanto, prejudicar a cor. Sobre a pintura seca é colocado um verniz que, nos séculos passados, era fabricado pelos próprios barristas através de processos que se perderam. Foram posteriormente substituídos por vernizes industriais.
 
     
     
   
     
     
     
 
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