|
FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Etnologia Local de Execução: Região de Iquitos, na fronteira com o Perú, Brasil. Matéria: Tiras vegetais, madeira, fios de algodão, penas de tucano e de arara, tecido, cera, cabelo natural. Técnica: Cestaria - entrecruzado: esta técnica obtém-se pelo cruzamento de duas séries de elementos, a trama e a urdidura, que vão passando perpendicularmente por cima e por baixo uns dos outros. Dimensões (cm): altura: 74; diâmetro: 19; Descrição: Diadema constituído por uma estrutura cilíndrica com o centro vazado em tiras vegetais, feita pela técnica do entrecruzado quadricular. A estrutura é delimitada nas extremidades com dois aros de madeira, envolvidos e unidos àquela com fios de algodão branco.
A estrutura é revestida, no exterior, com penas de tucano e arara que formam linhas longitudinais de cores preta, vermelha e azul. As penas são fixadas à estrutura com fios de algodão branco.
No topo da estrutura figuram dois conjuntos de penas de arara, de grandes e pequenas dimensões, ainda unidas à pele do respectivo pássaro. Os dois conjuntos, dispostos simetricamente, são fixados no interior da estrutura com fios de algodão branco. As penas são de tons azul, verde e vermelho.
No interior e a meia altura da estrutura são visíveis duas tiras de tecido rectangulares, dispostas simetricamente e fixadas com fios de algodão branco. As tiras, que se encontram pendentes e que se prolongam para além da estrutura, exibem faixas longitudinais de cor preta e vermelha. Cada uma delas é igualmente decorada, na extremidade inferior, com seis tufos de penas de tucano amarelas e vermelhas. Cada tufo é unido a um segmento de madeira com cera e fios de algodão, exibindo, ainda, uma madeixa de cabelo preto liso.
Proveniência: Amazonas, fronteira com o Peru
Origem / Historial: Adorno de cabeça masculino.
Nota informativa sobre a constituição da Colecção Victor Bandeira:
Em 1964/65 Victor Bandeira e Françoise Carel Bandeira, incentivados por Jorge Dias e Ernesto Veiga de Oliveira, e com o apoio do Centro de Estudos de Antropologia Cultural de Junta de Investigações do Ultramar e das autoridades brasileiras, empreenderam uma expedição à selva amazónica, com o objectivo de conhecer, por experiência e participação efectiva, as formas de comportamento, a cultura material e imaterial, os rituais, os ritos e as artes, dos grupos indígenas que habitavam nessa região.
Durante a sua estada no terreno, o casal Bandeira, percorreu várias regiões do Brasil, Equador, Peru e Colômbia, e contactou com diferentes grupos de índios.
Dessa investigação resultou uma extensa colecção de artefactos que documenta e exprime de um modo perfeito e completo todos os aspectos da vida e das concepções, dos ritos e da criação plástica dos vários grupos com quem estabeleceram relações, inúmeros registo visuais e sonoros, e um vasto conhecimento teórico sobre a vida, a cultura e arte dos ameríndios do Brasil.
Esta colecção foi apresentada ao público em Outubro de 1966 nos Salões da Sociedade de Belas Artes de Lisboa, sob o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian e da Embaixada do Brasil.
Em 1969 a colecção é adquirida pelo então Ministério do Ultramar, com a participação financeira da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação da Casa de Bragança e de alguns particulares devotados, a fim de ser entregue e incorporada no património do Museu Nacional de Etnologia.
A colecção, constituída por cerca de 745 peças, abrange todas as classes de artefactos.
Título | Local | Data Início | Encerramento | N.º Catálogo | Índios da Amazónia | Museu Nacional de Etnologia, Lisboa | 1986 | | | Arte do Índio Brasileiro | Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa | 1966 | | | Os Índios, Nós | Museu Nacional de Etnologia, Lisboa | 2000-11-30 | 2001-06-03 | | |
|
|