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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu de Lamego
N.º de Inventário:
18
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Pintura
Denominação:
Apresentação no Templo
Autor:
Fernandes, Vasco (Viseu 1475-1480 - Tomar 1542)
Local de Execução:
Lamego
Centro de Fabrico:
Lamego
Oficina / Fabricante:
Viseu
Datação:
1506 d.C. - 1511 d.C. - Renascimento
Matéria:
Óleo
Suporte:
Madeira de castanho
Dimensões (cm):
altura: 176,8; largura: 96,5;
Descrição:
Pintura a óleo sobre madeira de castanho representando a Apresentação de Jesus no Templo. Figuram nesta cena de interior de uma capela com características renascentistas, a Virgem Maria, São José e o velho Simão com o Menino sobre os braços e duas mulheres jovens, colocadas à esquerda, uma das quais segura uma cesta com pombos da oferenda. No lado oposto, a figura da anciã Ana. São Simião veste um manto de brocado castanho dourado, rematado por tintinelas diferentes. Ao fundo duas janelas deixam ver uma paisagem nórdica e, sobre os personagens, dois anjos suspensos que assinalam a presença da Arca da Aliança, reservada sob um dossel. As janelas e o óculo permitem a entrada da luz, contribuíndo para um efeito cenográfico notável. O painel foi brutalmente repintado (apenas a figura da esquerda foi poupada).
Incorporação:
Transferência - Capela-mor da Sé de Lamego (até ao século XVIII); Sala do Capítulo da Sé (até 1912).
Origem / Historial:
* Forma de Protecção: classificação; Nível de Classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006; 18/07/2006* Segundo documento encontrado por Vergílio Correia no IAN/T.T., este painel fazia parte de um políptico para a capela-mor da Sé de Lamego, encomendado pelo Bispo de Lamego, D. João de Madureira (1502-1511), ao pintor viseense Vasco Fernandes. O primeiro contrato foi firmado em Lamego a 4 de Maio de 1506, ficando o retábulo concluído em 1511. Apesar de restarem apenas cinco painéis do conjunto inicial de 20, o segundo contrato (o primeiro mencionava menor número de painéis), lavrado a 4 de Setembro de 1506, estipulava que Vasco Fernandes devia executar um retábulo constituído por 20 painéis pintados que seria composto por esta ordem: dois painéis maiores ao centro, figurando no de cima Deus Pai com o globo na mão e rodeado de anjos, e no de baixo a Virgem, sentada, com o Menino ao colo; em três fieiras, com três quadros de cada lado, cenas da Criação, da Criação de Adão, infância de Jesus, desde a Anunciação à Apresentação no Templo. Também da sua responsabilidade, seria a estrutura arquitectónica em talha bem como os diversos pormenores de acabamento. Forma, dimensões, programa iconográfico, marcenaria, materiais, preços e condições de pagamento foram rigorosamente indicados pelo exigente Bispo D. João Camelo de Madureira. O retábulo manteve-se no local para que foi destinado até que obras realizadas no seculo XVIII o fizeram apear e desmembrar. Diz Vergílio Correia que "durante dois séculos o políptico permaneceu armado na capela maior da Sé, até que as obras realizadas no segundo quartel do século XVIII atiraram a maior parte das tábuas desligadas para destinos incertos. Algumas seriam oferecidas a igrejas pobres, outras queimadas por imorais. O século de setecentos não compreendia já as ingenuidades dos primitivos, e a série da "Criação de Adão", vista de perto com os seus nus flagrantes deveria indignar ou fazer estoirar de riso o cabido em claustro pleno" (Correia, 1942): "Na verdade, já em 1639 as "Constituições Sinodais do Bispado de Lamego" na esteira de toda a legislação congénere posterior ao Concílio de Trento, haviam exigido a "decência" das obras de arte do interior dos templos, ordenando aos visitadores que mandassem destruir ou reformar os espécimes em que tal se não verificasse" (Gonçalves, 1990). Em 1910 encontravam-se os painéis na Sala do Capítulo, mas dos vinte painéis iniciais apenas 5 viriam a salvar-se. Em 1912 passaram para o edifício do antigo Paço Episcopal, sendo incorporados na colecção do Museu de Arte e Arqueologia criado em 1917, actual Museu de Lamego. "Quando foi modernamente revelado e descoberto, encontrava-se em lamentável estado de usura e ruína. Por isso, de todos, foi o que requereu mais cuidadoso trabalho de restauro, levado a efeito, não já por Luciano Freire, mas pelo pintor Carlos Mardel." (Dionísio, 1988). Acrescente-se cronologia apresentada pela Empresa Arterestauro no relatório de tratamento de conservação e restauro a que foram sujeitos os cinco painéis, em 2002: "1511 - Fica terminado o retábulo; 1651 - data a que foi sujeito a uma intervenção "que por antigo necessita de reparo"; 1656 - foi pintada a Capela-Mor; Séc. XVIII - o interior da Sé foi reformado; 1881 - quatro dos cinco painéis encontram-se expostos na sala do Capítulo da mesma Sé; 1919 a 1923 - Luciano Freire tratou os cinco painéis (...)~ 1940 a 1955 - Fernando Mardel tratou os painéis com a representação Criação dos Animais, Circuncisão e Apresentação no Templo (...)" 2002 - Este e os restantes painéis remanescentes são devidamente tratados pela mesma empresa.

Bibliografia

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ALMEIDA, Fortunato - Historia da Igreja em Portugal. Lisboa: Liv.Civilização, 1990, pág. 478

ARTERESTAURO - Relatório do Tratamento de Conservação e Restauro das Pinturas existentes do Retábulo da Capela-Mor da Sé de Lamego: 2002, pág. -

CORREIA, Vergilio - Vasco Fernandes. Mestre do Retábulo da Sé de Lamego. Coimbra: 1924, pág. -

DIAS, Pedro; SERRÃO, Vítor - "A Pintura, a iluminura e a gravura dos primeiros tempos do século XVI", História da Arte em Portugal, O Manuelino, vol. 5. Lisboa: Publicações Alfa, 1986, pág. 135

GONÇALVES, Flávio - Obras Perdidas dos "Primitivos" Portugueses, "História da Arte. Iconografia e Crítica". Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1990, pág. 40-42

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LARANJO, F. J. Cordeiro - Museu de Lamego. Lamego: C.M.Lamego, 1991, pág. 44

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REIS-SANTOS - Vasco Fernandes. Lisboa: Artis, 1962, pág. -

REIS-SANTOS, Luís - Vasco Fernandes e os Pintores de Viseu do Século XVI. Lisboa: 1946, pág. -

RODRIGUES, Dalila - "A pintura no período manuelino", História da Arte Portuguesa (Dir. de Paulo Pereira), vol. II. Lisboa: Círculo de Leitores, 1995, pág. 230-236

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TEIXEIRA, José Carlos da Cruz - A Pintura Portuguesa do Renascimento. Ensaios de Caracterização "Tese de Doutoramento em História da Arte, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Lisboa: 1991, pág. 114-132

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