Origem / Historial:
Os instrumentos de bocal cónico, naturais e com válvulas.
São instrumentos com estas características a trompa de caça, a trompa natural, a trompa de roscas, também conhecida por trompa de harmonia, ou a trompa de pistões.
Estes instrumentos são conhecidos na Europa desde tempos imemoriais. Na Idade Média, estavam associados quase exclusivamente às actividades militares e à caça. É a esta última actividade que se deve a designação trompa de caça que acompanhou o instrumento até finais do século XVII.
Ao instrumento em causa correspondiam uma série de características que se alteram progressivamente durante o Renascimento. Na sua construção são abandonados os materiais de origem animal, começando a utilizar-se apenas metal, com o qual são ensaiadas diferentes formas e tipos de curvatura. Passa a possuir um tubo mais comprido e estreito que permite uma emissão mais precisa dos harmónicos do som fundamental. Em função destas alterações a trompa de caça passa a designar-se trompa natural, algo que acontece na segunda metade do século XVII.
Apesar das alterações, a trompa, formada por um único tubo, continua a ser um instrumento limitado. É então que o trompista alemão Anton Joseph Hampel descobre (por volta de 1760) que a introdução de um objecto qualquer (ou da mão) no pavilhão permitia variar ligeiramente a altura do som. Esta descoberta viria a permitir o uso regular da trompa na orquestra, consolidando-se esse papel com o aparecimento dos pistões.
A corneta tenor ou corneto torto (século XVII) é um instrumento semelhante a um corno de boi munido de sete orifícios para os dedos e uma chave de latão. É composto por duas peças de madeira de árvore de fruto, talvez ameixoeira, de secção exterior octogonal, coberta de pelica preta. Este tipo de cornetas teve o seu apogeu entre 1550 e 1650, sendo frequentemente usadas em trechos de virtuosismo. Acompanhava coros de Igreja com outros instrumentos, como o violino, o trombone ou o órgão.
O serpentão de Chales Baudouin (1º quartel do século XIX) é um modelo designado serpentão de igreja. Contrariamente ao serpentão militar, incluído nas bandas e tocado na vertical, o exemplar em questão era tocado na horizontal e utilizado, como o nome indica, em igrejas. A sua forma sinuosa sugere uma cobra, daí a enorme curiosidade que desperta nos visitantes.
O trombone de varas, provavelmente derivado da trombeta, terá sido criado no final do século XV pelos construtores flamengos que forneciam a corte ducal de Borgonha. Durante os dois séculos seguintes, fez parte dos conjuntos instrumentais das cortes e municípios, passando a integrar as orquestras no final do século XVIII. Chegou a ter um papel de instrumento solista no século XIX, o que é raro hoje em dia, excepto no jazz. A vara compõe-se de dois tubos paralelos, na extremidade de um dos quais se encontra o bocal. O outro tubo, por sua vez, termina no pavilhão amovível, em muitos casos zoomórfico - decorado com cabeça de cobra ou dragão. A vara que se desloca ao longo do tubo, determinando os vários comprimentos (sete posições), permite-lhe produzir toda a escala cromática.