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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu da Música
N.º de Inventário:
MNM 0055
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Instrumentos musicais
Denominação:
Sanfona
Título:
Sanfona
Autor:
Cailhe, Jean-Baptiste
Local de Execução:
França - Charroux
Centro de Fabrico:
França
Datação:
XIX d.C.
Matéria:
Sicômoro, pinho, nogueira, ébano, osso, madrepérola
Dimensões (cm):
largura: l=305; comprimento: C=772;c=542;
Descrição:
A sanfona é um instrumento musical de corda friccionada (cordofone), com teclado. Trata-se de uma peça ricamente decorada, composta por três elementos básicos: dois pares de cordas (bordões) de cada lado do tampo harmónico e um par de cordas melódicas. É composto por uma roda de madeira resinada que fricciona as cordas, accionada por manivela, e um teclado com tangentes que percutem as cordas melódicas. A mão direita move a manivela num movimento mecânico circular,e o mecanismo ligado a uma roda de madeira untada de resina gira sobre as cordas, friccionando-as; a mão esquerda repousa no teclado existente no braço largo do instrumento accionando as tangentes ou linguetas que interceptam as cordas em determinados pontos. Cordofone com cavalete e braço, friccionado com roda. Instrumento de cordas friccionadas com teclado. Corpo periforme com bojo de nove costilhas em sicômoro. Tampo inteiro bombeado em pinho. Estojo do teclado, em sicômor, com tampa folheada. Roda em pinho. Guarda da roda e estandarte em nogueira folheada. Cravelhal terminando em cabeça feminina, com seis cravelhas para quatro bordões e duas cordas melódicas. Teclado de treze teclas naturais, em ébano, e dez teclas acidentais, em osso. Tampa do estojo, guarda da roda e estandarte com filetes de embutido e incrustações em madrepérola.Caixa pintada com motivos geométricos a preto e vermelho. Tampo com sete filetes e embutidos, em padrão geométrico e moldura em osso e ébano, alternados com filetes de embutido.
Incorporação:
Outro - -
Origem / Historial:
MNM 55 Sanfona Datado de finais do século XIX, o exemplar de corpo piriforme, construído em França no século XIX, é da autoria do luthier e escultor de formação Jean-Baptiste Cailhe (1835-1919), podendo ler-se no estojo a marca de fogo “CAILHE-DECANTE/A CHARROUX/ALLIER”. O instrumento musical possui uma decoração rica, sendo o cravelhal rematado com cabeça feminina e a caixa pintada com motivos geométricos a preto e vermelho. A sanfona é um cordofone com cavalete e braço friccionado por roda, com teclado, descendente do antigo organistrum ou symphonia, designação que em França dá origem à palavra chifonie. A sanfona medieval era composta por uma caixa de ressonância rectangular com cordas dispostas sobre o tampo e postas em vibração através de uma roda accionada por manivela colocada numa das extremidades. Em Portugal, durante a Idade Média, na corte de D. Pedro I, ainda se admitiam tocadores de sanfona enquanto em França, Alemanha e Itália era já um instrumento despromovido socialmente, tendo passado, tal como o nome lyra mendicorum indica, para os mendigos e cegos. Na corte francesa a sanfona só voltará a atingir o apogeu em meados do século XVIII, sendo tocada pelas damas da mais alta nobreza nas árias pastorais e nas danças como sarabandas, minuetes e outras. Em finais de setecentos o uso do instrumento musical regressou ao povo, estando actualmente em desuso. Conta-nos Alfredo Keil que, segundo uma crónica francesa, quando em 1367 o rei de França mandou o seu embaixador a Portugal, o rei D. Fernando I, para se mostrar agradável ao enviado francês, chamou à sua presença os melhores menestréis que tinha na corte, os quais tocaram sanfonina e a quem o rei teceu os maiores elogios. No entanto, o embaixador “em lugar de se maravilhar com a audição musical disse francamente que no seu paiz esse instrumento só poderia causar o pasmo de algum burguez boçal, mas nunca fôra exhibido n’uma côrte!... Calcula-se o desaire na côrte de D. Fernando I, que logo expulsou dos paços reaes os tocadores de sanfonina.”

Tipo

Descrição

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Iconografia

ORGANISTRUM Um enorme instrumento em corpo de guitarra, que continha apenas uma corda de melodia, que cobria uma oitava diatónica, e dois bordões, ainda sem a ponte móvel (mosca). Este instrumento, devido ao seu tamanho, exigia ser tocado por duas pessoas, separando-se em friccionar as cordas e em tocar a melodia pretendida. Este acto consistia em puxar para cima barras de madeira ao longo da escala que, com pinos a meio, encurtavam a corda de modo a obterem diferentes notas. Como este movimento requer algum esforço, as melodias tocadas eram lentas. G.N. In Roteiro do Museu da Música Encontra-se uma belíssima representação iconográfica da sanfona, na sua fase 'embrionária', enquanto organistrum, nas esculturas do Pórtico da Glória, da Catedral de Santiago de Compostela. R.C.B.

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Iconografia

SYMPHONIA " A partir do último terço do séc. XII, torna-se um instrumento mais pequeno e portátil, conhecido por symphonia, tendo a redução das suas dimensões possibilitando que um só executante rodasse a manivela, ao mesmo tempo que accionava as teclas. " In Roteiro do Museu da Música Um belo exemplo iconográfico da symphonia, encontra-se ilustrado nas 'Cantigas de Santa Maria', do séc. XIII. Rodrigo da Camara Borges, 09/2002

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Iconografia

SANFONA " Instrumento de cordas friccionadas com teclado. A mão direita move a manivela ( a ) num movimento mecânico circular, e o mecanismo ligado a uma roda de madeira untada de resina ( c ) gira sobre as cordas ( b ), friccionando-as; a mão esquerda repousa no teclado ( d ) existente no braço largo do instrumento accionando as tangentes ou linguetas ( e ) que interceptam as cordas em determinados pontos." In Arte e Música, Iconografia Musical na Pintura do Séc. XV ao Séc. XX. Publicação do Museu da Música, 1999. Esquema retirado e adaptado da obra 'Les Instruments de Musique du Monde Entier', pág.248 ( consultar o campo de bibliografia ). Rodrigo da Camara Borges, 09/2002

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Iconografia

CONTEXTO SOCIAL " A sanfona manteve o seu prestígio estético e social nas cortes da Europa até princípios do século XIV, passando nesta altura para o povo. Acompanhava canções de gesta, formando conjunto com cordofones beliscados. Socialmente destronado, passou a ser usado em contextos populares e como acompanhamento de danças, sendo tocado na rua, nas praças e ao longo das estradas por músicos ambulantes. No século XVIII, com a moda da rusticidade então adoptada pela aristocracia, volta a ser um instrumento popular." In Roteiro do Museu da Música O quadro, 'Tocador de Sanfona', existente no MNAA, de finais do século XVII, princípios do século XVIII, é representativo do contexto social em que este instrumento de grande história, então se inseria. Aliás, é um instrumento musical de longa tradição em Portugal, tendo aqui um grande lugar de destaque. Dr. Rodrigo da Camara Borges, 09/2002

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Iconografia

A SANFONA NA ICONOGRAFIA " Foi um instrumento largamente representado durante a Idade Média, sobretudo nos pórticos das catedrais, como simbologia dos representantes da Igreja, ou nos azulejos e presépios do século XVIII, nas mãos de cegos. " In Roteiro do Museu da Música A nível de iconografia, principalmente na Península Ibérica, mais particularmente em Portugal, a Sanfona foi alvo de uma grande riqueza iconográfica, que mereceu diversos estudos, nomeadamente nas vertentes artísticas únicas no mundo, só aqui existentes, tais como os azulejos e a arte dos presépios, desenvolvida principalmente pelo grande mestre barrista e escultor, Machado de Castro, que sempre conseguiu imprimir um carácter dinâmico nos presépios de sua autoria, através dos vários campos de visão perspectiva que aí desenvolve, tendo como grande riqueza, nos seus presépios, o retratar os usos e costumes do povo, no seu contexto social e na sua época. O 'esquema' da evolução iconográfica da Sanfona, nos presépios portugueses foi adaptada da obra 'Instrumentos Musicais Populares Portugueses' da autoria de Ernesto Veiga de Oliveira ( consultar campo da bibliografia ). Dr. Rodrigo da Camara Borges, 09/2002

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