Origin / History:
* Forma de Protecção: classificação;
Nível de classificação: interesse nacional;
Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas;
Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro;
Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006; 18/07/2006 *
O violoncelo stradivarius 'Chevillard-Rei de Portugal', que integra o espólio do Museu Nacional da Música, está classificado como Tesouro Nacional e é o único instrumento em Portugal com a assinatura do construtor António Stradivari (1644-1737). Anteriormente havia pertencido ao violoncelista belga e professor do Conservatório de Paris Pierre Chevillard (1811-1877), que manteve o instrumento musical até à sua morte. Pouco tempo depois, e por intermédio da família de construtores Vuillame, o violoncelo passou para as mãos do rei D. Luís I (1838-1889), que tinha uma pequena colecção de instrumentos musicais. Este monarca, dotado de uma sensibilidade artística única era também violoncelista e compositor amador.
Stradivari nasceu e trabalhou em Cremona, foi discípulo de Nicolo Amati, e os seus instrumentos foram considerados de excelência, do ponto de vista tonal, de beleza e de precisão de acabamentos. Em 1725, data da construção deste exemplar, Stradivari tinha 81 anos. O violoncelo foi construído com a famosa forma “B”, a mais célebre de entre as diversas utilizadas por Stradivari. Desta “idade de ouro” do construtor, que ocorreu entre 1707 e 1726, sobreviveram apenas cerca de duas dezenas de exemplares
Recentemente, o instrumento musical foi apresentado no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian e gravado por Pavel Gomziakov para a editora Onyx por duas vezes. Tem sido regularmente tocado no ciclo de instrumentos históricos “Um Músico, Um Mecenas” por músicos como Paulo Gaio Lima, Irene Lima, Maria José Falcão, Filipe Quaresma, Pavel Gomziakov ou Levon Mouradian.