MatrizNet

 
Logo MatrizNet Contactos  separador  Ajuda  separador  Links  separador  Mapa do Site
 
quinta-feira, 25 de abril de 2024    APRESENTAÇÃO    PESQUISA ORIENTADA    PESQUISA AVANÇADA    EXPOSIÇÕES ONLINE    NORMAS DE INVENTÁRIO 

Animação Imagens

Get Adobe Flash player

 


 
     
     
 
FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional Soares dos Reis
N.º de Inventário:
3 Div MNSR
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Escultura
Denominação:
Relicário de S. Máximo
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Alemanha (?)
Centro de Fabrico:
Norte da Holanda
Datação:
1500 d.C. - 1530 d.C.
Matéria:
Madeira de buxo
Técnica:
Escultura
Dimensões (cm):
altura: 16,7; largura: 9 (base); 7 (corpo); comprimento: 4 (base) ; 2,7 (corpo);
Descrição:
Oratório portátil/ relicário de pequenas dimensões, em forma de tríptico, com a "Virgo in Sole", Santa Bárbara e Santa Catarina. Corpo central rectangular a entrada em arco canopial e dois volantes. No interior do corpo central distribuem-se cinco figuras em vulto pleno, esculpidas em madeira de buxo. Na parede de fundo foram entalhadas pequenas estrelas em baixo relevo e sobre elas uma mandorla de raios em vulto pleno, ondeados e rematados por folhagem. Ao centro, Nossa Senhora da Glória, ou "Virgo in Sole" segura o menino com o braço e mão esquerdos e entre os dedos da mão direita erguida, uma maçã. A figura tem o rosto reclinado, os cabelos soltos e ondeados caindo sobre os ombros até à coxa, a cabeça é coberta por véu e os ombros e tronco por um manto enrolado nos braços, por baixo tem um vestido de decote quadrado, cingido ao tronco e caindo sobre o ventre em drapeado abundante. Tem a perna direita flectida, com o pé apoiado sobre um crescente. Sob o pé direito um animal fantástico (o dragão ou hidra) caído de bruços, abraça a extremidade do crescente. Dois anjos em voo ladeiam a cabeça da Virgem e com os braços estendidos a segurar uma coroa aberta. Outros dois anjos ajoelham aos pés da Virgem. Os quatro anjos são figuras de criança, mas proporcionalmente muito pequenos se comparados com a figura central, os dois anjos da coroação são menores que os dois ajoelhados. O Menino é representado por uma figurinha despida, com feições de adulto, sentado de frente para o observador e com o braço direito encostado ao peito da mãe. No volante esquerdo uma figura de mulher representa Santa Bárbara, virada para a figura da Virgem. A figura tem a cabeça coroada, os cabelos longos e ondeados pendendo até à anca, penteado e traje característicos de uma dama de corte do século XVI, segura no braço direito flectido parte da saia e um livro e no esquerdo uma ave de rapina (açor?). Ao fundo, à esquerda, a torre com três janelas, atributo da Santa. No volante direito uma outra figura de mulher representa Santa Catarina de Alexandria, também virada para a imagem da Virgem, igualmente coroada, trajando como a do volante oposto. Segura na mão direita um livro aberto e na esquerda uma ave de rapina (falcão?) com os olhos vendados, ao mesmo tempo que apoia na curva do braço uma espada. Aos seus pés está pousada a roda partida que evoca o martírio desta Santa. Na base de cada uma das composições foram abertas inscrições, em caracteres romanos sob a central, em caracteres góticos sob as laterais. O templete assenta sobre uma base de perfil contracurvado, fretada e vazada. A face anterior é entalhada formando uma grade, interrompida ao centro por um nicho que abriga a figura de São João Evangelista, (sentado a escrever o livro da Revelação do Apocalipse, em Patmos) tendo junto a si a águia de seu atributo. A superfície exterior do templete é completamente lisa e o elemento que serve de fecho às duas portas é um simples arame encurvado que encaixa num anel. Não são visíveis quaisquer vestígios de fecho anterior, porventura mais elaborado. Na zona posterior são visíveis, ao centro do corpo, três pequenos eixos de madeira, um dos quais saliente (?), que fixam o corpo da Virgem. Ainda na zona posterior, na base, uma pequena placa corrediça serve de tampa ao receptáculo das relíquias. Dois pequenos fragmentos ósseos acompanhados de uma tira de papel escrita a tinta, em letra posterior à da provável data de feitura do oratório, com a indicação "S. Máximo M." Não é clara a identificação da invocação desta peça e de uma outra, hoje na colecção do Rijks Museum, com iconografia semelhante. Fernando Batista Pereira (v. bibliografia) considera-a de invocação mariana com representação da "Mulher Apocalíptica na variante de Maria in Sole, típica do Norte da Europa, numa referência explícita à Imaculada Conceição (o crescente lunar e o dragão ou hidra) e às doçuras paradisíacas que esperam os fiéis no Além (a maçã estendida por Maria e Seu filho)" F. Batista Pereira salienta ainda a associação da imagem da Virgem com as santas Catarina e Bárbara, a "Virgo inter Virgines", motivo muito comum na iconografia tardo-medieval. A associação das duas Santas é também habitualmente interpretada como evocação da vida activa e da vida contemplativa, tema estimado no contexto do Humanismo Cristão do Norte da Europa e da Devotio Moderna, corrente reformadora com a qual a investigação mais recente identifica esta tipologia de objectos.
Incorporação:
Doação - Faz parte do fundo antigo do Museu. Oferta de António da Rocha Martins Furtado ao Museu Portuense
Origem / Historial:
Oferecido ao Museu portuense em data indeterminada, já se encontrava no Museu quando em 1834 João Baptista Ribeiro redige o "Inventário dos objectos pertencentes ao Museu Portuense, bem como outros quaisquer documentos que lhe digão respeito (...). DM-CMP/ Espólio Vitorino Ribeiro. Dat.: Porto 5.01.1834, citado por SANTOS, Paula (v. bibliografia). Segundo Armando de Matos (v. bibliografia), terá sido oferecido c. 1836 ao então Museu Portuense por António da Rocha Martins Furtado. As inscrições, a indumentária das figuras, o tipo de ornamentos vegetais, a expressão serena dos rostos, os dedos finos e longos, a representação solta e dinâmica dos corpos e dos panejamentos terão levado os dois autores que anteriormente estudaram esta peça a considerá-la uma produção germânica, provavelmente de Nuremberga, do século XVI. A peça esteve presente na exposição "Da Ocidental Praia Lusitana", foi feita entrada de catálogo por Silvia Ramalhosa Pinto, mas não foi publicada em catálogo.
 
     
     
   
     
     
     
 
Secretário Geral da Cultura Direção-Geral do Património Cultural Termos e Condições  separador  Ficha Técnica