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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional Soares dos Reis
N.º de Inventário:
432 Pin MNSR
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Pintura
Denominação:
Paisagem - Anacapri
Datação:
1883 d.C.
Suporte:
Tela
Técnica:
Óleo
Dimensões (cm):
altura: 70,5; largura: 140,5;
Descrição:
Composição com paisagem estruturada em grandes manchas triangulares que evocam cada um um elemento (terra, muro de pedras, promontório coberto de vegetação e por fim o mar) organizando-os de forma geométrica. Numa tomada de vista pouco comum, o cruzamento de diagonais quebra-se apenas nas manchas irregulares da vegetação, visível por trás do muro, e sobretudo nas sombras (de duas figuras?) projectadas sobre a mancha clara e luminosa de terra do primeiro plano. A linha do muro de pedras acentua o declive, projecta o olhar para a mancha compacta do mar e anula a presença dos planos intermédios. A obra é inacabada, com a mancha de cor apenas modelada, o que eventualmente contribui para acentuar o carácter geometrizante e abstracto da composição.
Incorporação:
Outro - Fundo Antigo do Museu. Proveniente da Escola de Belas Artes do Porto (Antiga Academia de Belas Artes do Porto)
Origem / Historial:
Três obras de Pousão foram, em 1883, deixadas pelo artista no Albergue Paradiso onde se alojara em Anacapri. As obras, que foram deixadas à guarda de Nicola Ferace, proprietário do estabelecimento, foram posteriormente recuperadas por diligências do pai e do consul português em Nápoles e entregues à Academia. São elas:"Um pequeno prazer", hoje designada "Rapariga deitada no tronco de uma árvore"Inv. 86/68 Pin MNSR; "Uma descida de Anacapri", hoje designada "Paisagem - Anacapri" (Inv. 432 Pin MNSR); "De volta", hoje designada "Mulher da Água- Capri" Esse percurso está documentado no Arquivo da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto: 25 Abril 1884 – Carta do Pai de Henrique Pousão à Academia Portuense de Belas Artes em que refere a existência de quadros em Anacapri “No Albergo Paradiso em Anacapri estão pendurados segundo ele me disse e quase acabados ou pelo menos muito adiantados os três quadros que deverão formar o envio do 3º ano” (AFBAUP, sem conta). 2 de Maio de 1884 - Uma carta* do juiz de Direito Francisco Augusto Nunes Pousão, pai do falecido artista Pousão [...] lembrando que no albergo Paradiso em Anacapri estão dependurados os esboços de três quadros que o referido artista destinava para a remessa das obras do seu terceiro ano; esboços que talvez se pudessem obter por intervenção do nosso embaixador em Roma ou em Nápoles, por isso que pertencem à Academia. (AFBAUP 106, Conferências Ordinárias, fls. ??) 1 de Julho de 1884 - "No primeiro dia do mês de Julho de mil oitocentos oitenta e quatro se abriu sessão de Conferência ordinária presidida pelo Inspector o Ex.mo Senhor Conde de Samodães, […]. Passou-se a ler a correspondência que constou do seguinte: Um ofício da legação de sua Majestade Fidelíssima em Itália de 4 de Junho dizendo que ia transmitir as instruções necessárias ao Consul de Portugal em Nápoles para tomar posse dos três esboços feitos pelo falecido pensionário do estado Henrique Cesar de Araújo Pousão remetê-los à Academia devidamente acondicionados; outro da mesma legação de 14 do mesmo mês remetendo inclusa copia da carta que o proprietário do Albergo Paradiso em Anacapri dirigiu ao Cônsul de Portugal em Nápoles; dessa carta vê-se que o dito proprietário não sabia do falecimento do mencionado pensionário, pois que diz que o Sr. Pousão lhe havia prometido voltar na próxima estação e lhe havia recomendado muito que não deixasse entrar ninguém no quarto onde havia deixado dependurados os três quadros e principalmente a artistas pintores [...]". (AFBAUP 106, fls. ??) 30 Agosto 1884 – "em conferencia ordinária é lido um oficio do Encarregado da Legação de Portugal em Itália “participando que o Cônsul em Nápoles pudera obter os quadros do falecido Pousão pagando pelo aluguer do quarto (…) e que havia dado instruções aquele zeloso funcionário para remeter directamente a esta Academia os referidos quadros “. (AFBAUP 106, fls. 10 v – 11v). 4 de Março de 1885 - Edital. Pela APBA se faz publicar que em conformidade do respectivo programa estão expostas por oito dias sucessivos todas as provas executadas pelos candidatos ao lugar de pensionário desta A. que fora do país vão estudar escultura. [...] Acham-se também expostos os três esbocetos que o malogrado artista Henrique César de Araújo Pousão deixara em Capri com o fim de se recuperasse a saúde, voltar a ir completá-los e envia-los a esta Academia como provas de aproveitamento no seu terceiro ano de pensionário. (AFBAUP, 212 – Correspondência) No catálogo da 14ª Exposição Trienal da APBA é apresentado com a indicação de que é um esboço de quadro "que trazia entre mãos para a remessa do seu 3º ano e que não pode acabar por haver falecido a 27 de Março de 1884". A obra pertence ao Fundo Antigo do Museu: o antigo Museu Portuense, criado em 1833, passa a ser tutelado por uma Comissão de professores da Academia de Belas Artes do Porto, a partir de 1839, e as duas instituições passaram a partilhar o mesmo espaço e tutela. Em 1932 é feita a partilha do acervo existente pelas duas instituições, o Museu Soares dos Reis (antigo Museu Portuense) e Escola de Belas Artes (antiga Academia): dessa divisão foi registada uma “Relação dos objectos existentes no Museu Soares dos Reis pertencentes ao Estado”, datada de 1 de Novembro de 1932 e firmada por João Marques da Silva e por Vasco Valente, respectivamente, director da Escola de Belas Artes e do Museu Soares dos Reis.
 
     
     
   
     
     
     
 
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