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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional Soares dos Reis
N.º de Inventário:
114/ 34 Pin MNSR
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Pintura
Denominação:
Janela das persianas azuis
Datação:
1882 d.C. - 1883 d.C.
Suporte:
Madeira
Técnica:
Óleo
Dimensões (cm):
altura: 28,5; largura: 25;
Descrição:
Representação de um aspecto de fachada de casa rústica, centrado numa janela com persianas azuis. O objecto principal desta pintura, aparentemente inacabada, é constituído por uma série de panos de parede branca com aberturas e ângulos marcados pela projecção das sombras. A parede fronteira tem duas aberturas sobrepostas, sendo a superior uma mancha indefinida que pode corresponder a uma portada fechada e, abaixo dela, um estendal de roupa branca que projecta as suas sombras sobre a janela com portadas azuis. O parapeito da janela está enfeitado com plantas em vasos, minúcia decorativa e de pormenor a que o pintor dá relevo em muitas das suas obras. Na metade inferior da composição, abaixo da parede frontal descrita, predomina o ocre de uma face de telhado composto pelo reticulado que desenha as telhas. A faixa inferior é constituída por manchas fluidas de azuis e cinzas sobre branco. Em toda a composição o efeito da incidência da luz intensa contrapõe-se com os planos de sombra, aqui marcados com relevante presença, na face lateral do prédio da direita, que o pintor trata em tonalidades de azul. Os planos geométricos do canto superior direito são a evidência do distanciamento da realidade visível, isto é, a imitação do motivo cede lugar a uma quase abstracção. Neste pequeno quadro o pintor atinge a expressão mais evidente dos seus objectivos para a pintura centrando-se em motivos particularmente singelos que lhe serviram o propósito de realizar exercícios de composição, de luz e de cor.
Incorporação:
Outro - Fundo Antigo do Museu proveniente da Escola de Belas Artes do Porto (antiga Academia Portuense de Belas Artes).
Origem / Historial:
Pertence ao Fundo Antigo do Museu: o antigo Museu Portuense, criado em 1833, passa a ser tutelado por uma Comissão de professores da Academia de Belas Artes do Porto, a partir de 1839, e as duas instituições passaram a partilhar o mesmo espaço e tutela. Em 1932 é feita a partilha do acervo existente pelas duas instituições, o Museu Soares dos Reis (antigo Museu Portuense) e Escola de Belas Artes (antiga Academia): dessa divisão foi registada uma “Relação dos objectos existentes no Museu Soares dos Reis pertencentes ao Estado”, datada de 1 de Novembro de 1932 e firmada por João Marques da Silva e por Vasco Valente, respectivamente, director da Escola de Belas Artes e do Museu Soares dos Reis. Após a morte de Henrique Pousão, em 25 Março de 1884, o seu pai, o juiz Francisco Augusto Nunes Pousão, a exercer funções em Odemira, reuniu toda a obra do artista que se encontrava dispersa entre familiares e amigos, mandou emoldurar todos os quadros que pode reunir, mais tarde foi transferido para Faro e levou consigo toda a obra que reunira. F. Fernandes Lopes escreve a esse propósito que Nunes Pousão “tinha tudo no seu escritório, cujas paredes estavam assim forradas com quadros do filho. Encontrava-se ali tudo o que fora a sua produção artística em Pintura, excepto naturalmente o que anteriormente enviara para a Academia do Porto ou teria sido vendido a raros particulares, que lhe haveriam feito encomendas, ou ainda de amigos ou pessoas de família a quem fizera ofertas…” V. em Bib. LOPES, Francisco Fernandes [1959], p. 98, 99. Após a morte do Juiz Nunes Pousão, em 2 de Agosto de 1888, em cumprimento da sua vontade, as obras foram entregues, pela viúva, à Academia Portuense de Belas Artes em cujo arquivo se guarda a relação sucinta de obras e objectos então entregues “Relação dos quadros, desenhos e mais objectos que faziam parte do espólio de Henrique Pousão.” AFBAUP. Uma lista mais detalhada seria posteriormente redigida na própria Academia AFBAUP Documento avulso, sem cota, e Correspondência para o Governo, 1837-1911 [130, 21 Set. 1889, fla. 50 v]. *Forma de Protecção: classificação; Nível de classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjunto de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto n.º 19/2006; 18/07/2006*

Bibliografia

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DAVID, Celestino - Henrique Pousão. Pintor Alentejano (apontamentos biográficos). Évora: [S.n.], 1943, pág. 35

DAVID, Celestino - Henrique Pousão. Pintor Alentejano. Conferência. Évora: [S.n.], 1947, pág. 35

Exposição temporária da obra de Henrique Pousão (1859-1884). Lisboa: MNAC, 1946, pág. 10

FIGUEIREDO, Manuel de - O Pintor Henrique Pousão. Sep. Museu. Porto: Círculo Dr. José de Figueiredo, Vol. I (1942), pág. 33 (il.)

FRANÇA, José Augusto - A Arte em Portugal no séc. XIX. Lisboa: Liv. Bertrand, 1966, pág. 42, 118-119 (il.)

FRANÇA, José-Augusto - A Arte Portuguesa do Século XIX. Lisboa: IPPC, 1988 (cat. exp. Palácio Nacional da Ajuda, Mar.-Mai.'88; retomou exp. Soleil et Ombres, Paris, Museu do Petit Palais, 20 Out.'87-3 Jan.'88), pág. 245

LOPES, Francisco Fernandes - Breve memória sobre a vida e a arte de Henrique Pousão. Lisboa: Seara Nova, 1946, pág. 50

LOPES, Francisco Fernandes - Cartas de Henrique Pousão e excertos de outras cartas e escritos que se lhe referem. Lisboa: Portugália, [1959] ?, pág. 81

MARÇAL, Albertina - A "Casa das Persianas Azuis" na Obra de Henrique Pousão. II Série dos Cadernos Culturais da CMVV. Henrique Pousão 1859-1884, textos das alocuções proferidas durante as comemorações do 1º centenário da morte do pintor. Vila Viçosa: Câmara Municipal de Vila Viçosa, (1984), p. 69-76, pág. 69-76

Museu Nacional de Arte Contemporânea. Exposição Temporária da Obra de Henrique Pousão (1859 - 1884). Lisboa: [S.n.], 1946, pág. 10

Museu Nacional de Soares dos Reis. Pintura Portuguesa 1850 - 1950 [Catálogo da exposição]. [Lisboa]: MC/IPM/MNSR, 1996, pág. 184, 185 (il.)

PEREIRA, Lília - Sentir a natureza com Henrique Pousão. Cadernos Culturais da CMVV. Henrique Pousão 1859 - 1884. Textos das alocuções proferidas durante as comemorações do 1º centenário da morte do pintor. SAIAL, Joaquim (organização, revisão e arranjo gráfico). Vila Viçosa. Câmara Municipal, 1984. II Série, 1984. P. 55-62, pág. 59

RODRIGUES, António - Henrique Pousão. Lisboa: Inapa, 1998, pág. 72, 80, 81 (il.)

SAIAL, Joaquim - Alocução proferida no dia 1 de Abril de 1984, data oficial no início das "Comemmorações do 1º Centenário da Morte do Pintor Henrique Pousão", [...] junto ao monumento ao artista. II Série dos Cadernos Culturais da CMVV. Henrique Pousão 1859-1884, textos das alocuções proferidas durante as comemorações do 1º centenário da morte do pintor. Vila Viçosa: Câmara Municipal de Vila Viçosa, (1984), p. 69-76, pág. 19

SALAZAR, Abel - Henrique Pousão. Porto: Livraria Tavares Martins, 1947, pág. 24, il. [10]

Soleil et Ombres. L'Art Portugais du XIXème Siécle. Paris: Muséé du Petit Palais, 1987-88, pág. 253

TEIXEIRA, José Monterroso - Henrique Pousão no Primeiro Centenário da sua Morte (1884-1984) (Cat. exp.). Lisboa: Fundação da Casa de Bragança, 1984, pág. 135 (il.), 146

VALENTE, Maria Adelaide - Cânticos da Insubmissa Luz. Braga: Edições APPACDM Distrital de Braga, 1995, pág. 75, 81 (il.)

SILVEIRA, Carlos , SILVA, Raquel Henriques da (coord.) - Henrique Pousão. Pintores Portugueses. Matosinhos: QuidNovi, 2010., pág. 76, 77 (il.)

GOMES, Alexandra Reis - Pousão e a historiografia da arte. Textos das alocuções proferidas durante as comemorações do 1º centenário da morte do pintor. II Série dos Cadernos Culturais da Câmara Municipal de Vila Viçosa.. Vila Viçosa: CMVV, (1984), pág. 68

Malhoa e Bordalo. Confluências de uma geração. (Cat. Exp.). [Caldas da Rainha]: Instituto Português de Museus/ Museu José Malhoa, 2005, pág. 178

MATIAS, Maria Margarida L. G. Marques - O Naturalismo na Pintura. Do Romantismo ao Fim do Século. História da Arte em Portugal. Lisboa: Publicações Alfa, 1986. Vol. 11, pág. 83 (il.)

 
     
     
   
     
     
     
 
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