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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional Soares dos Reis
N.º de Inventário:
120.1 Our MNSR
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Ourivesaria
Denominação:
Cruz Relicário / Conjunto de cruz e galhetas
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
India
Centro de Fabrico:
India
Datação:
XVII d.C. - XVIII d.C. - Período Mogol
Matéria:
Nefrite, ouro amarelo, prata dourada, rubis e vidro incolor (Classificação gemológica da autoria de Rui Galopim de Carvalho).
Técnica:
Nefrite esculpida. Gravação, incrustação, cravação e soldadura.
Dimensões (cm):
altura: 28,1; largura: 12,5;
Descrição:
Cruz latina constituída por quatro peças de nefrite montadas em prata dourada. Assenta (por encaixe) numa base trapezoidal de secção rectangular, alteada em dois registos, sendo o superior maior e de perfil encurvado. Nos ângulos internos do cruzamento da haste com os braços apresenta um resplendor em prata dourada, quadrado, formado por quatro grupos de raios setiformes de dimensão desigual. Ao centro, em ambas as faces tem uma lâmina quadrada de prata dourada, gravada com arabesco vegetal, sobre a qual são aplicados dois receptáculos cúbicos, em prata dourada com engaste de vidro incolor, contendo cada um dois fragmentos do Santo Lenho, dispostos em cruz. Na extremidade inferior apresenta duas pequenas cavidades, presumivelmente para receber elemento de fixação. A superfície da peça é totalmente decorada com rubis polidos (108 na base e 190 na cruz, totalizando 298), cravados sobre incrustações em ouro, com formas vegetais formando padrão geométrico. O recorte dos elementos florais assim como o padrão formado são diferentes na cruz em que os elementos se distribuem sem interligação e na base, onde se constitui uma rede de elementos ligados pelos filetes de ouro incrustados. A cruz não é fixa à base, apenas encaixada, pois a forma do orifício, escavado na base para esse fim, não corresponde à forma do espigão da cruz.
Incorporação:
Transferência - Ministério das Finanças/Depósito via Fazenda Pública
Origem / Historial:
*Forma de Protecção: classificação; Nível de Classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006; 18/07/2006* O conjunto pertenceu ao Mosteiro de Alcobaça, sendo essa a informação que consta na respectiva verba de Inventário do Cadastro da Fazenda Pública. Terá saído do Mosteiro após a supressão dos conventos em 1833-1834, sendo então depositado na Casa da Moeda em Lisboa. Em Julho de 1845 passou para as colecções de D. Fernando II no Palácio das Necessidades. Foi apresentado publicamente pela primeira vez em 1882, na Exposição Retrospectiva de Arte Ornamental, pertencendo já ao Rei D. Luís, sendo então classificado como trabalho indo português do Séc. XVII, classificação que Ramalho Ortigão mantém no Catálogo da Exposição de Arte Sacra Ornamental de 1895, onde o refere como originário da "Índia Portuguesa". Em 1941 encontrava-se o conjunto de Cruz e par de Galhetas arrecadado na Casa Forte do Palácio das Necessidades, sendo efectuada a sua tranferência pelo Ministério das Finanças, através da Direcção Geral da Fazenda Pública, em Junho desse mesmo ano, para o Museu Nacional de Soares dos Reis. Esta cruz e o par de galhetas que lhe está associado têm sido desde sempre tratadas como conjunto na bibliografia que se lhes refere. Apresentam porém diferenças, que se evidenciam no desenho e na execução técnica, mas também na qualidade das gemas empregues, bastante mais ricas na cruz que nas duas galhetas. As peças deverão ter sido objecto de várias intervenções de que terão resultado, nomeadamente, as diferenças na decoração da bases das duas galhetas, o desenho fruste do filete de ouro das asas, em contraste com o requinte do trabalho de gravado do cruzamento dos braços da cruz, também ele presumivelmente posterior ao fabrico da peça, assim como o próprio resplendor. tais intervenções permitiram já aventar a hipótese (V. Silva, Nuno Vassalo em "A Herança de Rauluchantim" cit. em bibliografia), de se tratar de intervenções realizadas no século XVIII, por ourives europeus. Apresentando alguma degradação, sobretudo nos pontos de fixação, particularmente frágeis, estas peças não apresentam vestígios de uso, pelo menos naquela que seria a sua função primordial, previsíveis sobretudo no interior dos dois recipientes.
 
     
     
   
     
     
     
 
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