Museu:
Museu Nacional Soares dos Reis
N.º de Inventário:
23 Pin CMP/ MNSR
Denominação:
Fuga de Margarida de Anjou
Autor:
Francisco Vieira (1765-1805)
Datação:
1797 d.C. - 1798 d.C.
Dimensões (cm):
altura: 127; largura: 101,8;
Descrição:
Representação de um episódio da História da Inglaterra numa monumental paisagem que se desenvolve em vários planos. No que respeita ao cromatismo da composição, predomina uma tonalidade escura em várias gradações de castanhos e verdes; pontualmente e por força da incidência da luz, ressaltam tons mais claros.
As três figuras que protagonizam a cena, a Rainha Margarida, o filho e o ladrão, representadas numa escala diminuta em relação à dimensão da composição, inserem-se numa clareira iluminada que domina o segundo plano do quadro; a marcação do primeiro plano é feita pelo curso de água, evidenciado pelo espelho de água que a incidência da luz faz salientar, representado entre as duas margens marcadas horizontalmente na parte inferior da composição.
A rainha Margarida, figurada à direita, trajando um vestido amarelo pálido, segura com o braço esquerdo o filho semi-nú que a abraça, enquanto que com o braço direito estendido tenta afastar o ladrão que investe para ela em atitude ameaçadora; o ladrão, corpulento e musculado, que exibe o tronco parcialmente despido e veste calção vermelho intenso, estende para ela o braço esquerdo e segura, na mão direita, pronta a desferir o golpe, um punhal.
O cenário é formado por um maciço rochoso que se eleva e domina todo o lado direito da composição, ladeado por uma densa vegetação formada por três grandes árvores que ocupam a área central do quadro; ainda neste plano, uma outra árvore caída entre as anteriores, exibe as raízes arrancadas junto ao curso de água.
A meia distância, do lado esquerdo, um outro grupo de três árvores, parcialmente visíveis: representadas numa escala mais reduzida, com menor definição de forma e em esfumadas tonalidades de verde, marcam a perspectiva e pontuam a linha de fuga que se estende até às longínquas ruínas góticas implantadas, ao fundo, numa clareira iluminada.
As tonalidades que formam o céu, somente apontado na parte superior e entre as folhagens, contrastam com os tons sombrios que dominam a composição e reforçam todo o sentido dramático da cena representada.
Incorporação:
Depósito da Câmara Municipal do Porto no Museu Nacional de Soares dos Reis.