Museu:
Museu Nacional Soares dos Reis
N.º de Inventário:
864 Mob MNSR
Oficina / Fabricante:
Escola de Kano
Datação:
1601 d.C. - 1610 d.C. - Período Momoyama
Matéria:
Pintura polícroma a têmpera; aplicação de folha de ouro; grade de madeira de cedro japonês lacada; seda; reverso em papel
Suporte:
Papel de amoreira
Técnica:
Biombo de seis folhas articuladas, em papel de amoreira, com pintura polícroma sobre folha de ouro, grade de madeira lacada (de colocação recente), ferragens de cobre dourado em cantoneiras, papel no reverso de desenho geometrizado em cores cinza (colocação recente).
Dimensões (cm):
altura: 171, 8 cm; espessura: 1,8 cm; comprimento: 376, 9 cm;
Descrição:
Composição de grande formato em conjunto com o segundo biombo do par (865 Mob) abarca uma larga vista panorâmica e apresenta-se numa pintura sem perspectiva, sobre um fundo de ouro, com um intenso colorido. As cenas representadas, em sequência narrativa, são separadas por nuvens douradas.
O programa iconográfico segue uma composição padrão do tema: no biombo da esquerda é representado o barco no porto e a panorâmica da margem, enquanto no biombo da direita perspectiva-se uma povoação, a deslocação do grupo de portugueses e uma igreja cristã.
O biombo em análise, da esquerda, representa a chegada da embarcação portuguesa a um porto do Japão e o desembarque das mercadorias.
A nau ocupa as três primeiras folhas da composição. De cor negra, atracado no mar eleva-se até às nuvens douradas, e encontra-se com o velame recolhido e com a artilharia disposta nos castelos. No convés encontra-se a figura do capitão-mor, sentado numa cadeira chinesa, protegido por um sobrecéu. Nos mastros são representadas várias figuras de escravos negros.
Três batéis carregados de mercadorias, onde se distingue uma cadeira chinesa lacada de negro e dourada, encontram-se atracados junto ao cais ou dirigem-se para ele. No cais, representado por um muro de pedra com escadaria, entre vários grupos de personagens, desenrola-se um cerimonial de chegada, onde se distingue, em sequência narrativa, novamente a figura do capitão-mor sentado num cadeira chinesa e protegido por um sombreiro. É ladeado por escravos que sustentam estandartes. Distinguem-se figuras de nobres, trajando de negro, com capas, espadas e numerosos adornos em ouro, mercadores, com igual indumentária, mas representados sem adornos nem armas, e ainda escravos, com traje bastante simplificado e executando tarefas nos batéis e em terra. Entre as mercadorias distinguem-se potes vidrados, escritórios lacados de tipologia variada, e ainda rolos e fardos de seda, encontrando-se sentado em cima de um deles um símio. Outro animal representado no cais é o cão, que sustenta um crucifixo ao pescoço. Finaliza a sequência do primeiro biombo, uma construção por cima da linha de água, onde dois portugueses se encontram sentados.
Incorporação:
Outro - Adquirido pelo Estado e cedido pela Direcção-Geral da Fazenda Pública ao Museu Nacional de Soares dos Reis, por despacho do Ministro das Finanças de 23 de Junho de 1955.