Origem / Historial:
As informações acerca do historial desta peça são díspares e contraditórias. Documentalmente, e por elementos disponíveis no arquivo do Museu, são registados os dois últimos proprietários, António Brandão de Carvalho, da Casa de Calves em Beiriz, e o último, António de Moraes, que actuou como intermediário na transacção que efectuou ao Museu em 1937. Este apenas terá adquirido a peça em hasta pública à Companhia de Crédito Predial, liquidatária dos bens de António Brandão de Carvalho.
Outra informação, não documental, dirigida em carta pelo então director do Museu a Robert Smith, refere que o Púlpito poderá ter pertencido a uma igreja de Vila do Conde. A informação aponta como base, o facto da peça ter pertencido à Casa de Calves, em Beiriz. Robert Smith segue esta orientação(SMITH, 1968), associando os animais fantásticos da base do púlpito a quimeras existentes no cadeiral do coro alto do Convento de Santa Clara, de Vila do Conde.
Contraditoriamente a esta opinião, existe ainda uma informação não documentada no Museu, a qual associa este móvel como tendo pertencido a S. Francisco Xavier, que o utilizava nas pregações em missionação na Índia.
Bernardo Ferrão (FERRÃO, 1990) refere um documento que descreve "Hum pulpito oitavado de madeira entalhada com pee the o chão obra antigua no qual se diz haver pregado São Fancisco Xavier", documento datado de 1706, relativo ao Inventário dos bens de D. Catarina de Bragança, do Paço da Bemposta, mas dificilmente se provaria tratar-se do mesmo móvel.
Bernardo Ferrão refere ainda que a peça terá pertencido à Casa de Abrantes, sendo posteriormente adquirido pela familia Brandão Miranda, Beiriz. O autor informa ainda que a peça foi identificada pelo então marquês de Abrantes, que informou ter pertencido à Igreja de Santos-o-Velho, de Lisboa.