MatrizNet

 
Logo MatrizNet Contactos  separador  Ajuda  separador  Links  separador  Mapa do Site
 
sexta-feira, 29 de março de 2024    APRESENTAÇÃO    PESQUISA ORIENTADA    PESQUISA AVANÇADA    EXPOSIÇÕES ONLINE    NORMAS DE INVENTÁRIO 

Animação Imagens

Get Adobe Flash player

 


 
     
     
 
FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu dos Biscainhos
N.º de Inventário:
2861 MB
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Traje
Denominação:
Sombrinha (Wagasa)
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Japão.
Centro de Fabrico:
Japão.
Oficina / Fabricante:
Produção artesanal Japonesa
Grupo Cultural:
Extremo Oriente
Datação:
1868 d.C. - 1926 d.C. - Períodos MEIJI (1868 -1912) a TAISHO (1912-1926)(?)
Matéria:
Papel "washi" de fabrico tradicional japonês colorido por tecnica de gravura (?); uma vara de bambu; setenta e duas varetas de bambu; madeira não identificada pintada; tinta de água (?) de cor negra; e cola.
Suporte:
Papel "washi".
Técnica:
Técnica de xilogravura colorida japonesa conhecida como "Ukiyo-e".
Dimensões (cm):
altura: cerca de 68; diâmetro: da cobertura crerca de 89;
Descrição:
Sombrinha tradicional japonesa, "wagasa", constituída por um sistema articulável em cana de bambu e um toldo em papel interpretado como produção "washi" (1), com decoração policromática presumindo-se que pela técnica conhecida como "Ukiyo-e" (2). A estrutura é composta por uma vara de bambu a que falta presentemente a empunhadura, e por trinta e seis varetas iguais, da mesma matéria, finamente recortadas e, que de acordo com o método tradicional nipónico teriam sido realizadas a partir de uma única cana, e, seguidamente, organizadas segundo a ordem em que foram cortadas, por união em encaixe no topo da estrutura em igual número de fendas abertas em anel de madeira não identificada, fixo na extremidade; aquelas, a cerca de 3/4 do comprimento, unem-se a igual número de outras tiras de bambu, mais curtas e acopladas radialmente a um segundo elemento em madeira com um formato tronco-cilíndrico, oco, que se movimenta ao longo da haste de secção circular do exemplar, permitindo a abertura e o encerramento do mesmo através de travão concretizado por uma mola encastrável. A cobertura é confeccionada em papel tradicional japonês "washi" (?) e liga-se por colagem à base articulada de bambu. O toldo apresenta-se pregueado e decorado exteriormente através da uma técnica de gravura japonesa conhecida como "Ukiyo-e" (?), compondo um registo que se repete quatro vezes, isto é, ilustrativo da mesma composição de figuras masculinas, trajando à moda nipónica, encontrando-se os elementos de quimono. Em primeiro plano, à direita, dispõe-se um homem sentado no chão, o corpo voltado 3/4 à esquerda e a cabeça de perfil à direita, segurando uma caixa na mão esquerda e uma vara com a direita, e, à esquerda, um homem de pé, corpo ¾ à direita, de pernas abertas e pés calçados, apresenta a cabeça posicionada ¾ à esquerda e ergue em ambas as mãos pequenas caixas paralelipipédicas de que se suspendem laços. Num segundo plano, à direita, um jovem/menino (?) levanta dois objectos não identificados na mão direita, e à esquerda, emergem dois vultos com chapéu e um dos quais de costas; em destaque neste plano, um vaso cerâmico com flores. As cores utilizadas são o amarelo, o vermelho, o verde azulado, o roxo, o rosa forte, o branco e o negro, entre outras. A composição é envolvida inferiormente por nuvens (?) roxas e as bordaduras são realçadas por bandas ou faixas negras. A "wagasa" envolvia um processo de fabrico artesanal altamente complexo implicando a participação de uma dezena de artífices e uma confecção que integrava cerca de uma centena de passos, do que decorria uma duração de vários meses para cada peça. Nos objectos que se destinavam ao abrigo da chuva desenvolvia-se um procedimento de impermeabilização do papel através da aplicação de lacas, entre outros produtos. Na Ásia, o papel e a seda foram intensivamente usados na confecção de sombrinhas e guarda-sóis que foram símbolos do próprio continente e mesmo de Buda como alegoria à sua realeza. No período atribuível ao exemplar, a sombrinha constituía um acessório indispensável da moda feminina ocidental. Refere-se que desde a segunda metade do século XIX até às primeiras décadas do século XX, generalizou-se na Europa o gosto pelos artigos exóticos do Extremo Oriente em que se inseriu a importação de objectos nipónicos do que este espécimen é ilustrativo, tendo pertencido a uma dama portuguesa de Arcos de Valdevez. A completar o álbum fotográfico da peça inserem-se duas imagens de publicação de figurinos, datadas de 1923, ilustrativas da sugestão para o uso de sombrinha japonesa entre as senhoras europeias. Notas / Glossário (1) "Washi". Papel tradicional japonês, de produção milenar, caracterizado por resistência, durabilidade e brancura, manufacturado a partir de matérias-primas vegetais autóctones do arquipélago, como o "kozo", o "mitsumata" e/ou o "gampi", e segundo técnicas que aproveitavam as baixas temperaturas obtidas no decurso do Inverno. (2) "Ukiyo-e". Escola e técnica artística nipónica conhecidas por este nome, que alcançaram uma enorme expansão no Japão, consistindo originalmente na realização de estampas obtidas por xilogravura (gravura de madeira) inicialmente monocromáticas, mas que desenvolvendo-se pelo método de sobreposição de cores por impressão obtiveram um resultado final policromático ("Nishiki-e").
Incorporação:
Doação - Doação do Ex.Sr.Dr. António Alberto de Magalhães Barros Lançós Cerqueira Queiroz |Colecção Ex. Sra. Dª Maria da Purificação de Araújo e Brito Lima da Rocha Aguiam,"Casa da Ponte", Arcos de Valdevez.
Origem / Historial:
A sombrinha japonesa em foco pertenceu à Senhora Dona Maria da Purificação da Rocha Aguiã da "Casa da Ponte", de Arcos de Valdevez. Presume-se uma utilização funcional contemporânea do objecto por parte de elementos femininos da família da citada senhora que foi a esposa do Sr. Dr. António Queiroz, o qual após o falecimento daquela, doou ao Museu dos Biscainhos uma vasta colecção de traje de que este exemplar faz parte integrante.
 
     
     
   
     
     
     
 
Secretário Geral da Cultura Direção-Geral do Património Cultural Termos e Condições  separador  Ficha Técnica