Origem / Historial:
Oldemiro César (1884-1953) foi escritor e jornalista. A sua obra poética é realista, satírica e com forte compromisso social. Entre outros títulos, escreveu “Camilo Castelo Branco. Sua vida e sua obra” (1914), “Pão que o diabo amassou: crónicas e estudos na vida e na arte” (1918), “Terras de Maravilha: os Açores e a Madeira. Notas de uma viagem de estudo” (publicada em 1924, com prefácio de Henrique Trindade Coelho cf. MDJM inv. 57 Des.) e “Camilo e o Amor de Perdição” (1947).
Francisco Raposo d'Oliveira (1881-1933), foi poeta e jornalista, natural da ilha de S. Miguel. Na imprensa da capital, foi redactor de vários jornais e foi um dos fundadores da “Casa dos Jornalistas”, depois integrada no Sindicato da Imprensa. Entre outras, escreveu a obra “Via Sacra” (1928).
Armando Boaventura foi escritor, jornalista e caricaturista, aqui auto-representando-se.
Esta caricatura fazia parte da coleção de Joaquim Manso, escritor, jornalista e diretor do "Diário de Lisboa". Deve ter sido efectuada no âmbito de uma viagem de estudo realizada em junho de 1924 aos Açores, por artistas, escritores e intelectuais, a convite do jornal "Correio dos Açores", para visitar o arquipélago e celebrar o nome de Antero de Quental. Foram então proferidas várias conferências e leituras, nomeadamente pelo Conde da Nova Goa (D. Luís de Castro), Dr. Armindo Monteiro, Antero de Figueiredo, Dr. Agnelo Casimiro, Dr. Luís de Bettencourt, Dr. Luís de Magalhães, Oldemiro Cesar, entre outros. Da comitiva fazia também parte o Dr. José Leite de Vasconcelos. O Dr. Joaquim Manso pronunciou o discurso de despedida. Várias caricaturas realizadas pelo artista Armando Boaventura, que também integrou o grupo de estudo, faziam parte da coleção do Dr. Joaquim Manso, tendo algumas sido publicadas no "Diário de Lisboa" de 6 setembro 1924, onde se reproduzem textos destes autores caricaturados. Raposo de Oliveira escreve “Ilhas encantadas. Os Açores são as terras mais portuguesas de Portugal” e Armando Boaventura escreve “O Diário de Viagem. A autonomia administrativa do arquipélago dos Açôres continua sendo o sonho de todos os açoreanos”.