Origem / Historial:
Aguarela "naïf" representando uma forma tradicional de comunicação noturna entre os pescadores, na praia da Nazaré.
Quando ainda não existiam os atuais sistemas, a comunicação era feita através de archotes ou fogachos, cuja manipulação, em gestos diferenciados (na vertical, em círculo, …), identificava o proprietário da embarcação (tipo "traineira") que estava a fundear nas “Bóias” (espaço marítimo com profundidade e condições adequadas a esse efeito, onde era raro o assoreamento e, mesmo com o “mar ruim”, as ondas não quebravam).
Na praia, um elemento da companha, normalmente o “velho de terra”, confirmava a sua visualização, respondendo com a emissão dos mesmos sinais.
O objetivo era solicitar o envio da barca auxiliar, para se fazer o transporte de pescado até à praia.
Para facilitar as manobras de entrada e saída do mar era, então, necessário colocar os "panais" (troncos de madeira cortados ao meio, em que a face lisa ficava em contato com a areia e a superior em contacto com a quilha da embarcação; transportado pelas duas figuras, à direita), devidamente “ensebados”, para maior facilidade na deslocação do barco.
Em noites escuras, ou quando o mar estava "mexido", a luz emitida por este meio serviria também para orientar a embarcação durante o “encalhar”.