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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Dr. Joaquim Manso
N.º de Inventário:
DEP 9
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Escultura
Título:
Nossa Senhora da Nazaré e D. Fuas Roupinho
Autor:
Desconhecido
Oficina / Fabricante:
Oficina regional
Datação:
XVI d.C. - XVII d.C.
Matéria:
Pedra calcária, policromada e dourada
Dimensões (cm):
altura: 24;
Descrição:
Escultura em pedra policromada representando o milagre de Nossa Senhora da Nazaré a D. Fuas Roupinho. Sobre pequena base, a Virgem Maria, coroada, de corpo inteiro e de pé, segura ao colo sobre o barço esquerdo o Menino Jesus (cabeça inexistente), que sustenta o globo na sua mão esquerda e veste túnica bordada a ouro. Com a sua mão direita, Nossa Senhora protege D. Fuas Roupinho, que figura a seus pés montado num cavalo em cima do rochedo. A escultura apresenta diversas mutilações, como a perda da cabeça do Menino, fratura de parte da base e perda significativa da policromia.
Incorporação:
Depósito definitivo por despacho de S.Exª o Secretário de Estado da Cultura de 25/01/1983 ao Museu Dr. Joaquim Manso.
Origem / Historial:
Trabalho português de oficina regional. É uma das poucas imagens que, iconograficamente, inclui a representação do cavaleiro D. Fuas Roupinho, associando-o ao milagre de Nossa Senhora da Nazaré. Conta a lenda que, em 14 de Setembro de 1182, quando D. Fuas Roupinho, alcaide-mor do castelo de Porto de Mós, andava à caça no Sítio da Nazaré, terá encontrado um veado (que seria o demónio disfarçado). Após uma desenfreada perseguição, no cimo do promontório, o veado cai no abismo sobre o mar e D. Fuas terá sido salvo miraculosamente por Nossa Senhora da Nazaré, cuja imagem se encontrava escondida numa gruta. Nesse local, em acção de graças, terá mandado construir a Ermida da Memória, onde ficou guardada a imagem em madeira (Virgem de Leite) que, segundo a tradição, fora construída em Nazaré (Palestina), transportada até espaço ibérico e teria sido trazida de Espanha pelo rei D. Rodrigo e Frei Romano, aquando a invasão árabe. Mais tarde, após o Milagre e com a crescente afluência de peregrinos ao Sítio da Nazaré, com a construção do Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, iniciado no tempo do rei D. Fernando (séc. XIV), a referida imagem terá passado para este templo, onde ainda hoje é venerada. Com a divulgação de vários milagres ocorridos por intercessão da Senhora da Nazaré, muitos peregrinos acorreram a esta localidade, não só o povo, nomeadamente mareantes, mas também reis e rainhas, membros da nobreza e do clero, que vinham junto da Virgem rogar protecção ou agradecer benefícios recebidos. Expressão de religiosidade popular, realizam-se anualmente as "Festas de Nossa Senhora da Nazaré" que, ao longo dos tempos, tiveram lugar entre 5 de Agosto e 8 de Setembro, atualmente fixadas nesta última data. De notar que o dia 14 de Setembro, data em que teria ocorrido o milagre, nunca foi comemorado como dia principal das "Festas". Ao longo dos séculos, as "Festas de Nossa Senhora da Nazaré" aliaram a vertente religiosa da programação pastoral (missas solenes, novenas, procissões, círios, ...) com o aspecto profano e popular, que se desenrolava em torno do Santuário e incluía grande variedade de divertimentos, como touradas, música, jogos, fogo-de-artifício e aglomeração de vendedores e comerciantes. Ainda hoje, não obstante algumas adaptações, se mantêm estas características. De vários pontos do país, afluíam anualmente ao Santuário vários Círios, cortejos organizados por confrarias e irmandades, acompanhados de muitos devotos que, em romaria, se deslocam desde as suas paróquias para testemunharem a sua fé à "Senhora da Nazaré" e entregarem as oferendas em nome de toda a comunidade. Ainda hoje continuam a chegar Círios, sendo os mais importantes o da Prata Grande (da região de Mafra) e do Olhalvo.
 
     
     
   
     
     
     
 
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