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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arte Antiga N.º de Inventário: 13/103 Ilum Denominação: Livro de Horas Título: Oração a S. João Baptista Autor: Oficina de Simon Bening Oficina / Fabricante: Oficina de Simão Bening Datação: 1530 d.C. - 1534 d.C. Técnica: Pintura a têmpera e ouro Dimensões (cm): altura: 13,3; largura: 9,8; Descrição: Fólio 103.
A iluminura tem um enquadramento à maneira de moldura, em tons de castanho e dourado, a imitar madeira. Sobre ela é aplicada um outro quadro, onde se inicia o texto da oração. Este é escrito em latim, com caracteres góticos, a vermelho e preto. Apresenta duas iniciais iluminadas. A primeira "I" é pintada em tons de castanho e dourado, projectando a sua sombra sobre um fundo carmim. A segunda letra "P" é pintada em tons de rosa sobre um fundo creme. Ambas as letras apresentam uma decoração fitomórfica. A primeira letra inscreve-se ainda sobre uma vinheta historiada. Nesta é representada a degolação de S. João Baptista. O corpo do Santo jaz no chão já decapitado. Ele veste uma túnica de pele de camelo e um manto vermelho. O carrasco de espada na mão coloca a cabeça de S. João sobre uma bandeja que Salomé, vestida como uma dama de quinhentos, segura na mão.
A tarja apresenta um enquadramento arquitectónico gótico final, pintada em tons de castanho e dourado. No topo uma cartela com uma inscrição, cujas letras são douradas sobre um fundo azul escuro. Na tarja direita, são representadas duas esculturas e entre estas num medalhão, figura o aparecimento de um anjo a Zacarias. Na tarja esquerda, num outro medalhão Zacarias escreve o nome do filho numa tabuinha. No bas-de-page, o nascimento de S. João Baptista. A mãe, Santa Isabel, é assistida por duas mulheres.
Incorporação: Transferência - Palácio das Necessidades
Origem / Historial: Este Livro de Horas é tradicionalmente atribuído à Oficina de Simão de Bening. Esta atribuição resulta dos estudos comparativos com outras obras realizadas por este iluminador, como o Breviário de Grimani (Biblioteca Marciana, Veneza).
Quanto ao destinatário, alguns estudiosos relacionam este códice como uma oferta de Damião de Góis a D. Catarina, e outros como pertencente ao infante D. Fernando. Ambas as posições podem ser contestadas pela representação das Armas Reais Portuguesas no fólio 1v. Dagoberto Markl avança com a hipótese de se tratar de uma encomenda do próprio rei, D. João III.
Segundo a inscrição no fólio 1v., a actual encadernação foi feita em Paris, em 1755.
Este Livro de Horas, pertencente às Colecções Reais, foi transferido para o Museu Nacional de Arte Antiga, proveniente do Palácio das Necessidades, no arrolamento dos bens reais.
Bibliografia | SANTOS, Reynaldo dos - "Iluminura Manuelina" in Oito Séculos de Arte Portuguesa - História e Espírito, vol. III. Lisboa: Empresa Nacional de Publicidad, 1970, pág. - | BEAUMONT, Maria Alice - "Livro de Horas" in Observador, nº64. Lisboa: 5.5.1972, pág. - | GUSMÃO, Adriano de - "Século XVI Iluminura " Cap. Os Primitivos e a Renascença in Arte Portuguesa/Pintura,vol. publicado sobre a direcção de João Barreira. Lisboa: Excelcior, s/d, pág. - | DIAS, Pedro; SERRÃO, Vítor - "A Pintura, a Iluminura e a Gravura dos Primeiros Tempos do Século XVI", in História da Arte em Portugal, vol. 5 - "O Manuelino". Lisboa: Alfa, 1986, pág. - | |
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