|
FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arte Antiga N.º de Inventário: 13/96v. Ilum Denominação: Livro de Horas Autor: Oficina de Simon Bening Oficina / Fabricante: Oficina de Simão Bening Datação: 1530 d.C. - 1534 d.C. Técnica: Pintura a têmpera e ouro Dimensões (cm): altura: 13,3; largura: 9,8; Descrição: Fólio 96 verso.
Neste fólio, a iluminura antecede a oração da manhã.
A iluminura tem um enquadramento à maneira de moldura, pintado em tons de castanho e dourado, a imitar madeira.
Na composição principal, é representada a câmara de um senhor. Ao centro, ele reza devotamente as orações da manhã, ajoelhado num coxim. À sua frente, vê-se uma cadeira tipo "dantesca" de metal, com coxins no assento e recosto muito alto forrado com tecido carmim. Atrás desta cadeira, está um aparador, com caixa sobre pernas e estante inferior. Na parte de cima deste móvel, e sobre uma toalha branca bordada e de frocos, estão um crucifixo e um castiçal de latão. Junto do senhor, um galgo dorme deitado no chão. À esquerda, sobre uma mesa-estante está uma bacia e um gomil em estanho. Ao fundo da câmara, o leito de canto, sobre um estrado, com colunas trabalhadas e dossel, com o capelo em telhado de pagode e decoração do alparavaz com lambrequins, recortes em trevo e pequenos pingentes. (Ferrão, 1990). Ao fundo, e ao centro, está suspenso na parede um relógio. À direita, a porta do quarto tem uma cortina verde, por onde espreitam duas pessoas e das quais uma segura na mão o manto do senhor.
Na tarja é representada uma cadeia de ouro com pérolas incrustadas, safiras, e pingentes em ouro. Em baixo, dois putti.
Incorporação: Transferência - Palácio das Necessidades
Origem / Historial: Este Livro de Horas é tradicionalmente atribuído à Oficina de Simão de Bening. Esta atribuição resulta dos estudos comparativos com outras obras realizadas por este iluminador, como o Breviário de Grimani (Biblioteca Marciana, Veneza).
Quanto ao destinatário, alguns estudiosos relacionam este códice como uma oferta de Damião de Góis a D. Catarina, e outros como pertencente ao infante D. Fernando. Ambas as posições podem ser contestadas pela representação das Armas Reais Portuguesas no fólio 1v. Dagoberto Markl avança com a hipótese de se tratar de uma encomenda do próprio rei, D. João III.
Segundo a inscrição no fólio 1v., a actual encadernação foi feita em Paris, em 1755.
Este Livro de Horas, pertencente às Colecções Reais, foi transferido para o Museu Nacional de Arte Antiga, proveniente do Palácio das Necessidades, no arrolamento dos bens reais.
Bibliografia | SANTOS, Reynaldo dos - "Iluminura Manuelina" in Oito Séculos de Arte Portuguesa - História e Espírito, vol. III. Lisboa: Empresa Nacional de Publicidad, 1970, pág. - | BEAUMONT, Maria Alice - "Livro de Horas" in Observador, nº64. Lisboa: 5.5.1972, pág. - | GUSMÃO, Adriano de - "Século XVI Iluminura " Cap. Os Primitivos e a Renascença in Arte Portuguesa/Pintura,vol. publicado sobre a direcção de João Barreira. Lisboa: Excelcior, s/d, pág. - | FERRÃO, Bernardo - Mobiliário Português. Dos Primórdios ao Maneirismo. A Centúria de Quinhentos, vol. II. Porto: Lello & Irmãos - Editores, 1990, pág. - | DIAS, Pedro; SERRÃO, Vítor - "A Pintura, a Iluminura e a Gravura dos Primeiros Tempos do Século XVI", in História da Arte em Portugal, vol. 5 - "O Manuelino". Lisboa: Alfa, 1986, pág. - | |
|
|