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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arte Antiga N.º de Inventário: 13/80 Ilum Denominação: Livro de Horas Título: Cântigo a Santo Atanásio Autor: Oficina de Simon Bening Oficina / Fabricante: Oficina de Simão Bening Datação: 1530 d.C. - 1534 d.C. Técnica: Pintura a têmpera e ouro Dimensões (cm): altura: 13,3; largura: 9,8; Descrição: Fólio 80.
Neste fólio a iluminura é dedicada a Santo Antanásio.
A iluminura tem um enquadramento à maneira de moldura, em tons de castanho e dourado, a imitar madeira. Sobre ela é aplicada um outro quadro, onde se inicia o texto do cântico dedicado a Santo Atanásio. Este é escrito em latim, com caracteres góticos, a vermelho e preto. O texto apresenta uma inicial historiada. A letra é decorada com folhas de acanto sobre um fundo quadrangular laranja. No interior é representado o santo Atanásio. Ele enverga uma dalmática e uma capa azul e mitra; segura na mão direita um báculo em ouro e na esquerda uma bolsa que parece guardar um livro. A capa é presa por um firmal com uma jóia. O texto apresenta, ainda, duas iniciais "Q" e "F" iluminadas, num espaço quadrangular, a primeira com um fundo vermelho e a segunda azul. As letras são decoradas com folhas e ramos. Em três linhas do texto não preenchidas pela escrita, são ocupadas por estreitos rectângulos decorados no interior por pequenos e finos ramos.
A tarja desta iluminura serve de complemento à do fólio 79v. Aqui é representado um torneio fantástico, onde um unicórnio (esquerda) é montado por um macaco que na cabeça tem um elmo e na mão uma lança. O outro macaco (direita) com um elmo na cabeça com penas e lança na mão, monta um cavalo. Na traja esquerda numa casa com vários andares, algumas pessoas assistem ao torneio, distribuindo-se pela varanda e pela porta da entrada da casa. Estes acontecimentos eram frequentes, por exemplo, nas Entradas Régias em que homens se disfarçavam de símios e montavam cavalos disfarçados de unicórnios.
Incorporação: Transferência - Palácio das Necessidades
Origem / Historial: Este Livro de Horas é tradicionalmente atribuído à Oficina de Simão de Bening. Esta atribuição resulta dos estudos comparativos com outras obras realizadas por este iluminador, como o Breviário de Grimani (Biblioteca Marciana, Veneza).
Quanto ao destinatário, alguns estudiosos relacionam este códice como uma oferta de Damião de Góis a D. Catarina, e outros como pertencente ao infante D. Fernando. Ambas as posições podem ser contestadas pela representação das Armas Reais Portuguesas no fólio 1v. Dagoberto Markl avança com a hipótese de se tratar de uma encomenda do próprio rei, D. João III.
Segundo a inscrição no fólio 1v., a actual encadernação foi feita em Paris, em 1755.
Este Livro de Horas, pertencente às Colecções Reais, foi transferido para o Museu Nacional de Arte Antiga, proveniente do Palácio das Necessidades, no arrolamento dos bens reais.
Bibliografia | SANTOS, Reynaldo dos - "Iluminura Manuelina" in Oito Séculos de Arte Portuguesa - História e Espírito, vol. III. Lisboa: Empresa Nacional de Publicidad, 1970, pág. - | BEAUMONT, Maria Alice - "Livro de Horas" in Observador, nº64. Lisboa: 5.5.1972, pág. - | GUSMÃO, Adriano de - "Século XVI Iluminura " Cap. Os Primitivos e a Renascença in Arte Portuguesa/Pintura,vol. publicado sobre a direcção de João Barreira. Lisboa: Excelcior, s/d, pág. - | DIAS, Pedro; SERRÃO, Vítor - "A Pintura, a Iluminura e a Gravura dos Primeiros Tempos do Século XVI", in História da Arte em Portugal, vol. 5 - "O Manuelino". Lisboa: Alfa, 1986, pág. - | |
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