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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arte Antiga N.º de Inventário: 13/53v. Ilum Denominação: Livro de Horas Autor: Oficina de Simon Bening Oficina / Fabricante: Oficina de Simão Bening Datação: 1530 d.C. - 1534 d.C. Técnica: Pintura a têmpera e ouro Dimensões (cm): altura: 13,3; largura: 9,8; Descrição: Fólio 53 verso.
Este fólio é dedicado ao Ofício dos Mortos.
A iluminura tem um enquadramento à maneira moldura, em tons de castanho e dourado, a imitar a madeira.
No quadro principal, com o mesmo enquadramento, é representado um cerimonial fúnebre dentro de uma Igreja. Este edifício apresenta características arquitectónicas góticas. Na capela baixa, de ambos os lados, num cadeiral estão vários religiosos a orar, tendo cada um deles um livro. Em baixo, figuram outros vestidos também com roupas negras e um deles segura um livro. Junto ao cadeiral, uma estrutura a imitar o metal, serve de apoio a várias velas. Ao centro, a urna assenta numa eça rodeada de tochas. A urna é coberta por um tecido negro com as armas de Portugal. À frente um tocheiro com três velas acesas. Dos pilares que sustentam os arcos da nave central pendem bandeiras com o escudo português sobre fundo negro. Na zona em que foram colocadas as bandeiras assentam várias velas acesas. Ao fundo, o altar-mor. Este é revestido a madeira. No deambulatório, duas esculturas de cada lado.
Na tarja esquerda, vê-se a fachada lateral da igreja e a representação de um cortejo fúnebre conduzido por uma bandeira e organizado por religiosos. Em baixo, talvez no adro da igreja, a cerimónia do enterro. Esta é assistida pelos familiares, sendo uma delas uma criança, vestidas de negro. Dois religiosos com pás nas mãos vão tapando a cova. Um sacerdote com uma alva branca, e com uma fita preta em aspa, sobre o tronco, preside à cerimónia. Ao seu lado, um acólito segura um livro e uma caldeira de água benta.
Incorporação: Transferência - Palácio das Necessidades
Origem / Historial: Este Livro de Horas é tradicionalmente atribuído à Oficina de Simão de Bening. Esta atribuição resulta dos estudos comparativos com outras obras realizadas por este iluminador, como o Breviário de Grimani (Biblioteca Marciana, Veneza).
Quanto ao destinatário, alguns estudiosos relacionam este códice como uma oferta de Damião de Góis a D. Catarina, e outros como pertencente ao infante D. Fernando. Ambas as posições podem ser contestadas pela representação das Armas Reais Portuguesas no fólio 1v. Dagoberto Markl avança com a hipótese de se tratar de uma encomenda do próprio rei, D. João III.
Segundo a inscrição no fólio 1v., a actual encadernação foi feita em Paris, em 1755.
Este Livro de Horas, pertencente às Colecções Reais, foi transferido para o Museu Nacional de Arte Antiga, proveniente do Palácio das Necessidades, no arrolamento dos bens reais.
Bibliografia | SANTOS, Reynaldo dos - "Iluminura Manuelina" in Oito Séculos de Arte Portuguesa - História e Espírito, vol. III. Lisboa: Empresa Nacional de Publicidad, 1970, pág. - | BEAUMONT, Maria Alice - "Livro de Horas" in Observador, nº64. Lisboa: 5.5.1972, pág. - | GUSMÃO, Adriano de - "Século XVI Iluminura " Cap. Os Primitivos e a Renascença in Arte Portuguesa/Pintura,vol. publicado sobre a direcção de João Barreira. Lisboa: Excelcior, s/d, pág. - | DIAS, Pedro; SERRÃO, Vítor - "A Pintura, a Iluminura e a Gravura dos Primeiros Tempos do Século XVI", in História da Arte em Portugal, vol. 5 - "O Manuelino". Lisboa: Alfa, 1986, pág. - | |
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