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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu: Museu Nacional de Arte Antiga N.º de Inventário: 13/17 Ilum Denominação: Livro de Horas Título: Evangelho de S. Marcos Autor: Oficina de Simon Bening Oficina / Fabricante: Oficina de Simão Bening Datação: 1530 d.C. - 1534 d.C. Técnica: Pintura a têmpera e ouro Dimensões (cm): altura: 13,3; largura: 9,8; Descrição: Fólio 17.
Neste fólio a iluminura marca o início do texto do Evangelho de S. Marcos.
A iluminura tem um enquadramento à maneira de moldura, em tons de castanho e dourado, a imitar madeira. No topo apresenta uma decoração arquitectónica gótica. Sobre ela é aplicado um outro quadro, onde se inicia o texto do Evangelho. Este é escrito em latim, com caracteres góticos, a vermelho e preto. Na primeira linha, o espaço não ocupado pela escrita é preenchido por um estreito rectângulo decorado com motivos vegetalistas sobre um fundo azul. Neste segundo quadro, é representada a prisão de S. Marcos no momento em que celebrava missa, em Alexandria. O Santo envergando as vestes de sacerdote, está de joelhos perante o altar. Neste e sobre uma toalha encontra-se depositado um cálice e um missal. A frente do altar revela uma arquitectura gótica a imitar madeira. S. Marcos é preso por três homens com uma corda atada ao pescoço. Ao fundo divisa-se a porta do templo que dá acesso à rua.
Nas tarjas, o Evangelista é conduzido pelas ruas da cidade, por vários homens e atado com uma corda pelo pescoço, até uma pira que está a ser preparada para que ele seja queimado.
Incorporação: Transferência - Palácio das Necessidades
Origem / Historial: Este Livro de Horas é tradicionalmente atribuído à Oficina de Simão de Bening. Esta atribuição resulta dos estudos comparativos com outras obras realizadas por este iluminador, como o Breviário de Grimani (Biblioteca Marciana, Veneza).
Quanto ao destinatário, alguns estudiosos relacionam este códice como uma oferta de Damião de Góis a D. Catarina, e outros como pertencente ao infante D. Fernando. Ambas as posições podem ser contestadas pela representação das Armas Reais Portuguesas no fólio 1v. Dagoberto Markl avança com a hipótese de se tratar de uma encomenda do próprio rei, D. João III.
Segundo a inscrição no fólio 1v., a actual encadernação foi feita em Paris, em 1755.
Este Livro de Horas, pertencente às Colecções Reais, foi transferido para o Museu Nacional de Arte Antiga, proveniente do Palácio das Necessidades, no arrolamento dos bens reais.
Bibliografia | SANTOS, Reynaldo dos - "Iluminura Manuelina" in Oito Séculos de Arte Portuguesa - História e Espírito, vol. III. Lisboa: Empresa Nacional de Publicidad, 1970, pág. - | BEAUMONT, Maria Alice - "Livro de Horas" in Observador, nº64. Lisboa: 5.5.1972, pág. - | GUSMÃO, Adriano de - "Século XVI Iluminura " Cap. Os Primitivos e a Renascença in Arte Portuguesa/Pintura,vol. publicado sobre a direcção de João Barreira. Lisboa: Excelcior, s/d, pág. - | DIAS, Pedro; SERRÃO, Vítor - "A Pintura, a Iluminura e a Gravura dos Primeiros Tempos do Século XVI", in História da Arte em Portugal, vol. 5 - "O Manuelino". Lisboa: Alfa, 1986, pág. - | |
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