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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Arte Antiga
N.º de Inventário:
14/294v. Ilum
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Pintura
Denominação:
Livro de Horas
Título:
S. Jerónimo
Autor:
António de Holanda, atribuído a
Datação:
1517 d.C. - 1551 d.C.
Suporte:
Pergaminho
Técnica:
Pintura a têmpera e ouro
Dimensões (cm):
altura: 14, 2; largura: 10, 8;
Descrição:
Fólio 294 verso. Iluminura incluída na oração a São Jerónimo. A iluminura tem um enquadramento à maneira de moldura em tons de castanho e dourado. Este enquadramento forma um segundo quadro, onde está inserido o início da oração. No quadro principal, São Jerónimo é representado com as vestes cardinalícias. O santo segura na pata ferida do leão que apareceu no seu convento e prepara-se para lhe retirar o espinho. Esta cena desenrola-se numa floresta com uma vegetação muito densa. O texto da oração é marcado por linhas a sanguínea. É escrito com uma letra regular, em caracteres góticos e em latim, a tinta preta e vermelha. Apresenta uma inicial iluminada a dourado sobre um fundo em tons de castanho com uma decoração vegetalista a ouro. Na tarja inferior, S. Jerónimo está prostrado diante de um crucifixo colocado num tronco de uma árvore. O santo segura uma pedra na mão e tem à sua frente um livro aberto. À direita um lagarto está sobre um penedo e duas gazelas e um veado, pastam alegremente. À esquerda, atrás do santo, vemos uma caverna aberta na rocha coberta por um tecto de colmo, onde poisam algumas andorinhas. Dentro dela encontram-se alguns objectos: um jarro, alguns livros; na parede estão penduradas as suas vestes cardinalícias e num ressalto da pedra vê-se uma pequena pintura, que parece representar uma Anunciação (Markl, 1983). Um pouco mais acima, no rochedo, e dentro de uma concavidade vê-se uma coruja, e descendo da rocha um lagarto. Na tarja superior, três passarinhos com penas coloridas.
Incorporação:
Transferência - Proveniente do Palácio das Necessidades
Origem / Historial:
A execução do Livro de Horas dito de D. Manuel prolongou-se por vários anos. Segundo o texto do fólio 1, ter-se-á iniciado em 1517, mas provavelmente só terá sido concluído após 1551, ano em que se procedeu à trasladação dos restos mortais do rei D. Manuel I, para o Mosteiro dos Jerónimos, durante o reinado de D. João III (Moura, 1999). Estudos mais recentes revelam a hipótese deste livro ter sido encomendado por Damião de Góis ao iluminador António de Holanda, residente, na época, em Portugal (Moura, 1999). Apesar da influência Ganto-Brugense, o Livro de Horas dito de D. Manuel caracteriza-se por uma iconografia com elementos portugueses que lhe confere originalidade relativamente a outros códices da mesma escola (Markl, 1983). Este Livro de Horas pertenceu às Colecções Reais, sabendo-se que esteve na posse de D. Fernando Saxe-Coburgo. Foi transferido do Palácio das Necessidades para o Museu Nacional de Arte Antiga, em 1915, no arrolamento dos bens reais.
 
     
     
   
     
     
     
 
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